tag:blogger.com,1999:blog-58957336030497371442024-03-13T06:56:58.916-07:00Teia EducacionalO blog Tecnologias Educacionais Inovadoras Andragógicas (TEIA) trata de metodologias educacionais inovadoras e processos ensino-aprendizagem compatíveis com o mundo contemporâneo, preparando profissionais em sintonia com educação permanente e continuada ao longo da vida. O material aqui disponibilizado pode ser copiado e distribuído, desde que citando as fontes originais. Visite também http://ronaldomota.blogspot.com. Facebook: http://www.facebook.com/ronamota. E-mail: ronamota@gmail.com.Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.comBlogger43125tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-49189941723023153412012-01-04T11:17:00.002-08:002012-01-04T11:18:12.201-08:00Embrapii, o público e o privado juntos<p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 10pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 150%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman', 'serif'; FONT-SIZE: 14pt">No cenário nacional é inédita a centralidade assumida pelo tema inovação enquanto instrumento fundamental para o desenvolvimento econômico e social sustentável, a geração de emprego e renda e a democratização de oportunidades.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; MARGIN: 0cm 0cm 10pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 150%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman', 'serif'; FONT-SIZE: 14pt"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Uma crescente cultura de inovação começa a fazer parte do mundo cotidiano dos empresários, dos governos e da comunidade científica e tecnológica nacional. Novos tempos exigem instrumentos compatíveis com a realidade emergente e uma das proposições é a formulação, enquanto iniciativa público-privada, da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial-Embrapii.<span style="mso-spacerun: yes"> </span><o:p></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 10pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 150%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman', 'serif'; FONT-SIZE: 14pt">A exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa, a nova empresa terá como característica o balizamento de seus programas pelo atendimento às demandas dos setores associados, desde as empresas inovadoras tradicionais às pequenas empresas nascentes baseadas em forte conteúdo tecnológico. <o:p></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 10pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 150%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman', 'serif'; FONT-SIZE: 14pt">A Embrapii, diferentemente da Embrapa, não será se constituirá a partir da construção de seus laboratórios próprios, mas fará uso intensivo das redes de institutos e centros de pesquisa já existentes, com capilaridade comprovada e competências certificadas em interações com empresas inovadoras. <o:p></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; MARGIN: 0cm 0cm 10pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 150%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman', 'serif'; FONT-SIZE: 14pt"><span style="mso-tab-count: 1"></span>A definição adequada do modelo final da Embrapii que contemple as características desejáveis acima está longe de ser simples, demandando um projeto piloto onde possamos testar conceitos e experimentar soluções. <span style="mso-bidi-font-style: italic">No projeto piloto em curso, a </span>Confederação Nacional da Indústria-CNI<span style="mso-bidi-font-style: italic"> </span>deverá ser um dos atores principais e juntamente com a Financiadora de Estudos e Projetos-Finep explorarão a capacidade de selecionar e articular os principais institutos tecnológicos. O Instituto de Pesquisa Tecnológica-IPT,<span style="mso-bidi-font-style: italic"> o</span> <span style="mso-bidi-font-style: italic">Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do SENAI na Bahia- CIMATEC </span>e o Instituto Nacional de Tecnologia-INT, cada qual em suas áreas específicas de especialização, foram inicialmente selecionados para testar o modelo proposto. <o:p></o:p></span></p><br /><p style="LINE-HEIGHT: 150%; MARGIN: 3pt 2.85pt 3pt 0cm; LAYOUT-GRID-MODE: char; tab-stops: list 36.0pt" class="MsoBodyText"><span style="LINE-HEIGHT: 150%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman', 'serif'; FONT-SIZE: 14pt"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Na seleção dos institutos associados é imperativo que eles assumam<span style="mso-spacerun: yes"> </span>as funções de conectores entre os centros tecnológicos e as empresas demandantes, atuando nas fases intermediárias do processo de inovação em parcerias com as empresas e que viabilizem os investimentos nas etapas meio da inovação, exatamente naqueles espaços em que estão as provas de conceito, as etapas piloto e os escalonamentos, os quais se constituem em importantes gargalos do sistema de inovação brasileiro e também o elo da cadeia de inovação que apresenta maior risco. <o:p></o:p></span></p><br /><p style="LINE-HEIGHT: 150%; MARGIN: 3pt 2.85pt 0pt 0cm; LAYOUT-GRID-MODE: char; tab-stops: -10.6pt" class="MsoBodyText"><span style="LINE-HEIGHT: 150%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman', 'serif'; FONT-SIZE: 14pt"><span style="mso-tab-count: 1"></span>A Embrapii pretende contribuir para suprir uma lacuna na articulação institucional entre os setores público e privado, especialmente no setor industrial, tendo como perspectiva central a promoção da inovação nas empresas, explorando a capilaridade descentralizadora e a competência estabelecida dos institutos tecnológicos existentes. A Embrapii bem sucedida contribuirá com consolidar o desenvolvimento de mecanismos ágeis e flexíveis, compatíveis com o atendimento de demandas empresariais crescentes na área de inovação.<o:p></o:p></span></p>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-45988666955995495582012-01-04T11:17:00.001-08:002012-01-04T11:17:33.976-08:00EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: AVANÇOS E DIFICULDADES<p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 16pt"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 16pt"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-spacerun: yes"></span><span style="mso-tab-count: 1"></span>A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, LDB, promulgada em 1996, promoveu o avanço possível ao estimular a utilização da modalidade a distância em vários níveis educacionais. No início do Governo Fernando Henrique Cardoso, a criação da Secretaria de Educação a Distância, SEED, no Ministério da Educação, representou uma iniciativa positiva para a institucionalização da modalidade. Porém, por certo os formuladores da LDB ou da SEED eram, compreensivelmente, incapazes de dimensionar o que viria adiante em termos da rede mundial de computadores e das novas tecnologias aplicadas à educação. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 16pt"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span>O Governo Lula em 2005 contribuiu ao formular a Universidade Aberta do Brasil, UAB, tendo como força propulsora inicial estimular a formação inicial e continuada de professores, viabilizando a melhoria da qualidade da educação básica. A reestruturação da CAPES em 2007, incorporando à agência a missão de pensar e agir na educação básica brasileira deve ter deixado satisfeito Anísio Teixeira, seu fundador. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 16pt"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Apesar dos inegáveis avanços, dificuldades naturais posteriores talvez nos impeçam de colhermos os frutos devidos. A divisão abrupta entre as modalidades presencial e a distância, tal como prevista na LDB, inibe legítimas tentativas de modalidades híbridas e flexíveis. A título de exemplo simples, a possibilidade de termos na modalidade presencial até 20% na modalidade a distância deveria permitir que onde a experiência comprovadamente tivesse tido êxito avançar até 40%. Outro exemplo, um estudante de universidade de ponta mundial é considerado presente se o IP de seu laptop acessa a aula. Enfim, exploramos pouco enorme área sombreada onde os nomes das modalidades não se aplicam rigorosamente.<span style="mso-spacerun: yes"> </span><o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 16pt"><span style="font-family:Times New Roman;">A SEED, por sua vez, foi extinta para dar lugar à Secretaria de Regulamentação. Temos o risco de hipertrofiar ainda mais a burocracia de estado. Creio que talvez tivesse sido melhor termos suprimido um excesso de órgãos, siglas e instâncias reguladoras substituindo-os por uma agência autônoma de regulação, típica de estados modernos. A nova agência teria a participação de todos os atores envolvidos ainda que regulados pela sociedade civil independente e esclarecida, sendo os processos baseados em confiabilidade recíproca e assentados em exames de resultados efetivos e não em promessas e intenções. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 16pt"><span style="font-family:Times New Roman;">A CAPES que brilhantemente avalia, fomenta e pensa a pós-graduação brasileira, por certo poderia agir melhor sobre a educação básica se livre da burocracia de gestão da UAB. Por sua vez, a UAB que nasceu como Programa tinha por destino se configurar um dia enquanto Universidade independente, ágil e desburocratizada, contando com quadros próprios e docentes compartilhados em ações conjunta com as demais universidades, nos moldes mais eficientes, ousados e contemporâneos de instituições similares. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 16pt"><span style="font-family:Times New Roman;">O Governo Lula que se orgulha de ter criado tantas universidades, deixou de ter institucionalizado a maior que de fato fez, eternizando-a numa adolescência prolongada, imersa dentro de uma Diretoria da CAPES. A UAB que tem tinha tudo para se constituir enquanto Universidade próspera e independente corre o risco de se tornar um corpo pesado e não plenamente reconhecido pela cabeça, ainda que o corpo, mesmo assim, iniba a cabeça de pensar plenamente.<o:p></o:p></span></span></p>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-6824267599791430652012-01-04T11:16:00.001-08:002012-01-04T11:16:44.759-08:00Ciência para a Inovação<p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 15.5pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Em artigo recente (“Ciência para o Brasil”) neste espaço, o Prof. Alaor Chaves apresentou interessantes considerações sobre a ciência brasileira e enfatizou a participação ou não em cooperações internacionais. Cabe destacar que os indicadores disponíveis apontam que, como reconhecido pelo autor, o volume da ciência brasileira tem crescido significativamente. Da mesma forma, tem crescido a qualidade, ainda que este último predicado não seja igualmente aceito pelo autor (não tem tido o mesmo vigor, em suas palavras).<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 15.5pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Sobre financiarmos generosamente a ciência européia, onde é destacada em especial a possível participação na ESO (<i style="mso-bidi-font-style: normal">European Southern Observatory</i>), seria bom destacar que se trata de algo em discussão no Congresso Nacional e sem definição ainda. Por outro lado, sem ser necessariamente competitivo na linha um contra o outro, é correto afirmar que a expansão do Laboratório de Luz Síncroton deve ter a mais alta prioridade, dado ser projeto nacional que alavancará importantes tecnologias, como bem destacado pelo autor. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 15.5pt"><span style="font-family:Times New Roman;">A questão essencial, no entanto, não está no suposto conflito entre o apoio dentro ou fora do País, mas sim, creio eu, em destacar que temos sido uma nação que demonstrou boa capacidade de produzir conhecimento de ponta, ainda que tenha permanecido frágil na incorporação deste ao setor produtivo. O Brasil está mudando, mas há ainda um longo caminho a percorrer até que inovação tenha o mesmo sucesso que a ciência tem tido.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 15.5pt"><span style="font-family:Times New Roman;">No cenário mundial contemporâneo inovação é instrumento fundamental para o crescimento econômico e social, a geração de emprego e renda e a democratização de oportunidades. Assim, o conhecimento científico-tecnológico, bem como a inovação por ele engendrada, são patrimônios sociais que permitem gerar desenvolvimento sustentável, ampliando a produtividade e a competitividade das empresas e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 15.5pt"><span style="font-family:Times New Roman;">O conceito de inovação é correlacionado com pesquisa e desenvolvimento, porém, distinto e associado necessariamente à geração de riquezas e ao atendimento de demandas sociais. Inovação implica novas tecnologias, produtos e processos originais. Adicionalmente, inovação contempla também mudanças incrementais e novas funcionalidades de produtos já existentes, inovação social, melhorias na gestão e modelos inéditos de negócios acoplados à conquista ou criação de mercados. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Inovação em nossas empresas ainda é tímida e tal situação decorre da historicamente frágil cultura de inovação no ambiente empresarial, da tradicionalmente insuficiente articulação entre a política industrial e de comércio com a política de ciência e tecnologia e da falta de qualidade na formação de recursos humanos aptos ao mundo da inovação. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt"><span style="font-family:Times New Roman;">A ciência e a formação de recursos humanos altamente qualificados têm avançado significativamente no Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia-MCT tem contribuído significativamente. Um futuro Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação–MCTI terá que incorporar às suas missões tradicionais, e em mesmo pé de igualdade, o incremento da cultura de inovação nas empresas e na sociedade em geral, o aumento da articulação entre as demandas sociais e as orientações da comunidade científica e tecnológica, bem como contribuir para que profissionais sejam preparados com visão de inovação enquanto centralidade dos processos.<o:p></o:p></span></span></p>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-56866396102053078942012-01-04T11:11:00.000-08:002012-01-04T11:15:53.044-08:00MCTI: o I que faltava ao MCT<p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 15.5pt"><span style="font-family:Times New Roman;">No cenário mundial contemporâneo inovação é instrumento fundamental para o crescimento econômico e social, a geração de emprego e renda e a democratização de oportunidades. Inovação também está presente como fator determinante associado à formação de recursos humanos preparados para atender as complexas demandas da sociedade. Assim, o conhecimento científico-tecnológico, bem como a inovação por ele engendrada, são patrimônios sociais que permitem gerar desenvolvimento sustentável, ampliando a produtividade e a competitividade das empresas e do país e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 15.5pt">Indicadores de crescimento demonstram que atualmente inovação contribui diretamente com mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) das nações, segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico-OCDE. No Brasil, a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI) têm considerado, cada vez mais, inovação como um dos fatores centrais para o fortalecimento do país no cenário internacional.</span><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt"><o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="COLOR: black; FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 15.5pt"><span style="font-family:Times New Roman;">O conceito de inovação é correlacionado com pesquisa e desenvolvimento, porém, distinto e associado necessariamente à geração de riquezas e ao atendimento de demandas sociais. Inovação implica novas tecnologias, produtos e processos originais. Adicionalmente, inovação contempla também mudanças incrementais e novas funcionalidades de produtos já existentes, inovação social, melhorias na gestão e modelos inéditos de negócios acoplados à conquista ou criação de mercados. Dessa forma, embora as conexões entre ciência e tecnologia com inovação tenham uma face mais evidente no que diz respeito ao universo das indústrias de manufatura, de fato, hoje quase três quartos da riqueza produzida no planeta é criada não pela produção de coisas físicas, produtos, mas sim pela prestação de serviços. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt"><span style="font-family:Times New Roman;">A ciência e a formação de recursos humanos altamente qualificados têm avançado significativamente no Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia-MCT tem contribuído significativamente. No entanto, a inovação em nossas empresas ainda é tímida e tal situação decorre da frágil cultura de inovação no ambiente empresarial, da historicamente insuficiente articulação entre as políticas industrial e de comércio com as políticas de ciência e tecnologia e da falta de qualidade na formação de recursos humanos aptos ao mundo da inovação. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt"><span style="FONT-SIZE: 16pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Um futuro Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação–MCTI terá que incorporar às suas missões tradicionais, e em mesmo pé de igualdade, o incremento da cultura de inovação nas empresas e na sociedade em geral, o aumento da articulação entre as demandas sociais e as orientações da comunidade científica e tecnológica, bem como contribuir para que profissionais sejam preparados com visão de inovação enquanto centralidade dos processos.<o:p></o:p></span></span></p>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-41835274828865858882011-10-29T17:25:00.000-07:002011-10-29T17:29:50.623-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYGjYcl8jA-yqWwOJhAGxKusdMMxJQSBbqO4uuWgDT2A73JAc-5EZ3JDnNQWj67d5YrRQLqGxGYp6Pvw34ConvrzcmdcyZESM_y9i7YLRnSnEC4J4Ya1rimcrui2XrI7cAsyAxEIUw2g/s1600/280px-Serpiente_alquimica.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 280px; FLOAT: left; HEIGHT: 278px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5669074892799712018" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnYGjYcl8jA-yqWwOJhAGxKusdMMxJQSBbqO4uuWgDT2A73JAc-5EZ3JDnNQWj67d5YrRQLqGxGYp6Pvw34ConvrzcmdcyZESM_y9i7YLRnSnEC4J4Ya1rimcrui2XrI7cAsyAxEIUw2g/s400/280px-Serpiente_alquimica.jpg" /></a><br /><br /><div><br /><p style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal" align="center"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">INOVAÇÃO E A COBRA QUE MORDEU O RABO<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal" align="center"><i style="mso-bidi-font-style: normal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"></span></o:p></span></i></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"></span></o:p></span></i></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Inovação no sentido que se aplica atualmente refere-se ao desenvolvimento de um novo produto ou processo, bem como à funcionalidade inédita de um produto já existente, que atende a uma demanda específica do público consumidor ou que gera nichos previamente inexistentes de mercado. Inovação está profundamente conectada à aplicação de novos conhecimentos associados ao desenvolvimento de ciência e tecnologia e se constitui, cada vez mais, no principal elemento propulsor da economia mundial e diferenciador competitivo essencial entre regiões e países.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Tradicionalmente, assume-se que as ciências pura e aplicada podem engendrar tecnologias, as quais, a depender da capacidade de absorção do mercado e da escala do público consumidor, podem se caracterizar como inovação. Esta cadeia linear por muito tempo distanciou a livre e descompromissada produção do conhecimento da extremidade oposta vinculadas às demandas do mercado consumidor. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">A realidade recente impõe que a forma de produzir conhecimentos e de transmiti-los tem se alterado radical e profundamente. Ciência historicamente se assenta na liberdade individual de cátedra e em linhas de pesquisa que caracterizavam o pesquisador clássico, cuja função primeira, isoladamente ou em conjunto com seus estudantes e raros parceiros, tem sido alargar as fronteiras indo além do estado da arte. Em geral, a principal motivação dos temas são os desafios inerentes à subárea, sendo as eventuais aplicações futuras definidas em outros contextos e em tempos de escalas diversas, a depender da linha de pesquisa específica.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">O Brasil demonstrou nas últimas décadas uma capacidade extraordinária em produzir conhecimentos dentro da estratégia acima, tendo consolidado uma pós-graduação de qualidade e uma produção científica crescente em níveis bem acima da média mundial em quase todas as áreas. Demonstramos capacidade em produzir conhecimento, por outro lado, atestamos até aqui uma notável fragilidade em transferir conhecimento ao setor produtivo, tendo como exceções destacáveis a área dos agronegócios e raros setores industriais bem identificados. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Para agravar o quadro, os balizadores com que se produz ciência têm se alterado de tal forma que uma nova dinâmica impõe que as demandas da sociedade passam a ser elementos definidores, ainda que não únicos, dos principais programas de pesquisa. Ou seja, aquilo que até recentemente tinha peso complementar, passa a ter preponderância inédita. Da pesquisa quase individual passamos rapidamente às imprescindíveis redes de pesquisa, das linhas de pesquisa quase isoladas estamos migrando para programas de natureza multidisciplinar motivados por demandas em geral complexas, portanto, intratáveis à luz de linhas de pesquisa ou indivíduos isolados, exigindo múltiplos olhares e abordagens de equipes integradas oriundas de diversas áreas.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Em outras palavras, os movimentos acima podem ser descritos via substituição gradativa da cadeia linear, que impunha uma distância entre a ciência e a inovação colocadas em extremidades opostas, por um círculo completo contemplando ciência, tecnologia e inovação, onde as demandas da inovação influenciam e de certa forma definem, a depender da área específica do conhecimento, os rumos da ciência. É a cabeça da cobra que mordeu o rabo.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Desta reestruturação resultam novos estímulos a que o pesquisador, adicionalmente à sua atuação clássica em universidades e centros de pesquisa, explore espaços quase virgens no caso brasileiro em institutos tecnológicos ou setores de pesquisa e desenvolvimento de empresas. Espaços que por sua vez influenciam, por meio da interação com as demandas, os programas de pesquisa e os temas selecionados para as orientações de seus estudantes.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Além de repensarmos profundamente os caminhos pelos quais produzimos ciência, as formas pelas quais transmitimos conhecimento demandam um repensar profundo a partir da questão de como formar profissionais aptos e preparados para um cenário onde inovação passará a exercer uma centralidade inédita. Nossas metodologias usuais são caracterizadas pela prática de professores que ministram conhecimentos pressupondo aprendizes que nada sabem da matéria específica até então, são pedagogias baseadas no estudar somente após a aula e na prática de conferir posteriormente se o aluno aprendeu ou não. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Tais práticas são essencialmente conflitantes com o mundo da educação permanente e são incongruentes com a revolução educacional em curso caracterizada por uma realidade onde conhecimentos são cada vez mais acessíveis, instantaneamente disponibilizados e gratuitamente distribuídos. Neste novo cenário, estimular os processos auto-instrutivos em seus limites superiores, explorar a capacidade dos estudantes em estudar antes das aulas, as quais passam a ter uma dinâmica de outra qualidade e natureza, são ingredientes indispensáveis aos processos formativos de cidadãos compatíveis com o mundo da inovação.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"></span></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;"><o:p><em>(</em>A figura é Ourobos, símbolo representado pela serpente mordendo o próprio rabo, respresentando também a eternidade).</o:p></span></span></p></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-67143157781247664182011-04-16T15:07:00.000-07:002011-04-16T15:37:05.083-07:00Brasil e China: muito além da complementaridade<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtQeppStJwoNCcjjGLWwNWlqxF6QfNDdwBs2hUQlY1f7Hprq3AiyNW324zdias0fXFdVs75_KwROn2jebKfqlZgesWjLXpgFrbh2rvpr9cunDaSKKePBNa36xKkI0tLeO1ondmca1_vZA/s1600/noronha+e+china+016.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 400px; FLOAT: left; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5596313747710184514" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtQeppStJwoNCcjjGLWwNWlqxF6QfNDdwBs2hUQlY1f7Hprq3AiyNW324zdias0fXFdVs75_KwROn2jebKfqlZgesWjLXpgFrbh2rvpr9cunDaSKKePBNa36xKkI0tLeO1ondmca1_vZA/s400/noronha+e+china+016.jpg" /></a> <br /><p style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal" align="center"><span style="font-size:0;"><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"></span></o:p></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:0;"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;"></span></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:0;"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-size:130%;"></span></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:0;"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-size:130%;"></span></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:0;"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-size:130%;"></span></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-size:130%;">Há uma visão simples que decorre do cenário mundial atual tentando fazer crer que uma racional distribuição internacional de missões imporia a China como a grande indústria do mundo e o Brasil como o celeiro natural, produtor de alimentos e provedor de minérios. Trata-se da complementaridade fotográfica, imediatista e, em perspectiva, perversa.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;">Um resumo da recente visita da Presidenta Dilma Rousseff à China expressa o contraponto do pressuposto acima, demandando uma visão dinâmica que vai leva em conta a complexidade dos dois países e supera o simplismo da complementaridade estática.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;">Certamente a indústria chinesa crescerá e a China estará presente em todos os setores da economia mundial, cada vez mais. Da mesma forma, em que pese o destino brasileiro de grande, se possível o maior, produtor mundial de alimentos, o país não abdicará de ser também um importante centro industrial e de serviços, tendo na inovação de seus produtos e de seus processos elemento diferencial para a competição por espaços no comércio internacional.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;">É isso que sempre esteve em jogo: uma visão reducionista da complementaridade estática versus a legítima pretensão brasileira de parceria dinâmica que vai além da complementaridade e leva em conta a complexidade de dois gigantes do presente do futuro. <o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;">A título de exemplo, constitui fato marcante e divisor de águas uma empresa como a Foxconn, detentora de mais de 30.000 patentes, empregando mais de um milhão de trabalhadores e líder mundial de componentes para a indústria eletrônica, definir o Brasil como estratégia central para o crescimento de seus negócios. O Brasil se consolidará como a primeira nação ocidental detentora do ciclo completo da tecnologia de transistores de filmes finos para produção de <i style="mso-bidi-font-style: normal">displays</i> para toda a cadeia que vai de celulares a telas grandes de TV, passando por painéis de automóveis, <i style="mso-bidi-font-style: normal">tablets</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal">notebooks</i>.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;">Nada é simples e nem imediato. São operações delicadas e demandantes de ações e disponibilidades nem sempre existentes <i style="mso-bidi-font-style: normal">a priori</i>. Por exemplo, ficando somente no caso ilustrativo acima, seriam necessários de imediato mil engenheiros e técnicos brasileiros para iniciarem suas capacitações em instalações em fábricas em Taiwan e China. Sabemos não ser simples, mas assumi-lo como impossível antes mesmo de tentar é abrir mão de nosso futuro num campo absolutamente estratégico. Como já afirmado anteriormente por outros: “Foi quase por ingenuidade, que não sabendo ser impossível, acabou-se cumprindo a missão; se soubessem que não era possível, não o teriam feito, mesmo porque sequer teriam tentado”.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;">Ao longo do próximo período, Brasil e China, com relação ao tema inovação, estão definindo que avançaremos e muito na colaboração entre os dois países. Do lado brasileiro, o Ministério de Ciência e Tecnologia, em parceria com demais ministérios, estados e municípios, associados às empresas do setor e aos institutos de pesquisa e universidades interessados, estabelecerão um plano de trabalho conjunto com o Ministério de Ciência e Tecnologia da China, a Academia Chinesa de Ciências, empresas e universidades daquele país, a exemplo de Tsinghua e Beijing.<o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;">Uma das primeiras iniciativas na área de inovação será a instalação em breve de um Laboratório China-Brasil em Nanotecnologia, com ênfase em nanomateriais, nanobiotecnologia e nanodispositivos. São planos pretensiosos para o futuro, ma com os pés bem fincados em ações em curso no presente.<span style="mso-spacerun: yes"> </span><o:p></o:p></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span style="font-size:130%;">Cruzar a fronteira da ilusão reducionista do imediatismo e abrir espaços para preparar os tempos que virão, contemplando a real potencialidade das nações, é um dos mais precisos desafios que a realidade atual desses dois países impõe que sejam discutidos e definidos. </span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-size:130%;"></span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;"><span style="font-size:130%;">(na foto, Prof. Mo-Lin Ge do Instituto de Matemática da Universidade Nakai de Tian-Jin e Prof. Adalberto Fazzio da USP. Eu tirando a foto)</span></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><o:p><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></o:p></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></p><br /><p><span style="font-size:130%;"></span></p><br /><p><span style="font-size:130%;"></span></p><br /><p><span style="font-size:130%;"></span></p><br /><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ghi2Yl7SLG1dU28Qyvmxh3QcY2xFT0Lpj_mEAd4sgkVuFp7z8hlYdqkyz-Fu9rSe0goDo2OkqUbco4KLkmTZOiauCiSrhgivMlPXHpRuWek_3n27rQ6M7oOGznFkpnhB8jT4ZeGhORs/s1600/noronha+e+china+016.jpg"><span style="font-size:130%;"></span></a></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></p><br /><p style="TEXT-ALIGN: justify; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:0;"><o:p><span style="font-family:Times New Roman;"></span></o:p></span></p>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-60110616307923281072011-01-09T11:58:00.000-08:002011-01-12T12:56:54.882-08:00Universidades: de Humboldt ao Mundo da Inovação<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8xsdakfTpnoc4QbtelIxhJNKQQ2oXc7lgS25PVuQOei6z_VYYbUTnEb8yIAzuKMXbTbSHBjq5sYNUYtmuQTqXvRyrS39PyVj1q0rYhH0yY72RDMtLwce0-23fg0BYBJwOTstKoVID8rk/s1600/uniusp.jpg"><span style="font-size:180%;"><span></span><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 259px; FLOAT: left; HEIGHT: 194px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5560286732178446690" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8xsdakfTpnoc4QbtelIxhJNKQQ2oXc7lgS25PVuQOei6z_VYYbUTnEb8yIAzuKMXbTbSHBjq5sYNUYtmuQTqXvRyrS39PyVj1q0rYhH0yY72RDMtLwce0-23fg0BYBJwOTstKoVID8rk/s400/uniusp.jpg" /></span></a><span style="font-size:180%;"> <p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 17.6pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">As universidades são definidas como sendo instituições pluridisciplinares associadas ao domínio e cultivo do saber humano que visam â formação de quadros de nível superior.<span style="mso-spacerun: yes"> </span>No Brasil, a Constituição Federal, no seu artigo 207, além de garantir autonomia, reafirma o conceito tradicional de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 17.6pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-SIZE: 14pt"><span style="font-family:Times New Roman;">Embora milenar, tendo suas origens na Idade Média, a chamada universidade moderna tem como referência a Universidade de Berlim, criada em 1810 por Wilhelm Humboldt, fruto da efervescência libertária na Europa Iluminista pós-Revolução Francesa e influenciada por Goethe, Schiller e Kant. A novidade da universidade humboldtiana é a incorporação da atividade de pesquisa à prática pedagógica.<o:p></o:p></span></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt">Uma alteração, incluindo como missão da universidade o desenvolvimento econômico regional, ocorre com a criação do <i style="mso-bidi-font-style: normal">Massachusetts Institute of Technology</i>-MIT, nos Estados Unidos, em 1862. Posteriormente, essa nova dimensão influenciou outras instituições, inclusive européias e asiáticas. A universidade brasileira, por sua vez, passou quase imune por essa última influência, tendo permanecido sempre de alma pretensamente humboldtiana. <o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">Se os 200 anos que nos separam da criação da Universidade de Berlim estão recheados de mudanças, as próximas décadas nos reservam mudanças muito mais drásticas e rápidas. Entre as várias novidades em curso, inovação chama a atenção pela centralidade que ocupa no presente e mais intensamente terá ainda no futuro.<o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt">Inovação </span><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-language: PT-BR">compreende um produto ou processo novo, bem como a introdução de uma qualidade ou funcionalidade inédita. Assim, i</span><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt">novação implica em tecnologia e máquinas, mas vai além, contemplando também melhorias na gestão e novos modelos de negócios. <o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">Como ficam as universidades neste novo contexto? Nas últimas décadas, em sua maioria, elas têm se caracterizado pelas funções educativas clássicas e secundariamente pelas pesquisas convencionais. As universidades do presente e do futuro tendem a se transformar expressivamente, agregando às suas missões tradicionais de ensino e pesquisa, servir também como centros indutores de inovação.<o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">Esses novos ingredientes alteram os temas selecionados para geração de conhecimentos, a forma de produzi-los e afetam também as metodologias de ensino. Até recentemente, a figura típica do docente investigador tem sido de um competente profissional que na sua linha específica de pesquisa tem por meta explorar os limites do estado da arte, tendo como referência única de sucesso as publicações em conceituadas revistas internacionais. Muitas vezes trabalhando isoladamente, às vezes com um estudante de pós-graduação e muito raramente em equipe. <o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">A partir desta década, pela natureza complexa dos problemas a serem abordados, são inviáveis, em geral, as abordagens do ponto de vista de uma linha exclusiva de pesquisa, demandando, na maioria dos casos, a formação de equipes multidisciplinares e o trabalho em equipe por meio de redes de pesquisadores. <span style="mso-spacerun: yes"> </span>Na universidade pós-humboldtiana, a demanda social passa a ser, gradativamente, o elemento central que define prioritariamente as áreas de pesquisa em curso, respeitadas as exceções, e modula tanto a forma de pesquisar como de transmitir conhecimentos. <o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">A produção científica nacional tem crescendo a um ritmo muito superior à média mundial e está assentada, principalmente, em duas importantes variáveis, em ordem de importância: 1.a muito bem estruturada e avaliada pós-graduação (CAPES), e 2.o sistema de bolsas de produtividade do CNPq. Ambas variáveis têm como elemento de referência principal (não único) a publicação de artigos em revistas especializadas. <o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">No entanto, o sucesso na produção de conhecimento no Brasil não esconde a baixa capacidade de transformar esse conhecimento em riqueza que impacte no desenvolvimento econômico e social. A título de marcar a discrepância, enquanto o Brasil responde por 2,7% da produção científica mundial, em termos de registros internacionais de patentes somos responsáveis por menos de 0,1%. Mesmo não sendo registros de patentes o único, e não necessariamente o melhor, indicador, os números são tão díspares que certamente evidenciam algo.<o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">A nova realidade em curso alterará a prática da pesquisa acadêmica, seja na motivação dos temas escolhidos, seja na forma de produzir os conteúdos e, não menos importante, nos processos avaliativos acoplados. <span style="mso-spacerun: yes"> </span>Assim, os comitês de áreas de instituições como CAPES e CNPq ao longo dos próximos anos serão demandados a repensar pontuações de trabalhos em áreas que não sejam necessariamente disciplinares ou que aparentemente as conexões não sejam exclusivas com a área de denominação disciplinar que caracteriza o comitê especifico. Além disso, aprender a dimensionar e contabilizar os eventuais impactos dos resultados das pesquisas no setor produtivo, além dos tradicionais e diretos parâmetros de impacto das revistas de divulgação, não será tarefa fácil, mas imprescindível.<span style="mso-spacerun: yes"> </span><o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">A palavra extensão redimensiona-se, abandonando qualquer pretensão da velha extensão enquanto falsa concepção de “levar” o conhecimento produzido para a sociedade. A sociedade, por meio de suas demandas, ajuda a moldar e definir com mais intensidade o conhecimento a ser desenvolvido, numa via de mão dupla na qual estamos pouco acostumados. Mesmo a visão empreendedora tradicional se recicla, dando espaço ao empreendedorismo coletivo que marcará as próximas etapas de desenvolvimento. Neste contexto, destaque-se o papel relevante das incubadoras de empresas e dos parques tecnológicos como elementos diretamente associados tanto à produção de conhecimentos como acoplados aos percursos acadêmicos dos cursos de graduação e dos programas de pós-graduação.<o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR">Em suma, na universidade pós-humboldtiana, a forma com que o conhecimento é desenvolvido, difundido e aplicado interfere não só na riqueza cultural da sociedade, mas também na economia e na competitividade global. Tudo isso com uma ênfase muito mais acentuada do que costumava ser anteriormente. Demanda social passa a ser, gradativamente, o elemento central que define prioritariamente as áreas das pesquisas em curso e modula a forma de pesquisar bem como de transmitir conhecimento. <o:p></o:p></span></p><p style="LINE-HEIGHT: 115%; TEXT-INDENT: 35.4pt; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="LINE-HEIGHT: 115%; FONT-FAMILY: 'Times New Roman'; FONT-SIZE: 14pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR"><o:p> </o:p></span></p></span>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-19290848783096573262010-12-20T07:18:00.000-08:002010-12-20T11:29:30.188-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik1T0V5YZAFWco_9kqyoL8OStFVeGC7QBobqyqe4uzJ7ycrpCJYr3fDmtYZEB7g18t0leCaas_AvdNJ11VTPn-6Xsnd4A3p8LDODxEAZhdJ4I1jbV-CDq6P3oZWnG9BuhIU3VIUe30efw/s1600/raket.jpg"><img style="MARGIN: 0pt 10px 10px 0pt; WIDTH: 266px; FLOAT: left; HEIGHT: 400px; CURSOR: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5552784853720308274" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik1T0V5YZAFWco_9kqyoL8OStFVeGC7QBobqyqe4uzJ7ycrpCJYr3fDmtYZEB7g18t0leCaas_AvdNJ11VTPn-6Xsnd4A3p8LDODxEAZhdJ4I1jbV-CDq6P3oZWnG9BuhIU3VIUe30efw/s400/raket.jpg" /></a><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold;font-size:180%;" >Menos Concursos e Mais Empresas</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Manchete de um jornal de circulação nacional: “Não passou? tente outro concurso.” Um importante portal eletrônico traz no mesmo dia: “Concursos públicos oferecem 14,5 mil vagas em todo o país; pagam até R$ 19.643.” Tudo parece tão inocente e convidativo aos jovens deste País. Além disso, sem dúvida, concurso é inquestionavelmente a maneira adequada de o serviço público recrutar talentosos profissionais. Tanta verdade que esconde grande perversidade e desorientação educacional à nossa juventude.<br /><br />Por trás dessa aparente contradição, revela-se o que pretende o País de seus jovens melhor preparados. Oculta o que é preparar profissionais para o futuro, um futuro que começa hoje. Preparar para concursos tem pouco a ver com enfrentar os desafios contemporâneos. Certamente os testes de ingresso, em geral de múltipla escolha, não conseguem captar características absolutamente relevantes de um profissional compatível com o presente e com o futuro. Assim, erramos no processo formativo e induzimos futuros profissionais, potencialmente bons, a reforçarem características e aptidões não relevantes.<br /><br />Fruto dessa indução centenas de milhares de jovens se dedicam hoje à realização de concursos públicos. Mesmo quando aprovados em um deles, a maratona não se encerra nunca. Bastante comum assumirem e dedicarem-se em tempo quase integral a um próximo. É um sem fim de preparação, sem exercício pleno de profissão alguma. Se passam no executivo, assumem de olho num concurso do legislativo. Se com sucesso nos dois, há que se preparar ao do judiciário e assim por diante. O processo formativo reforça essa indesejável tendência e dela aferem lucros instituições que proliferam cursos preparatórios. São jovens talentosos mal orientados desperdiçando precisos tempo e dinheiro em atividades inócuas.<br /><br />Diferentemente, o que devemos esperar de um profissional egresso de um curso superior é tudo menos o mesmo, se compararmos décadas atrás com os tempos atuais. Um grande complicador é que o que se espera atualmente, em termos de competências, inclui os requisitos de ontem, demandando, porém, novos importantes atributos, sem abrir mão dos anteriores. Um resumo de todas as mudanças está na diferenciação entre competências técnicas e competências múltiplas. Ambas igualmente importantes. Quando muito, em seu limite superior de eficiência, o concurso visa a captar limitadas competências técnicas.<br /><br />O aspecto comportamental é absolutamente crucial quando um profissional depara-se com um problema inédito, um tema inovador ou tecnologias recentes. Se ao longo do período escolar, o qual é rigorosamente infindo, essas emoções, que preparam para enfrentar desafios, não foram trabalhadas, este suposto cidadão, ainda que dominando parcialmente as técnicas convencionais, terá enorme chance de fracasso. A competência de liderança dos futuros profissionais, a capacidade de trabalhar em equipe e de tomar iniciativa, a habilidade gerencial e a valorização do potencial criativo e da sensibilidade quanto ao ambiente em que estão imersos são atributos que raramente estão presentes nas avaliações, tanto dos estudantes de graduação como dos que fazem concursos.<br /><br />Os estímulos às novas competências não menospreza o conhecimento tradicional e mesmo os procedimentos padrão de avaliação. Não se trata de substituir, mas sim de agregar. Ensinar não ficou mais simples, transformou-se em mais complexo, como a vida e o mundo do trabalho que nos cerca. Assim, se o que pretendemos é formar “concurseiros”, que permaneçamos fazendo o que temos feito. Caso contrário, que repensemos profundamente o que tem se praticado e subliminarmente estimulado nossos jovens a se constituírem. A nova mensagem de um Brasil que se pretende potência, com distribuição mais justa de oportunidades e renda, seria deixarmos claro o essencial: menos preocupação com concurso e mais estímulo a criarem suas próprias empresas.<br /></span><br />Crédito foto acima: fotógrafo sueco Erixk JohanssenRonaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-2078176029136232742010-11-27T13:57:00.000-08:002010-11-27T14:07:59.916-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqdi5A2OOqZguTb_q5UXnVujzOTHzsnVUaDZAdMCTbBrMW7bgW1PmdmH_Q86hfFSgzUlTPiJInZhmKQDy6CuuYaZTcUwyLErGuIii-m3HOUOQiuoJDnETwLBIWAZ3ocsPSBKhDFY3SVWE/s1600/finep.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 236px; FLOAT: left; HEIGHT: 214px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5544353287945719042" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqdi5A2OOqZguTb_q5UXnVujzOTHzsnVUaDZAdMCTbBrMW7bgW1PmdmH_Q86hfFSgzUlTPiJInZhmKQDy6CuuYaZTcUwyLErGuIii-m3HOUOQiuoJDnETwLBIWAZ3ocsPSBKhDFY3SVWE/s400/finep.jpg" /></a><br /><br /><p style="MARGIN: auto 0cm" class="titulo"><strong><span style="font-family:Verdana;font-size:180%;">Cenário promissor para a inovação no país </span></strong></p><br /><br /><p><?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p><span style="font-family:Verdana;"><strong><span style="font-size:180%;color:#cc0000;"><em>Sergio Machado Rezende e Ronaldo Mota</em></span></strong></span></o:p></p><p><o:p><span style="font-family:Verdana;font-size:180%;"></span></o:p></p><p><o:p><span style="font-family:Verdana;font-size:180%;">(publicado Jornal Folha de São Paulo, pág. 3, dia 08/11/2010)</span></o:p></p><table style="WIDTH: 187.5pt; mso-cellspacing: 1.5pt" class="MsoNormalTable" border="0" cellpadding="0" width="250"><tbody><tr style="mso-yfti-irow: 0; mso-yfti-firstrow: yes; mso-yfti-lastrow: yes"><td style="BORDER-BOTTOM: #ece9d8; BORDER-LEFT: #ece9d8; PADDING-BOTTOM: 0.75pt; PADDING-RIGHT: 0.75pt; BORDER-TOP: #ece9d8; BORDER-RIGHT: #ece9d8; PADDING-TOP: 0.75pt; BACKGROUND-: 0.75pt" color="transparent"><div style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal" align="center"></div></td></tr></tbody></table><p><span style="font-family:Verdana;">Inovação compreende um produto ou processo novo, bem como a introdução de uma qualidade ou funcionalidade inédita de produto já existente; é fator decisivo para a competitividade das empresas. A atividade de inovação tecnológica requer a participação de engenheiros e cientistas, preponderantemente com formação pós-graduada. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">Apesar do início tardio, a pós-graduação brasileira avança rapidamente. O número de mestres e doutores formados passou de cerca de 5.000 em 1987 para quase 50 mil em 2009. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">A ciência avançou muito no Brasil; no entanto, a inovação tecnológica em nossas empresas ainda é tímida. Tal situação decorre da carência de cultura de inovação no ambiente empresarial e da insuficiente articulação entre política industrial e ciência e tecnologia. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">Até recentemente, o principal instrumento para apoiar a inovação era o crédito da Agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com juros da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais 5%. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">Mas isso está mudando. Inovação é, hoje, uma das prioridades da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação 2007-2010 (Pacti). </span><span style="font-family:Verdana;">Com a Lei de Inovação (2004) e a Lei do Bem (2005), as empresas passaram a contar com instrumentos mais amplos e efetivos. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">A subvenção econômica viabilizou a concessão de mais de R$ 2 bilhões não reembolsáveis para empresas realizarem inovação. Tal valor é complementado por outros investimentos reembolsáveis da Finep e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio de créditos com juros muito baixos. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">O Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe) aporta recursos para as pequenas e médias empresas em operação com parceiros estaduais. Adicionalmente, existem hoje mais de 30 fundos de capital de risco, com mais de R$ 3 bilhões para investir. O Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime) concedeu em 2009 subvenção econômica para 1.381 empresas, por meio de parcerias com 17 incubadoras. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">O Programa RHAE-Pesquisador na Empresa, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), concede bolsas para mestres e doutores atuarem nas empresas, tendo contemplado, nos anos de 2008 e 2009, mais de 300 empresas, possibilitando a inserção de 507 mestres e doutores e 550 técnicos nas equipes de trabalho. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">A Lei do Bem concede incentivos fiscais para empresas que realizem atividades de inovação. Em 2006, 130 empresas declararam investimentos de R$ 2,2 bilhões. Já em 2009, 635 empresas investiram mais de R$ 9,1 bilhões. O mais recente estímulo para inovação vem da medida provisória 495/2010, que altera a lei de licitações públicas ao conceder a margem de preferência de até 25% nas licitações estatais às empresas que investem </span><span style="font-family:Verdana;"><?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" /><st1:personname productid="em inovação. Para" st="on">em inovação. </st1:personname></span></p><p><span style="font-family:Verdana;"><st1:personname productid="em inovação. Para" st="on">Para</st1:personname> fomentar a interação universidade-empresa, o governo federal implantou o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), formado por 56 redes de núcleos de pesquisa e desenvolvimento, sendo 14 redes de centros de inovação, 20 de serviços tecnológicos e 22 de extensão organizadas nos Estados. Ainda há um longo caminho, mas passos importantes têm sido dados na direção correta. </span></p><p><span style="font-family:Verdana;">As empresas já incorporam a inovação em seus processos produtivos, tornando-se mais competitivas e mais lucrativas. Isso oferece condições para a conquista de novos mercados. O país começa a formar uma nova geração de empresários, empreendedores em tecnologia. </span></p><br /><br /><div style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal" align="center"><span style="font-family:Verdana;color:black;"><br /><hr align="center" color="#aca899" size="1" width="100%"><br /></span></div><b><span style="FONT-FAMILY: Verdana; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';color:black;" >SERGIO MACHADO REZENDE</span></b><span style="FONT-FAMILY: Verdana; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';color:black;" > é ministro da Ciência e Tecnologia.<br /><br /><b>RONALDO MOTA </b>é secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia.</span><br /><span style="FONT-FAMILY: Verdana; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';color:black;" >(imagem acima: FINEP/MCT)</span><span style="FONT-FAMILY: Verdana; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-: PT-BRfont-family:'Times New Roman';font-size:12;color:black;" > </span>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-64679497917502366622010-09-07T03:40:00.000-07:002010-09-07T04:03:13.836-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0HdMfM9jSbD79pBRi37pHiBNx2FkhZcHykbIDr8FvdRYfPzZr6BWtfOJl9Tk2z5AtwMVqIXCPkveFb4nDMMvnJUOcwjVCxBso3vfPrdTFLv-OyWU6Hq6GUIauCuqq3l8zNi0_VSAV6bw/s1600/futebol3.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 228px; FLOAT: right; HEIGHT: 221px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5514122842358180530" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0HdMfM9jSbD79pBRi37pHiBNx2FkhZcHykbIDr8FvdRYfPzZr6BWtfOJl9Tk2z5AtwMVqIXCPkveFb4nDMMvnJUOcwjVCxBso3vfPrdTFLv-OyWU6Hq6GUIauCuqq3l8zNi0_VSAV6bw/s400/futebol3.jpg" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXj6Q5JGRMOEj_SXQjjud-jLXVM1H3RTBnmJ8MZ1QUsbNyQLffVwydOAOKgohe4PAGw5ZRMnKxG2ELS-RzzrzC_AHiJdH34yu8_BDRvB5R9MBnVEnRzY5bepvg4L0yZwku9gZNhgKaALk/s1600/futebol2.bmp"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 226px; FLOAT: left; HEIGHT: 164px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5514122758336086306" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXj6Q5JGRMOEj_SXQjjud-jLXVM1H3RTBnmJ8MZ1QUsbNyQLffVwydOAOKgohe4PAGw5ZRMnKxG2ELS-RzzrzC_AHiJdH34yu8_BDRvB5R9MBnVEnRzY5bepvg4L0yZwku9gZNhgKaALk/s400/futebol2.bmp" /></a><br /><br /><div><br /><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:arial;"></span></span></span></p><br /><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:arial;"></span></span></span></p><br /><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:arial;"></span></span></span></p><br /><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:arial;"></span></span></span></p><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:arial;"></span></span></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:arial;"></span></span></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:arial;"></span></span></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:times new roman;"><span style="color:#ff9966;"><strong><em><span style="font-size:180%;">Futebol, Copa e Inovação, tudo a ver<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></span></em></strong></span></span></p><br /><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><o:p><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;color:#000099;"></span></o:p></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><o:p><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;color:#000099;"></span></o:p></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><o:p></o:p></span><span style="font-size:14;"><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;color:#000099;">O Brasil é uma potência futebolística e é cobrado dessa forma. Se considerarmos as últimas 16 Copas do Mundo desde 1950, verificaremos que a seleção canarinho esteve em quase metade das finais (sete), tendo vencido cinco delas. </span></span></p><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:times new roman;font-size:14;color:#000099;"></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"></span><span style="font-size:14;"><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;color:#000099;">Futebol tem lógica, não tem determinação <em>a priori</em>; ou seja, favoritos existem, mas fazer do favoritismo fato demanda planejamento, organização e detalhes. Tanto tem lógica que essa última edição na África do Sul foi a primeira vez que o time da casa não passou da primeira fase; o que seria, em tese, lógico.</span></span></p><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:times new roman;font-size:14;color:#000099;"></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"></span><span style="font-size:14;"><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;color:#000099;">Houve períodos que jogadores fora do normal, com criatividade exacerbada, foram determinantes e quase sempre levaram os times onde eles atuavam a ganhar a Copa (ou próximo disso, no caso da Holanda de 1974). No contexto nacional, da mesma forma, outras variáveis foram tornadas determinantes para vencer campeonatos, tal como a preparação física inovadora, um patamar acima do usual na época, fizeram dos times do Rio Grande do Sul surpresas positivas, especialmente ao longo das décadas de 1970 e 1980. O preparo físico era então o diferencial, logo neutralizado pela incorporação das novidades pelos demais clubes.</span></span></p><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:times new roman;font-size:14;color:#000099;"></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:times new roman;color:#000099;">Em suma, hoje em dia, também no futebol, inovação é um fator que pode ser determinante separando o sucesso do fracasso. No cenário mundial contemporâneo, inovação é reconhecidamente instrumento fundamental para todas as áreas. Inovação está presente como fator cada vez mais determinante na formação de recursos humanos envolvendo profissionais preparados para atender as demandas diversas e complexas da sociedade, inclusive da sociedade do futebol.</span></span></p><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:times new roman;font-size:14;color:#000099;"></span></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;"><span style="font-size:14;"></span></span><span style="font-family:times new roman;"><span style="color:#000099;"><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;">Inovar é a ousadia de romper com tradições e crenças não fundamentadas. Por exemplo, a Copa do Mundo são sete partidas somente e devem ser escalados aqueles que no período estão melhores preparados, sem receio de colocar no banco aqueles, ainda que famosos, não tenham demonstrado competência ou não estejam em sua melhor forma. </span></span><span style="font-size:14;"><span style="font-size:130%;">Inovar é também não ter medo de errar, curiosamente caminho certo para acertar. Inovar é conjugar criatividade com disciplina e firmeza de propósitos. </span></span></span></span></p><br /><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;color:#000099;"></span></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-size:14;"><span style="font-family:times new roman;font-size:130%;color:#000099;">O que mais precisamos no futebol brasileiro hoje é INOVAR, coincidentemente, o mesmo que precisamos em todos os espaços, em todos os recantos e setores, do mesmo país Brasil. Que bom que seja algo que sabemos fazer, não é?</span></span></p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;color:#000099;"></span> </p><p style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" class="MsoNormal"> </p></div></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-86980602772658222082010-07-10T05:14:00.000-07:002010-07-10T14:29:24.859-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw5zo2zzjP30ccOz9xXjNj1wBRTRsqQFnCXlL5AK6GWJrAhE3dedXzfNn3uUmDRzSrXk1koqGS7XxQWk9cerNocZRBFU5s2kOt3WV11jI2vF2bIhqoD3KxM73Lz4i1JxuUVFtaUnskxT8/s1600/sebrae.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 143px; FLOAT: left; HEIGHT: 95px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5492251659900155154" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw5zo2zzjP30ccOz9xXjNj1wBRTRsqQFnCXlL5AK6GWJrAhE3dedXzfNn3uUmDRzSrXk1koqGS7XxQWk9cerNocZRBFU5s2kOt3WV11jI2vF2bIhqoD3KxM73Lz4i1JxuUVFtaUnskxT8/s400/sebrae.jpg" /></a><br /><div><br /><p align="center"><span style="font-size:180%;">Um ano repleto de inovação</span></p><i><br /><p align="center"><span style="font-size:130%;"></span></i></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Nesta semana completo um ano na Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação-SETEC. Ainda que tivesse um conhecimento básico do tema associado, certamente tenho tido a oportunidade de aprender muito e consolidar conceitos sobre assuntos que estão longe de serem simples. Entre eles, o de inovação.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Não desejo apresentar um balanço, que não seria oportuno, mas um exercício livre de reflexão, com chance de contribuir com a discussão sobre inovação em si. Tanto as importantes ações da SETEC na consolidação do Sistema Brasileiro de Tecnologia-SIBRATEC, em conjunto com a Financiadora de Estudos e Projetos-FINEP, como as ações referentes à aplicação dos incentivos fiscais dirigidos às empresas inovadoras (Lei do Bem) ou aos programas em setores estratégicos, tais como energia e recursos minerais, dependem fortemente do amplo conceito associado à inovação.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">No cenário mundial contemporâneo, inovação é reconhecidamente instrumento fundamental para o desenvolvimento sustentável, o crescimento econômico, a geração de emprego e renda e a democratização de oportunidades. Inovação também está presente como fator cada vez mais determinante na formação de recursos humanos envolvendo profissionais preparados para atender as demandas diversas e complexas da sociedade e de suas empresas inovadoras. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Interessante observar que inovação associa-se com vários elementos absolutamente essenciais. Entre eles, a inovação genética que permitiu que ao longo de um processo dinâmico de seleção das espécies a humanidade tivesse se construído. As inovações sociais que viabilizaram as tantas civilizações até os nossos dias. A inovação tecnológica com seu centro na máquina a vapor no séc. XVIII propiciou a explosão da revolução industrial e com ela as mudanças civilizatórias decorrentes. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Educação é outro campo que foi objeto de tantas inovações e com elas conviveu e se transformou, bem como ajudou a gerar outros tantos empreendimentos inovadores. Ao longo de sua história, teve pelo menos três etapas cruciais, começando pelas iniciativas na Grécia Antiga no séc. V a.C., da Academia e do Liceu no período de Sócrates, Platão e Aristóteles, quando se inovou na forma dos homens se relacionarem, especialmente em ensinar, em construir escolas e em estabelecer relações inéditas entre mestres e aprendizes. Posteriormente, um novo marco inovador deu-se a partir da invenção da Imprensa com Gutenberg, ao final da Idade Média no séc. XV. Por fim, e não menos importante, uma transformação educacional contemporânea, a terceira grande revolução, representada pelo universo das tecnologias educacionais inovadoras, da dominância de mídias e de sua adequada apropriação aos processos de ensino aprendizagem.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Enfim, seja em qualquer esfera, inovação hoje é reconhecidamente um dos fatores decisivos para o desenvolvimento econômico e social de uma nação. Indicadores de crescimento atuais demonstram que inovação contribui com mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) dos países, segundo os dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico-OCDE. No Brasil, a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e o Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI 2007-2010) consideram a inovação um dos fatores centrais para o fortalecimento sustentável da posição do Brasil no cenário internacional.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Assim, o conhecimento científico-tecnológico, bem como a inovação por ele engendrada, são patrimônios sociais que permitem gerar desenvolvimento sustentável, ampliando a produtividade e a competitividade do país, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, através da aceleração da criação e qualificação de empregos, e a democratização de oportunidades. O conceito de inovação, em geral, é correlacionado com pesquisa e desenvolvimento (P&D), porém distinto e mais amplo, estando necessariamente associado à aplicação do conhecimento pelo mercado. Inovação implica tecnologia, máquinas e equipamentos, produtos e processos, mas vai além, contemplando também mudanças incrementais, novas funcionalidades, bem como melhorias na gestão ou novos modelos de negócios, associados à conquista ou criação de novos mercados.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">As conexões entre ciência e tecnologia com inovação tecnológica têm uma face mais evidente no que diz respeito ao mundo das indústrias de manufatura. No entanto, deve-se considerar que, atualmente, entre metade e três quartos da riqueza produzida no planeta é criada não pela produção de coisas físicas, produtos, mas sim pela prestação de serviços.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Um ambiente que favorece a inovação nas empresas é induzido pela existência no país de ciência avançada e pela capacidade regional de formar recursos humanos de ponta, mesmo que estas últimas atividades tenham seus centros de atividades na academia. Favorecer inovação não significa que seja suficiente ter boa ciência e formação de recursos humanos. Boa ciência é imprescindível; só não é suficiente. O estímulo às atividades de risco faz parte do jogo que conecta a inovação com a oferta ao mercado de produtos, processos e novas funcionalidades. Viabilizar bons ambientes de negócios demanda, adicionalmente, um conjunto complexo de condições favoráveis em vários setores.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">A perspectiva empresarial de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) como fonte de riqueza econômica é crucial para que as demandas de tecnologia e da inovação tenham seus processos de indução, adaptação e implementação agilizados e contribuam para que a ciência produzida tenha também como horizonte suas aplicações potenciais, sejam elas decorrentes de demandas empresariais ou da necessidade para execução de políticas públicas. É necessário integrar cada vez mais a política de C,T&I à política industrial para que as empresas sejam estimuladas a incorporar a inovação em seu processo produtivo, forma mais eficiente de aumentar sua competitividade global.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Parte do relativo sucesso do incremento recente de investimentos privados em P&D decorre de um conjunto de instrumentos de fomento ofertando recursos para crédito, subvenção e investimentos reembolsáveis e não-reembolsáveis, conforme possibilidades abertas pela Lei de Inovação, de dezembro de 2004, e pela Lei do Bem, de novembro de 2005, além da Lei de Informática, entre outras iniciativas. Ampliou-se assim o escopo das ações mais tradicionais e, em decorrência, o leque de opções de acesso para todos os tipos de empresa.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">A subvenção, prevista na Lei de Inovação, administrada pela Finep, permitiu que nas áreas selecionadas uma subvenção não reembolsável de mais de R$ 1,5 bilhão tenha sido contemplada às empresas inovadoras nos últimos quatro anos. Valor esse complementado por vários outros investimentos de maior monta, especialmente reembolsáveis, acessíveis às empresas que inovam, em inúmeras outras modalidades operadas pela Finep e pelo Banco Nacional de desenvolvimento Econômico e Social-BNDES.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Por sua vez, a Lei do Bem concede incentivos fiscais para empresas que realizem atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica. Relativo ao ano de 2006, 130 empresas declararam investimentos em pesquisa e desenvolvimento de aproximadamente R$ 2,2 bilhões. Já em 2007 saltaram para 300 empresas declarando mais de R$ 5,1 bilhões. No ano passado (relativo ao ano de 2008), o número de empresas saltou para 460 e os investimentos atingiram cerca de R$ 8,8 bilhões. Ou seja, em apenas três anos o incremento de empresas é da ordem de 240% e de valores de 300%. Somente nesse item, os investimentos das empresas em pesquisa e desenvolvimento em relação ao PIB brasileiro, saltaram de 0,09% em 2006 para 0,19% em 2007 e atingiram 0,30% do PIB em 2008.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">A SETEC, representando o MCT, coordena o Comitê Interministerial de Acompanhamento da Lei de Inovação, em conjunto com CAPES (representando o Ministério da Educação) e o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior e a Comissão Técnica Interministerial do Marco Legal da Inovação com representantes do MEC, do MDIC, do MP, MF e da SRB, às quais têm contribuído para identificar condições e situações jurídicas ou operacionais que dificultem ou limitem a aplicação da Lei de Inovação e da Lei do Bem; propor atos legais complementares ou iniciativas para aperfeiçoamento de dispositivos das Leis, inclusive aquelas explicitamente referenciadas; harmonizar e consolidar o entendimento das disposições desses marcos legais e seus atos suplementares, com vistas a orientar os órgãos e entidades alcançados por sua aplicação; e acompanhar a implementação das disposições previstas nas referidas Leis e seus atos suplementares.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">O Programa SIBRATEC é fruto de uma visão de inovação que incorpora serviços tecnológicos e extensão como ingredientes a serem conjugados com inovação propriamente dito, tal que todas as dimensões sejam atendidas adequadamente. Sem metrologia de qualidade e laboratórios disponíveis capazes de confiavelmente avaliar a conformidade de produtos e processos, não há inovação que vigore no complexo campo das disputas comerciais. Assim, hoje temos 56 redes articuladas nacionalmente, sendo 20 de serviços tecnológicos, 22 de extensão, arranjadas estadualmente, e 14 redes de centros de inovação, que estabelecem pontes entre a excelência acadêmica e a efetiva demanda empresarial. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Para levar adiante os projetos de inovação e incrementar as parcerias entre empresas e academia, a SETEC tem atuado fortemente na consolidação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), os quais resultam da Lei de Inovação e de sua regulamentação. A criação, bem como sua consolidação, dos NITs nas Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) está entre as ações previstas na Lei de Inovação, com a finalidade de propor, acompanhar e avaliar as políticas de inovação, visando a promoção, a proteção e a manutenção da propriedade intelectual e estimulando a transferência das novas tecnologias para o setor empresarial. A SETEC também tem apoiado a implantação e consolidação dos NITs nas Instituições Científicas e Tecnológicas por meio de Chamadas Públicas e da articulação com o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia-FORTEC, que tem garantido um processo de disseminação da cultura da inovação e da proteção da propriedade intelectual proveniente das pesquisas acadêmicas e uma maior integração com as empresas no sentido da inovação. Assim, a SETEC, em conjunto com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos-CGEE, o FORTEC, Capes, MDIC, Finep, entre outras entidades, está iniciando a organização da Conferência Nacional dos NITs, os quais hoje já são em número de 157 no País, evento esse previsto para novembro de 2010. </span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Quanto à propriedade intelectual no âmbito do MCT, recentemente a SETEC recuperou seu papel de coordenar internamente o Grupo Assessor de Propriedade Intelectual (GTA-PI) responsável por contribuir na consolidação de uma política unificada acerca d tema propriedade intelectual no Ministério. </span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Uma área também muito relevante de atuação da SETEC, fortemente aderente a inovação, refere-se aos incetivos fiscais para a criação e consolidação de empresas intensivas em tecnologia, tal como disposto no Programa Nacional de Apoio às Incubadoras e Parques Tecnológicos (PNI), por meio do estímulo a esses arranjos facilitadores do desenvolvimento econômico. </span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Segundo a Associação Nacional de Entidades promotoras de Empreendedorismo - ANPROTEC, como resultado do movimento das Incubadoras de Empresas, o quadro que se tem hoje é composto por cerca de oito mil empresas inovadoras, R$ 3,5 bilhões anuais de receita de empresas graduadas, 35 mil empregos qualificados diretos e impostos gerados de R$ 450 milhões anuais, sendo da ordem de R$ 500 milhões o total de investimentos ao longo dos últimos anos. Quanto aos Parques Tecnológicos, 74 iniciativias auto-identificadas existem no Brasil, de acordo com publicação da ANPROTEC em 2009..</span></p><p align="justify"></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Há que se destacar também o papel na divulgação da inovação e de seus instrumentos, por meio do Programa Pro-Inova, coordenado pela SETEC, e que no momento associa-se à Mobilização dos Empresários pela Inovação-MEI, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria-CNI e que planeja como nova ação a curto e médio prazo a formação de milhares de gestores de inovação para as empresas, bem como estimular os correspondentes projetos e planos de inovação respectivos. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Em complemento, a SETEC, em conjunto com CNPq, por meio do Programa RHAE-Pesquisador na Empresa, em editais de âmbito nacional, com rodadas regularmente fixadas e amplamente divulgadas, já apoiaram 303 empresas com 1.750 bolsas para recursos humanos qualificados em apenas dois anos (2008/2009), ou ainda em ação conjunta e descentralizada com diversas FAPs das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, tem desenvolvido ações específicas para o aumento de pesquisadores mestres e doutores em setores empresariais, especialmente em empresas de micro, pequeno e médio porte, por meio da concessão de bolsas aos pesquisadores para o desenvolvimento de atividades de pesquisa tecnológica e de inovação. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Por fim, mas não menos relevante, cabe à SETEC a presidência de dois dos fundos setoriais: o de energia e o de recursos minerais. No primeiro (energia), além das ações de estímulo à inovação na área, temos participado juntamente com a Agência Nacional de Energia Elétrica-ANEEL da compatibilização e harmonização das políticas de aplicação dos recursos previstos no fundo setorial de energia bem como na ANEEL. Quanto às ações em recursos minerais, houve recentemente a formação de uma Comissão Interministerial (Minas e Energia e Ciência e Tecnologia) para definição de uma política nacional para os minerais estratégicos do País. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Ainda há um longo caminho a ser percorrido. Mesmo assim, é certo que passos importantes têm sido dados na direção correta e existem sinalizações claras de que a sociedade brasileira em geral e os empresários em especial vêm gradativamente incorporando o conceito de inovação nas suas agendas de investimentos. Enfim, inovação na sociedade e nas empresas tende a ser, cada vez mais, um item fundamental para medir o atual estágio de cada país ou região e ser especialmente útil para apontar possibilidades futuras e potenciais efetivos de desenvolvimento.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">A SETEC/MCT pode e deve ter participação decisiva na consecução dessas tarefas, em especial naquelas funções que lhe são próprias e específicas. Nosso papel, circunscrito na temporalidade do cargo, deve ser o de consolidar os projetos e programas em curso, visando a garantir a continuidade necessária em função de uma política de Estado, condição imprescindível para que nos próximos 12 anos, que nos separam do bicentenário de nossa independência, o Brasil cumpra seu destino de ser uma nação soberana e justa.</span></p><br /><p><span style="font-size:130%;">Finalmente, ainda que durante o percurso, ressalto a confiança depositada pelo Ministro Sergio Rezende, o trabalho de excelência e solidariedade dos colegas da SETEC e do MCT, bem como de todos os demais parceiros neste um ano de aprendizagem, de muitas atividades e avanços.</span></p><p><span style="font-size:130%;"><em>(Imagem acima de MundoSEBRAE)</em></span></p><p><span style="font-size:130%;"></span></p></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-53840175580590349552010-04-26T08:08:00.000-07:002010-04-26T08:31:23.073-07:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-size:180%;"><span style="color:#000099;">Dez Tendências Educacionais no Brasil</span></span></span><br /><br /><span style="font-size:180%;color:#3366ff;"><em>Ronaldo Mota</em></span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A compreensão adequada do mundo atual passa por, a partir do conhecimento do passado e da percepção do presente, ampliar nossa capacidade em definir tendências. Estudar tendências não é o mesmo que prever futuros, mas sim tratar analiticamente as possibilidades múltiplas do futuro. Ou seja, em todas as áreas, é possível, enfrentar os desafios de apontar cenários, a partir das leituras que temos do presente e das análises que desenvolvemos sobre o passado. Educação é uma dessas áreas. Tais prospecções costumam, tradicionalmente, ser divididas em pelo menos dois blocos tradicionais, as megatendências e as microtendências. As primeiras dizem respeito às grandes evoluções visíveis e decorrentes do momento atual de forma mais direta e evidente. As segundas, por sua vez, caracterizam-se por aquelas pequenas forças capazes, potencialmente, de gerar mudanças também significativas, ainda que decorrentes de fenômenos em escalas menores. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A educação brasileira é um corpo macroscópico, relativamente pesado, com grande inércia, ainda que no seu interior movimentos de pequeníssimas escalas, que somente sobrevivem em função de suas reduzidas dimensões, continuem a brotar e fazer sentir seus efeitos na estrutura maior. Assim são as tendências educacionais.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A discussão aqui apresentada terá como centro a educação superior, muito embora os elementos do debate sirvam identicamente aos demais níveis educacionais. Mesmo assim, é evidente que o ensino superior é campo particularmente fértil para observarmos tendências educacionais. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Listaremos a seguir dez tendências educacionais, sendo que muitas delas se cruzam, compartilhando aspectos, espaços e motivações, mas todas têm em comum a escala e a repercussão potencial.</span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"><em>Tendência 1: Educação flexível, em oposição às modalidades tradicionais presencial e a distância</em></span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996) apresentou uma inovação no seu art. 80 abrindo oportunidades do ensino a distância em os níveis de ensino. A partir daí, corroborado por decretos e portarias sucessivos, cada vez se cristalizou um cenário de duas modalidades distintas e, à vezes, antagônicas: presencial e a distância. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Temos tido oportunidades de presenciar verdadeiros gladiadores em clima de guerra permanente defendendo os dois lados como se fora coisas distintas em permanente oposição. Bastante comum ouvir-se, por parte de incautos, frases do tipo: “não acredito em educação a distância”.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Nada mais insensato do que negar espaço às novas tecnologias na educação. Como pouco razoável seria esperar que a LCB de 1996, debatida à exaustão ao longo dos anos anteriores, fosse capaz de antever os avanços e níveis de acessibilidade das tecnologias inovadoras que temos hoje disponíveis ao mundo educacional.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Assim, emerge no cenário atual uma tendência denominada educação flexível, a qual incorpora as duas chamadas modalidades. Esta tendência surge em contraposição à caracterização macro geral que acredita nas duas modalidades como coisas separáveis, distintas e até mesmo antagônicas.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Enquanto se compararem presencial e a distância enquanto duas modalidades sem pontos de superposição, não haverá respostas boas, dado que sempre as perguntas serão erradas. A pergunta a ser respondida que permanece diz respeito às ferramentas que devemos utilizar para propiciar uma educação compatível com o mundo contemporâneo. Assim, não há resposta que se exima de contemplar os bons instrumentos presentes nas duas modalidades. Educação flexível, enquanto tendência, mas com enorme potencial, assim o faz.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">O</span><span style="font-size:130%;"> mundo do trabalho está a exigir profissionais mais bem formados do que simplesmente informados, onde a capacidade de trabalhar em equipe e a preparação para educação permanente ao longo da vida estejam presentes. Enfim, habilidades e competências capazes de fazer com que o profissional não tema o novo e esteja preparado para desafios, sejam eles quais forem. Tais ingredientes serão definidores do sucesso ou insucesso das empreitadas.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Assentado nos argumentos dos mecanismos autoinstrutivos tradicionais, buscando compatibilidade com os perfis dos estudantes atuais e com os futuros profissionais que pretendemos formar, as considerações apresentadas valem indistintamente para a modalidade presencial ou a distância.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">As atividades propostas aos estudantes que precedem os momentos presenciais não têm a intenção de substituí-los, mas de prepará-los para uma nova dinâmica de sala de aula. As abordagens aqui propostas aproximam-se daquilo que costumamos denominar de modalidade híbrida flexível, a qual procura combinar os elementos mais adequados das duas modalidades, presencial e a distância.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">As tecnologias inovadoras que puderem ser incorporadas são essenciais, ainda que ferramentas do processo, viabilizando que o conteúdo das disciplinas, bem como seus cronogramas e outras funcionalidades, estejam acessíveis aos estudantes desde os primeiros momentos da relação professor-estudante.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Educação flexível permitirá que num cenário próximo (de existência limitada no presente) que cada estudante ao início do calendário letivo possa, por exemplo, escolher algumas disciplinas com características mais presenciais e outras a distância. Aquelas hoje chamadas presenciais farão uso de muitas ferramentas que atualmente associamos com a distância. Por sua vez, as disciplinas ditas a distância incorporarão cada vez mais atributos da presencialidade, trabalhos em equipe com seus colegas, laboratórios etc., originalmente características que costumamos associar com a modalidade presencial. </span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#3333ff;"><em>Tendência 2: Andragogia versus pedagogia</em></span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A segunda tendência diz respeito às concepções andragógicas, associadas à necessidade de repensar nossas metodologias educacionais à luz do fato que boa parte de nossos estudantes da educação superior brasileira está alterando rapidamente seu perfil de faixa etária, origem sócio-econômica e suas expectativas.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Os dados do INEP apontam que já são mais de 40% das matrículas no ensino superior de estudantes com mais de 25 anos. No setor privado já é a maioria e com a expansão nas universidades federias, especialmente através de cursos noturnos, cruzaremos para a próxima década com a maioria dos estudantes neste novo perfil. Seria inaceitável se os as estruturas curriculares e os métodos de ensino-aprendizagem continuassem replicando as metodologias do ensino básico, as quais mesmo para aquele nível são questionáveis. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Os dados recentes do Instituto de Estudos e Pesquisas do Ministério da Educação (INEP) apontam que já são mais de 40% das matrículas no ensino superior de estudantes com mais de 25 anos. No setor privado já é a maioria e com a expansão nas universidades federias, especialmente através de cursos noturnos, cruzaremos para a próxima década com a maioria dos estudantes neste novo perfil. Seria inaceitável se os as estruturas curriculares e os métodos de ensino-aprendizagem continuassem replicando as metodologias do ensino básico, as quais mesmo para aquele nível são questionáveis. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Ainda assim, por incrível que pareça, a pedagogia (de <em>paidós</em>, criança em grego) permanece sendo a abordagem absolutamente dominante, independente e indistintamente de estarmos lidando com crianças, jovens, adultos ou população mais idosa. </span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">A</span><span style="font-size:130%;">ndragogia (derivado de <em>andros</em>, de homem, genericamente, adulto) não é conceito recente, mas a apropriação de suas idéias ocupa um espaço ainda tão ínfimo que educação de adultos chega a constituir-se em nicho de estudo de especialistas e obcecados, como se fora uma excepcionalidade, o que não é mais no mundo contemporâneo. Assim, a massa de adultos estudantes é macro, mas a sua percepção que gere efetiva ação, compatível com o tamanho do fenômeno, é desproporcionalmente pequena. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Na verdade, andragogia é um conceito educacional diferenciado, especialmente voltado à educação de adultos, permitindo oportunizar experiências educacionais inovadoras. Nessas abordagens, os estudantes têm um papel mais ativo em seus processos de aprendizagem, em coerência com as perspectivas de formação continuada e ao longo da vida, superando o período de educação escolar tradicional.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">O centro do processo ensino-aprendizagem tradicional está na atuação do professor e calcado na concepção de transferência simples de conhecimento. Abordagens educacionais baseadas em inovadoras metodologias buscam centrar na aprendizagem do estudante e nas relações que ele estabelecia com o seu entorno, tanto as pessoas, as múltiplas relações estabelecidas, bem como suas experiências com a natureza que o cerca.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Dentro das abordagens andragógicas, haverá uma tendência crescente no sentido de recuperar o Método Keller. Trata-se de método, também conhecido como Processo Auto-Instrutivo, o qual faz uso de uma estratégia no processo ensino-aprendizagem que é diferente substancialmente das metodologias tradicionais, as quais são baseadas tipicamente em aulas expositivas como meio primário segundo o qual os estudantes tomam contato com a matéria. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Uma limitação percebida na aplicação do Método Keller ao final do século passado foi exatamente quanto à disponibilização adequada do material prévio ao estudante. Uma nova base tecnológica, propiciada pelos avanços recentes nas tecnologias de informação e comunicação, permite um novo momento e novas ferramentas. Assim, uma releitura positiva do tradicional Método Keller, à luz da incorporação efetiva das tecnologias inovadoras, é possível e imprescindível ser realizada.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><em><span style="color:#3333ff;"><span style="font-size:130%;">T</span><span style="font-size:130%;">endência 3: Compatibilizar o futuro profissional com o mundo contemporâneo</span></span></em><br /><br /><span style="font-size:130%;">De fato, no que concerne às aulas tradicionais, pouco ou nada tem se alterado ao longo de décadas. O mundo extraeducação tem se alterado com rapidez e profundidade absurdas, enquanto as metodologias educacionais adotadas têm se mantido essencialmente as mesmas. O mundo altera em ritmo macro, a educação tradicional modifica-se em velocidade nano. O que esperar de um profissional, egresso de um curso superior, é tudo menos o mesmo, se compararmos décadas atrás com os tempos atuais. Um grande complicador é que o que se espera atualmente, em termos de competências, inclui os requisitos de ontem, demandando novos atributos sem abrir mão dos anteriores. Um resumo de todas as mudanças está na diferenciação entre competência técnica e competências múltiplas.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A radicalidade das mudanças necessárias invade todos os aspectos e ambientes, incluindo o espaço físico. No entanto, a sala de aula é sempre a mesma e reproduz e reforça o padrão do bom comportamento desejável do estudante calado. Sentado em fileiras, invariavelmente bem separadas e organizadas tal que, dispostos um atrás do outro, estejam maximamente distanciados. Preparados para copiar a fala do professor e estudar depois, tal como previsto e apregoado. O espaço organiza a não interação, o não discurso entre os pares, em total não sintonia com o mundo do trabalho em que os estudantes, no futuro, estarão imersos em suas vidas profissionais.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">O aspecto comportamental é absolutamente crucial quando um profissional depara-se com um problema inédito, um tema inovador ou tecnologias recentes. Se ao longo do período escolar, o qual é rigorosamente infindo, essas emoções, que preparam para enfrentar desafios, não foram trabalhadas, este suposto cidadão, ainda que dominando as técnicas convencionais, terá enorme chance de fracasso. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Não é mais aceitável que a preparação para ambientes tão distintos, o passado e o futuro, seja a mesma. No entanto, em que pesem boas iniciativas recentes, em boa parte das práticas educacionais, os processos avaliativos ainda baseiam-se em relações simples e singulares entre um educando isolado e um problema discreto e dissociado.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A competência de liderança dos estudantes, a capacidade de assumir iniciativas, a habilidade gerencial, a valorização do potencial criativo e da sensibilidade quanto ao ambiente em que estão imersos são atributos que raramente estão presentes nas avaliações, tanto de ingresso como de saída, dos estudantes de graduação. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Para tratar do avesso do avesso, insisto que nada disso isenta a necessidade de profundo conhecimento dos aspectos técnicos específicos (capacidade técnica). Os estímulos às novas competências não menospreza o conhecimento tradicional e mesmo os procedimentos padrão de avaliação. Não se trata de substituir, mas sim de agregar. Ensinar não ficou mais simples, transformou-se em mais complexo, como a vida e o mundo do trabalho que nos cerca.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#3333ff;"><em>T</em></span><span style="font-size:130%;"><em><span style="color:#3333ff;">endência 4: Contribuições centrais dos laboratórios e do trabalho em equipe</span></em> </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Dois elementos educacionais, que por descuido têm sido entendidos como meramente complementares, são, de fato, essenciais no processo ensino-aprendizagem. São eles:1. o laboratório como espaço de prática, onde os conceitos são consolidados, os pensamentos abstratos assumem a solidez da experimentação e efetiva-se a oportunidade de erros e acertos, simulando o exercício mais próximo possível da atividade profissional, reforçando as bases do pensar segundo o método científico;2. o trabalho em equipe, onde aspectos primordiais do aprendizado são explorados, via construção coletiva, onde a percepção do(s) outro(s) é experimentada e desenvolvida, despertando e incrementando o (re)conhecimento das limitações e potencialidades, próprias e dos demais, além de ser espaço preferencial para cultivar o respeito à tolerância e à diversidade. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Em complemento à competência técnica, existem múltiplas habilidades a serem desenvolvidas e estimuladas. Entre elas, destaco a competência emocional, a capacidade de trabalhar em equipe e a vivência em laboratórios no enfrentamento de situações problemas, elementos em geral inexistentes, ou muito pouco explorados nos currículos típicos.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A dinâmica que leva esses dois elementos (trabalho em equipe e uso de laboratórios) de aspectos marginais pra centrais está fortemente relacionada ao perfil do futuro profissional que pretendemos formar Nossos tempos atuais diferem dos anteriores (uma década ou mais) por várias características. Destaquemos algumas:a) o mundo do trabalho costumava ser mais previsível, permitindo ser o conteúdo formativo mais definido;b) os limites de informações mínimas exigidas e necessárias eram mais bem delimitados, tal que os currículos e os programas das disciplinas duraram por anos, às vezes, décadas;c) as tecnologias envolvidas alteravam-se pouco e em ritmo compatível com preservar uma proximidade aceitável entre o que era utilizado em sala de aula e o que era demandado na vida profissional;d) uma vez formados, era até aconselhável novos estudos, mas, mesmo sem eles, havia espaço abundante de sobrevida na profissão;e) a maior parte das tarefas poderia ser realizada primordialmente de forma individual, quase solitária, ainda que inserida no coletivo; e f) a capacidade de texto, tanto interpretação como elaboração, era relativa, não causando grandes embaraçados a quem não a dominasse efetivamente. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Nenhuma das características acima permanece. Pelo contrário, um furacão parece ter varrido do mapa aqueles postulados, demandando novos paradigmas urgentes. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">As instituições educacionais terão muita dificuldade em prever os desafios que seus estudantes, uma vez profissionais do mundo do trabalho, enfrentarão. Não por alguma deficiência delas, mas sim pelas características inerentes aos tempos atuais, onde os problemas que eles enfrentarão demandarão soluções que são exatamente aquelas associadas a questões de natureza imprevisível. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Assim, ter como elemento curricular, de alguma forma, o estímulo a como se portar perante o não previsto torna-se crucial. Por sinal, postura e solução são elementos igualmente relevantes para consolidar processos formativos capazes de encaminhar pessoas sem medo do inédito, do não previsto, do desafio a ser superado. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A partir de nossos tempos, a velocidade e facilidade de acesso à informação, bem como sua quantidade, se aceleram ao ponto de podermos definir que a informação não é mais um problema. A sua correta seleção e o seu adequado uso são os verdadeiros desafios envolvidos. A informação bruta sempre estará disponível, cada vez mais. O que fazer com ela passa a ser o ponto crítico. É o apogeu da memória dando espaço para o raciocínio. Passamos, rapidamente, de processos iminentemente informativos para essencialmente formativos. Não ficou mais simples, ficou mais complicado, porém, irrecorrível, dado que é assim que se molda o mundo atual.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">As tecnologias costumavam durar mais. Idos tempos. A ficção confunde-se com o real exposto ao simples fluxo natural do relógio. A escala de tempo entre o ingresso e a formatura de um curso de graduação não resiste à comparação entre tecnologias disponíveis nas duas extremidades. É a não permanência das tecnologias. Ou seja, o início da prática profissional já defasará do começo do processo formativo, agravado pelo fato que o exercício tende naturalmente a se dar com equipamentos mais sofisticados que usualmente as escolas conseguem tentar acompanhar. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Dado o inevitável, há que se formar pessoas sem medo de inovações tecnológicas, sejam elas quais forem. Postura frente ao inédito passa a ser mais ou tão importante como conhecê-lo, dado que perene, permanente, hábito, costume. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Estamos no mundo da educação permanente, ao longo de toda vida, etapas que se sucedem, sendo estudantes para sempre. Ou nos acostumamos a esta nova realidade ou ela nos atropela. </span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">S</span><span style="font-size:130%;">ão etapas infindas, sucessivas e permanentes.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">O estudante ser mais ou menos sociável ou introspectivo tem sido tratado como da esfera individual e relativamente dissociado do processo avaliativo. Na verdade, os testes individuais, que são os dominantes, às vezes exclusivos, tendem a enaltecer somente elementos individualizantes, quase não percebendo ou computando características associadas ao comportamento no coletivo. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">No entanto, a experiência de vida prática evidenciará como e em que medida a dimensão de saber trabalhar em equipe preponderará. Entender as limitações do outro, saber explorar as características positiva dos elementos de um grupo de trabalho, estabelecer sincronia e determinação coletiva e espírito de equipe definirão, na maior parte dos casos, o sucesso ou o insucesso de uma empreitada na vida real. Isso é válido em todas as esferas de atividades humanas, sem exceção, ainda que respeitadas as peculiaridades em cada uma delas.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Por fim, no passado a capacidade de comunicação escrita poderia ser, no limite, dispensada. Hoje passa a ser vital e central, sendo que os laboratórios e os trabalhos em equipe podem simular a melhor prática em direção a estimular tais habilidades. Da mesma forma, é estratégico para o bom processo formativo o hábito permanente da comunicação através das novas tecnologias e elementos multimídia como meio de expressão de uma idéia, bem como a capacidade de entender novos pensamentos e raciocínios sofisticados.</span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;"><em><span style="color:#3333ff;">Tendência 5: Simples, basta estudar antes</span></em> </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Não há teoria educacional aceitável que não esteja baseada na prática. Pouco coopera também a prática dissociada e que dispensa teorias, dado que errática. Se um resumo fosse necessário para identificar de forma sintética a “novidade” ou “característica” do processo proposto, diria que o melhor seria: Simples, basta estudar antes. Pode parecer simples, mas essas experiências educacionais que trabalham com a devida priorização esse aspecto (estudar antes) têm escala nano comparadas à macro escala do ensino tradicional, no qual o estímulo central baseia-se no estudo após a aula. Há experiências em curso, mas elas ocorrem na escala de um para milhares, milhões ou mesmo bilhões de práticas tradicionais.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A proposta de estudar antes das aulas lembra, guardadas as diferenças e circunstâncias, uma frase presente nas manifestações estudantis de 1968 na França: sejamos realistas, peçamos o impossível! A semelhança entre o realismo e o impossível é o caminho em construção. Ninguém imagine a tarefa simples ou imediata.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Trata-se efetivamente de mudar uma cultura. Antiga por que calcada em hábitos que vem da educação básica e arraigada por que envolvendo todos os atores, tanto alunos como professores. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">No entanto, não há outro caminho capaz de formar pessoas preparadas adequadamente aos </span><span style="font-size:130%;">nossos tempos, daí o realismo. </span><span style="font-size:130%;">Para termos noção da dimensão do problema, bom recordarmos que em nossa cultura educacional a criança com seis ou sete anos é obrigada a ir à escola. E é bom que seja assim. Os pais ou responsáveis respondem legalmente pelo não cumprimento dessa obrigação.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">De forma que, mesmo empurrados pelos braços, os alunos iniciam a vida escolar no ensino fundamental e permanecem ao longo do ensino médio, para aqueles que atingem este nível. Em suma, permanecem as características de escola enquanto obrigação e o ideal do aluno associado fortemente ao ato de estudar, somente depois, aquilo que foi ministrado previamente em sala de aula.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Considerando que até o passado recente o ensino universitário era predominantemente de acesso às classes sociais médias e altas, o caso mais comum (típico) era de jovem em torno de vinte anos, seguindo para universidade quase por inércia, imediatamente após o ensino médio, por impulso social, quase sempre sem compromisso com o trabalho e com hábitos e costumes totalmente "grudados" naqueles mesmos do ensino médio.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Coerente com tal perfil, os métodos educacionais adotados não procuraram em nada destoar das metodologias pedagógicas anteriores, muitas vezes agravados pelo estímulo à memorização e preparação a responder questões, elementos típicos associados aos processos seletivos que ainda perduram.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Tal cenário tem sido invadido por todos os lados e, às vezes, demoramos em percebê-lo, dando uma sobrevida a algo que não mais responde às novas realidades. Os estudantes já não são os mesmos, sendo que na virada desta década, que estamos próximos, a maioria do corpo discente terá mais de vinte e cinco anos, serão casados, com filhos, trabalhando e, em geral, estudando à noite.</span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#3333ff;"><em>Tendência 6: Criatividade e o papel do docente</em></span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A civilização Micênica, em torno do século XVII a.C., constituiu-se no primeiro império do mundo ocidental em função de controlar o bronze e, a partir dele, obter ferramentas para uma agricultura, que gerava excedentes, e armas de guerra, que permitiram escravizar seus vizinhos. </span><span style="font-size:130%;">Foram, posteriormente, derrubados pelos Dórios, no século XII a.C., que, por sua vez, dominavam o ferro, superior ao bronze naquelas finalidades.Mais recentemente, houve um período da história da humanidade onde o país que controlasse as colônias, conseqüentemente o fluxo de matérias primas, transformava-se numa nação dominante. Em seguida, a prioridade esteve associada ao controle do processo industrial e da apropriada manipulação da ciência e, especialmente, da tecnologia dela decorrente.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Considerar o passado ajuda a entender o presente e ousar analisar o futuro. Temos muito poucos elementos para saber o que será, nos próximos anos, determinante na relação entre países e entre grupos sociais dentro de um mesmo país. No entanto, se tivéssemos que apostar, em uma única palavra, para definir o que está por vir como determinante, provavelmente, a palavra-chave seria criatividade.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">De novo, não tem nada de inédito em ressaltar o estímulo à criatividade enquanto elemento central, mas as experiências que assim se traduzem ocorrem numa escala tão diminuta, quase imperceptível numericamente. No entanto, isso não minimiza a importância do tema. Ao contrário, a escala da relevância do tema é macro, ainda que as escalas em curso sejam pequenas. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A dificuldade, no entanto, começa por não termos uma definição precisa do que seja afinal criatividade. A mais abrangente abordagem trata do tema como estando associada, genericamente, à ação do indivíduo ou de um grupo, os quais, usando os símbolos e conceitos de um dado domínio, introduzem uma nova idéia e essa novidade é selecionada pelo coletivo como relevante para o desenvolvimento do próprio domínio.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Criatividade está também associada a processos de mudança, de desenvolvimento e de evolução na organização da vida subjetiva, através da manipulação de símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Seria mais adequado afirmar que dentro do amplo universo de conceitos sobre criatividade, eles se assemelham e muitas vezes se complementam. Os diversos conceitos estão ligados a estilos de pensamento, características de personalidade, valores e motivações pessoais ou coletivas, bem como a fatores de ordem social e normas previamente estabelecidas.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Portanto, criatividade está associada a variáveis diversas, contendo elementos de natureza complexa, de características multifacetadas, envolvendo uma interação dinâmica entre elementos relativos à pessoa, o coletivo, o ambiente, valores e normas culturais. A criatividade contempla associações e combinações inovadoras de planos, modelos, sentimentos, experiências e fatos.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Etimologicamente, criatividade deriva de criar, do latim creare, que significa dar existência ou estabelecer relações até então não configuradas no universo do indivíduo ou do coletivo.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Educacionalmente é preciso estabelecer que criatividade não é privilégio de selecionados, podendo e devendo ser desenvolvida através de determinadas condições que colaboram com suas manifestações ou com a amplificação das mesmas.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Mesmo não excluindo ninguém de potencial criativo, é certo também que alguns indivíduos já apresentam, naturalmente, maiores evidências desse padrão de comportamento curioso, investigativo e voltado à experimentação, tanto em suas áreas de interesse ou em terrenos nem tão familiares, envolvendo outras culturas, tecnologias, idiomas etc.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A</span><span style="font-size:130%;">credita-se também que o potencial criativo tenha início na infância. Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a serem adultos mais ousados e propensos a agirem de forma inovadora. O inverso também parece ser verdadeiro.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Enfim, embora não saibamos nenhuma regra pré-estabelecida, podemos elencar fatores que podem ser positivos ou negativos (estimulam ou inibem), os quais dependem das características presentes na organização e nas concepções e nas posturas de seus gestores.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">A</span><span style="font-size:130%;"> grande novidade que enfrentaremos, em futuro bem próximo, será menos provar a extrema relevância da criatividade, mas sim a convicção que se trata de algo que podemos despertar e estimular ou, alternativamente, reprimir, inibir e sufocar. Em especial, perceberemos, cada vez mais, que Educação tem tudo a ver com criatividade.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Assim, no campo educacional, a criatividade está relacionada com a capacidade de absorver, transformar e produzir conhecimentos, cabendo à escola garantir as necessidades fundamentais e propiciar o ambiente adequado para que o estudante seja estimulado a criar, a partir do que já foi aprendido, lidando com o novo e despertando valores positivos associados à invenção em geral e à descoberta de conhecimentos originais.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Partindo do pressuposto que criatividade é uma capacidade que pode ser estimulada, ela esta está relacionada de várias formas aos atos de ensinar e de aprender, através de suas metodologias, no sentido amplo do termo.No meio escolar, se o educando estiver inserido num ambiente acolhedor e prazeroso, estimulador da inventividade e do apreço pelo novo, certamente isso contribuirá (pelo menos haverá uma chance maior) para que ele seja um cidadão e um profissional mais criativo nas etapas posteriores.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Fundamental é estar exposto à criatividade, ou seja, propiciar oportunidades e incentivar a busca de novas experiências, motivando testar hipóteses e, principalmente, estabelecendo novas formas de diálogos. Este processo fica mais rico ainda quando realizado com pessoas de outras formações, com diversos tipos de experiências e provenientes de diferentes culturas.A dificuldade é que sabemos muito pouco acerca desse suposto ambiente acolhedor e estimulador da criatividade.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Curiosamente, sabemos muito mais sobre como inibi-la, como bloquear inventividades e como dar espaço ao desprezo e ao preconceito contra o novo. São muitos os exemplos desses obstáculos, incluindo ambientes escolares desmotivadores, metodologias ultrapassadas e desconectadas da realidade do educando, viés autoritário e repressor etc.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Costuma-se dizer que saber o que inibe criatividade não é desimportante, é muito importante. Ao identificarmos os elementos que cerceiam inovações, temos metade do caminho cumprido em direção a gerar os ingredientes que despertam a inventividade e deixam fluir a capacidade de criação. Certamente o papel do professor no contexto escolar é crucial nessa mediação de processos ensino-aprendizagem que tenham como preocupação central desinibir aspectos associados à criação. Cabe especialmente (não exclusivamente) ao docente a difícil identificação dos fatores influenciadores (estimulantes e inibidores) da inventividade no ambiente educacional.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Alguns autores, analisando aspectos da criatividade, caracterizam quatro tipos de fatores ou barreiras, potencialmente bloqueadores da inventividade, estando esses fatores associados a: a) emocionais, quando as emoções e sentimentos agem sobre a capacidade de pensar, de comunicar as idéias e opiniões, com receios diante da possibilidade de fracasso; b) culturais e ambientais, quando as idéias e concepções de uma determinada sociedade, cultura ou grupo atuam de forma a inibir a quebra de paradigmas das próprias crenças, dificultando a aceitação a um novo modo de pensar; c) de intelecto e de expressão, que interferem diretamente na formulação de idéias, gerando inibição e desconforto na forma de expô-las com clareza e convicção; d) de percepção, onde os obstáculos impedem compreender problemas ou as informações necessárias para a sua resolução.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">As barreiras emocionais estão associadas às dificuldades do estudante em comunicar suas idéias por medo ou receio de uma possível rejeição ou de um eventual fracasso. Há que se criar, especialmente no espaço da sala de aula, um ambiente que valorize também o erro, tal qual o acerto, como elementos integrantes do mesmo processo de aprendizagem. O fracasso, ou aquilo que assim é entendido, deve ser lido como ingredientes motivadores na construção do processo dinâmico seguinte, tratando a superação com naturalidade. Não é simples essa construção, mas é fundamental que se persiga esta prática.Sobre os bloqueios culturais e ambientais, geradas por pressões sociais, culturais ou de um determinado grupo a que pertencemos, podem tornar não simples a aceitação de idéias diferentes ou divergentes daquelas tradicionalmente dominantes.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Bom destacar que se costuma associar o fato de maior diversidade de ritmos musicais a espaços mais propícios para o estímulo da criatividade. Haveria, em tese, uma correlação entre diversidade musical, seja ela produzida, praticada ou simplesmente ouvida, e ambientes criativos. Quanto mais ritmos musicais um grupo social, uma região ou um país dominam, praticam e divulgam, mais criativos tendem a ser seus habitantes ou componentes. Assim, ambientes que se caracterizam pela pluralidade, flexibilidade, diversidade e tolerância são, em princípio, mais propícios a derrubarem barreiras culturais e ambientais.Na escola, o professor, que além do conhecimento específico que o caracteriza, tem também um papel de orientador e facilitador, e deve estar atento a todas as situações. O ambiente escolar é composto por pessoas multiculturais e, felizmente, bastante diferentes entre si. Os preconceitos e pré-julgamentos devem ser pauta de discussões entre o corpo docente e o corpo discente para que todos possam compreender e respeitar as diferenças existentes dentro de qualquer grupo formado por pessoas. Ser diferente é normal.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Outro fator apontado por pesquisadores da área são as barreiras intelectuais. Essas barreiras bloqueiam a criatividade quando a escolha de (ou falta de) linguagens ou de estratégias para solucionar problemas acaba prejudicando, pois o indivíduo acaba desmotivado em buscar criativamente alternativas para transpor os problemas apresentados.Para que o desbloqueio intelectual, pode o docente trabalhar possíveis sistematizações de solução de problemas (existem várias), destacando os estágios clássicos envolvendo primeiramente a percepção do problema, a teorização do mesmo, o estímulo à inspiração sobre os possíveis caminhos, e, por fim, converter a idéia mental em idéia prática na busca da solução do problema proposto.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Dois elementos complementares contribuem para quebrar barreiras intelectuais. O estímulo à boa prática da expressão escrita, bem como da expressão oral, as quais compõem elementos determinantes no sucesso de qualquer profissional na realidade atual. Segundo, agrega-se a isso a capacidade de desenvolver-se e produzir em equipe, aspecto vital nas ações contemporâneas do mundo do trabalho. São elementos conectados, sendo que o trabalho em equipe é mecanismo fortemente estimulador da capacidade de comunicação, por sua vez as habilitadas de comunicação favorecem sobremaneira o trabalho em equipe.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Quanto ao bloqueio de percepção, um fator adicional que pode acarretar prejuízo é o excesso de informações, ou, especificamente, às vezes, de aulas expositivas, que, ao invés de clarear a respeito do que deve ser feito, acaba tendo um efeito contrário, gerando aquilo que Adams denominou “limites imaginários”.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Às vezes, os estudantes não conseguem avançar devido à ilusão da impossibilidade ou mesmo duvidam da capacidade própria de criar. Muito importante que o professor perceba, mais do que ninguém, que quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, parecem tender a criar mais. Quando sentem que não estão sob ameaça (de ser reprovados injustamente ou de cair no ridículo, por exemplo), os estudantes perdem o medo de inovar e revelam melhor suas habilidades criativas. Criatividade é o elemento mais importante dos processos educacionais do futuro e do presente.</span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#3333ff;"><em>Tendência 7: Artes e ofícios inovadores</em></span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A percepção e a compreensão acerca das artes e ofícios contemporâneos, que são caracterizados pela junção criatividade e inovação, ainda escalam na dimensão nano, ainda que já presentes raramente e em caráter quase pontual na educação superior, esta por sua vez tradicional na escala macro.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Nas décadas anteriores a formação em graduação nas diversas carreiras do ensino superior consistia basicamente em dotar os futuros formandos de um conjunto razoavelmente bem definido de conhecimentos específicos próprios de cada profissão. Tais conhecimentos contemplavam uma série de técnicas, métodos, procedimentos e uma formação geral associada a elementos específicos de cada área. Esses profissionais, assim preparados, enfrentavam, com relativo sucesso, uns mais outros menos, os desafios de um mundo do trabalho em algum nível previsível e programável.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">O início deste novo milênio apresenta uma dinâmica acentuada, mudanças impressionantes em prazos muito curtos, com fortes impactos no mundo do trabalho, demandando um repensar urgente e profundo na concepção do que significa formar alguém para o mundo contemporâneo. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A área de formação de recursos humanos é, entre todos os setores, a mais atingida por tais alterações. Mesmo assim, na prática, as mudanças ainda que já presentes em nosso cenário educacional, têm sido ainda tímidas, incipientes, localizadas e demoradas, em especial nos processos típicos de ensino-aprendizagem. Se pudéssemos denominar, genericamente, aquelas técnicas e procedimentos, próprios das diversas carreiras, de ofícios, diríamos que o mundo contemporâneo permanece exigindo aqueles conhecimentos com o desafio de exigir muito mais. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Este universo adicional refere-se também a uma dimensão da educação permanente, de um aprender continuado, onde a consciência dessa característica e o estímulo à capacidade do aprender a aprender aproximassem-se mais de elementos do universo das artes do que propriamente dos ofícios. Trata-se de preparar para o inédito, de dotar alguém do potencial para enfrentar problemas e tecnologias que não conhecemos e desafios que terminantemente não somos capazes de prever. Com criatividade e posturas diferenciadas. Assim o novo, que demanda ser feito, está mais para preparar o artista do futuro, que também contemple o profissional tradicional de antigamente.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Ao contrário dos velhos ofícios, na visão das artes e dos ofícios integrados e conjugados não há receitas, há sim elementos motivadores, como, por exemplo, modificar o conceito de bom estudante. Na visão primeira, o bom aluno referia-se àquele capaz de, a partir do que foi ministrado em sala de aula, pelo professor, estudar em casa, e preparar-se para demonstrar esse conhecimento posteriormente.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">No segundo enfoque, a partir de disponibilizado com antecedência o material referente ao conteúdo, os momentos das aulas assumem uma outra dimensão, propiciando aprofundamento dos temas em uma dinâmica bastante distinta do copiar para estudar depois, refletindo sim o estudado antes para aprofundar durante. Além disso, na visão anterior, priorizava-se o desempenho individual, no segundo o trabalho em grupo, formando pessoas capazes de trabalhar em equipe e desenvolverem-se coletivamente. Nos dois casos não deve haver simetria entre professor e estudante. Só que no tradicional, o professor reduz-se à transmissão e cobrança de um conhecimento limitado; no segundo, a dimensão do mestre se dá na seleção dos melhores conteúdos e no encaminhamento de um processo formativo capaz de preparar futuros profissionais, aptos a repetirem tais procedimentos em quaisquer circunstâncias, quando assim forem exigidos no trato de conhecimentos em expansão acelerada e acessível ilimitadamente. O estudante que chega à universidade, cada vez mais, não é somente aquele jovem, quase adolescente, que recentemente completou o ensino médio e quase precocemente definiu por esta ou aquela futura profissão. Majoritariamente teremos pessoas do mundo trabalho que largaram a escola há anos, casaram-se, tiveram filhos, e perceberam que as possibilidades de sucesso, em todas as dimensões desta palavra, estão associadas aos estudos permanentes. Fato é que o sistema de educação superior brasileiro, como regra, conserva ainda modelos de formação acadêmica e profissional superados em muitos aspectos, tendo prevalecido em tais modelos uma concepção fragmentada do conhecimento, que separava totalmente o artesão/profissional do artista, resultante de reformas universitárias das décadas de 1960-1970. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A arquitetura acadêmica dominante exclui, por exemplo, a educação artística, científica e humanística, nunca tendo sido possível conjugar simultânea e adequadamente as artes e os ofícios. Na graduação temos um sistema de títulos e denominações correlatas, caracterizado por inconsistências e nível inadequado de padronização. Os modelos acadêmicos vigentes, salvo exceções, incorporam currículos de graduação estreitos e rígidos, ainda calcados no viés dominantemente disciplinar, caracterizado, em geral, por uma não integração entre a graduação e a pós-graduação e por um divórcio entre transmissão e produção do conhecimento.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Atualmente estão em curso várias iniciativas visando construir inovadoras estruturas acadêmicas que favoreçam e estimulem a integração de competências específicas, incluindo profissionais cujos treinos sejam aprimorados pelo rigor de disciplinas formais, cientistas empíricos cuja educação resultará do intenso uso de novas ferramentas tecnológicas e, por fim, artistas que manipularão ferramentas com a habilidade daqueles que incorporam materiais inovadores em seus trabalhos.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">A produção de conhecimentos, por sua vez, é também um fruto da conjugação dos ofícios e das artes. Isoladamente, há muita dificuldade em produzir conhecimentos e inovações realmente originais e de impacto no sistema produtivo do mundo contemporâneo.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Como já afirmado anteriormente, um país cresce quando é capaz de absorver conhecimentos, mas se torna forte, de verdade, quando é capaz de produzir conhecimentos. É a partir dessas da adoção dessas novas concepções, seja na transmissão como na produção do conhecimento, que se permitirá ao país uma inserção competitiva e soberana no mundo.</span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#3333ff;"><em>Tendência 8: Educação, inovação tecnológica e engenharias</em></span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Fenômeno já conhecido, talvez o que possa surpreender seja a escala com que ele se configure a partir daqui. Ou seja, as engenharias e as tecnologias saem de posições marginais para serem atores centrais no mundo das profissões no futuro próximo.</span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Não seria correto afirmar que as engenharias reduziram sua importância nos anos passados e sim que a formação dos engenheiros nas suas formas tradicionais não mais estava atendendo às novas dinâmicas. Por algum tempo as estruturas curriculares dos cursos de engenharia permaneceram inalterados enquanto o mundo do trabalho associado às funções tecnológicas mudou drasticamente. É correto igualmente afirmar que bastou o crescimento do país apresentar números positivos por dois anos consecutivos para que a carência desses profissionais ficasse mais evidente. A falta dos profissionais não pode e não esconde o duplo fenômeno, ou seja: faltam engenheiros e a formação que deles se espera demanda atualizações profundas. Interessante observar que o desafio está longe de ser simples. A nova demanda não exclui os conhecimentos tradicionais que os engenheiros devem ter, mas são apresentadas, adicionalmente, múltiplas outras exigências. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Aprender a trabalhar em equipe, saber expressar, tanto por escrito como oralmente, estar apto a enfrentar novas tecnologias, sejam elas quais forem, não temer desafios etc.. Enfim, além de toda a bagagem em termos de matemática, ciências e a formação específica de cada especialidade, dele se espera uma capacidade de gestão que se agrega à formação tecnológica de bom nível.</span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#3333ff;"><em>Tendência 9: O fim da mezo escala nas instituições de ensino superior</em></span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Vivemos um cenário de crise financeira mundial que favorece que fenômenos de escala sejam preponderantes na sobrevivência, sucesso ou desaparecimento de empresas em todos os ramos de atividades. Educação não diferente e as escolas privadas não estão imunes à crise, seja no que ela representa de crise ou de oportunidades. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Há uma tendência macro clara à incorporação das instituições menores pelas maiores, gerando a formação de empresas holding, as quais muitas vezes se estabelecem como capital aberto em bolsas de valores, espaços compartilhados de controle e de definição de valores. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Talvez seja ainda prematuro para emitir juízos definitivos de valor e tendências de ganho ou perda de qualidade. No entanto, é perceptível que tais movimentos caminham em direção à incorporação de metodologias educacionais padronizados, currículos unificados, ensino mais estruturados e cada vez menos espaço para metodologias inovadoras, dependente de conjunto específico de professores ou de especificidades regionais ou de propósitos peculiares a um certo contexto ou clientela. </span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Tende-se nas instituições componentes de um grande grupo a um processo de pasteurização metodológica, fruto do aproveitamento do fenômeno escala e otimização de custos.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">É inegável que ao padronizar metodologias, via ensino estruturado, é possível que a nova dinâmica de grande empresa possa eventualmente acarretar melhoria de qualidade para instituições previamente muito deficientes e sem rumo. Igualmente, ao contrário, há exemplos de prejuízos de qualidade irreversíveis resultantes de gestão centralizada que menospreza e atropela diferenças associadas a abordagens que levavam em conta contextos regionais, especificidades históricas próprias e relacionamentos pessoais estabelecidos na instituição incorporada ao grupo maior. </span><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;">Neste cenário macro, creio que sobreviverão , além dos grandes grupos, pequenas instituições , desde que consigam explorar suas especificidades e peculiaridades, bem como agilidade e ousadia de incorporar novos modelos acadêmicos. Fazer uso de suas escalas reduzidas, frente a uma conjuntura educacional em que todos estarão desafiados a se reestruturarem, pode ser uma agradável novidade em um cenário em que instituições de porte médio (mezoescala) tenderão a desaparecer. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Restarão em médio prazo, portanto, no setor educacional privado, em condições de enfrentar os períodos pós-crise, as grandes empresas, com seus atributos e fragilidades, e aquelas pequenas, quase familiares, fazendo uso intensivo de seus elementos diferenciais.</span><br /><br /><br /><span style="font-size:130%;"><em><span style="color:#3333ff;">Tendência 10: Extrema judicialização versus abordagens educacionais</span></em> </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Está em curso uma febre jurídica que assola a educação superior no país. Baseados na fé da capacidade normativa abundam decretos, portarias, resoluções e órgãos. Em que pese a boa fé das iniciativas, nada mais são do que reflexos perversos da falta de perspectivas educacionais. A ausência do saber o que fazer educacionalmente é preenchida pela edição de normas, sem perceber que as normas não só não induzem qualidade como, ocasionalmente, a prejudicam sobremaneira.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Curiosamente, os instrumentos jurídicos criados, que têm seus estímulos principais no controle do setor privado, geram máquinas de desestímulo às necessárias inovações e ousadias acadêmicas, as quais, em geral, têm no terreno normativo extremado seus maiores inimigos.</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">As iniciativas educacionais de pequena escala emaranhado normativo macro judicializado poderão representar um fôlego, como uma brisa de ar fresco em uma sala já sem quase sem ar. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Em tese, o setor privado poderia estar igualmente experimentando novas experiências, em termos de modelos acadêmicos e adoção de metodologias inovadoras, com o mesmo vigor ou até mais disposição. Mas, definitivamente, não está. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">As razões são múltiplas, mas o cerceamento normativo, fruto da extrema judicialização do ensino superior é uma das razões principais. Não se está fazendo uso, infelizmente, dos atributos resultantes de sua maior agilidade, de sua mais natural flexibilidade, especialmente em instituições de menor porte, e maior capacidade de impor comandos mais rapidamente. </span><br /><br /><span style="font-size:130%;">As tendências acadêmicas experimentadas pelas pequenas instituições ousadas poderão no futuro próximo representar um desafio capaz de amedrontar o macro dragão dos empecilhos jurídicos normativos que ocupam os espaços educacionais.</span>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-11251357480063587892010-01-04T03:55:00.001-08:002010-01-04T04:22:05.593-08:00O que nos dizem os Rankings de Inovação sobre o Brasil e o mundo?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmZJ3b59MCDD7jYmhPQfkow9wVCKciIEs0bkoIoMG69JsgGOyTF6Gt3Tyxbw2YZLNFwzed6vwfTkgvqO51Il-7vI7H4yuoD6usuWyuzg9HBB6T3rlFUtWWVXHxYsFs-BkCoIFsHzS7RUM/s1600-h/embrapa.br.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5422858645435148498" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 144px; CURSOR: hand; HEIGHT: 149px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmZJ3b59MCDD7jYmhPQfkow9wVCKciIEs0bkoIoMG69JsgGOyTF6Gt3Tyxbw2YZLNFwzed6vwfTkgvqO51Il-7vI7H4yuoD6usuWyuzg9HBB6T3rlFUtWWVXHxYsFs-BkCoIFsHzS7RUM/s400/embrapa.br.jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="font-size:130%;">A recomendável sabedoria ao lidar com rankings é manter a necessária desconfiança, inerente aos seus limites naturais. São indicadores e números tentando captar essências, nem sempre com pleno sucesso. São importantes fotografias de algum tempo passado pretendendo explicar o filme do futuro. Mesmo assim, por outro lado, desaconselhável desconsiderar esses rankings ou menosprezá-los, dado que podem ser fontes interessantes de análise, às vezes imprescindíveis para formulação adequada de políticas públicas.<br /><br />Inovação tende a ser cada vez mais um item fundamental para medir o atual estágio de cada país ou região e especialmente útil para apontar possibilidades futuras e potenciais efetivos de desenvolvimento. Assim, rankings de inovação tendem a ficar cada vez mais comuns e nem sempre recomendável que seus resultados sejam imediatamente aceitos como expressões únicas de verdades incontestáveis. Até mesmo porque inovação, por ser conceito relativamente recente, seus parâmetros são menos padronizados e ainda em processo de consolidação.<br /><br />Em geral inovação e inovação tecnológica em particular implicam em agregação de qualidade e são requisitos essenciais para uma economia competitiva, próspera e sustentável, com melhores empregos e salários, e menor dependência de produtos e componentes importados e menos royalties pagos ao exterior.<br /><br />Inovação é um conceito correlacionado com Pesquisa e Desenvolvimento empresarial, porém distinto e mais amplo. Inovação implica em tecnologia, máquinas e equipamentos, mas vai além, contemplando também pequenas mudanças incrementais, novas funcionalidades, bem como melhorias na gestão ou novos modelos de negócios, associados à conquista ou criação de novos mercados. Em um processo quase darwiniano, inovação em sentido amplo vem selecionando as empresas mais aptas. Especialmente para aquelas empresas com pretensões de mercados globais, a competição impõe inovação, em algum nível, como condição imprescindível.<br /><br />Perceber a complexidade da inovação não resolve o problema, mas não ter essa sensibilidade prejudica muito a definição de políticas eficientes e eficazes para o setor. Assim, um ambiente inovativo nas empresas é favorecido pela existência no país de ciência avançada e pela capacidade regional de formar recursos humanos de ponta, mesmo que estas últimas atividades tenham seus centros de atividades na academia. Favorecer inovação não significa que seja suficiente ter boa ciência e formação de recursos humanos. O estímulo às atividades de risco (inovação também é risco) faz parte do jogo que conecta a inovação com a oferta ao mercado de produtos, processos e novas funcionalidades. Viabilizar bons ambientes de negócios demanda, adicionalmente, um conjunto não simples de externalidades positivas.<br /><br />O que parece claro é que há poucos atalhos para, sem produção de conhecimento, conseguir estimular inovação nas empresas. Não é impossível ocorrer inovação nas empresas sem produção de conhecimento no país e recursos humanos de ponta na região, mas é evento tão raro que quase fortuito. Portanto, para propiciar inovação é importante que esses dois elementos estejam presentes simultaneamente: cooperação entre empresas e a academia bem como estímulo e suporte ao risco privado.<br /><br />Muito embora indicadores atualizados mostrem que as empresas brasileiras têm avançado em inovação, provavelmente em ritmo superior a qualquer outra economia latino-americana, não há surpresa que alguns rankings não consigam ainda captar esse crescimento. Um desses casos, a título de exemplo, é o recente Relatório 2009-2010 sobre a Inovação para o Desenvolvimento (</span><a href="http://www.innovationfordevelopmentreport.org/"><span style="font-size:130%;">http://www.innovationfordevelopmentreport.org/</span></a><span style="font-size:130%;">). Trata-se de um estudo coordenado pela "European Business School", uma instituição privada de ensino sediada na Alemanha.<br /><br />No proposto ranking, a liderança mundial em capacidade de inovação entre os 131 países analisados está com a Suécia, com 82,8 pontos. Em seguida vem a Finlândia (77,8 pontos), Estados Unidos (77,5 pontos), Suíça (77,0 pontos) e Holanda (76,6 pontos). Até aí, nada de surpresas. Na América Latina, o Chile lidera com 59,4 pontos, seguido do Uruguai (posição 49a com 52,8 pontos), Costa Rica (58a, com 51,5 pontos), Peru (60a, com 50,6 pontos), México (61a, com 50,5 pontos), Colômbia (72a, com 48,0 pontos) e, finamente, próximo ao final da lista, o Brasil (87a, com 45,2 pontos).<br /><br />Observar que, segundo esse ranking, o Chile seria líder em capacidade de inovação na América Latina, ocupando a 29a colocação entre os países avaliados, ficando imediatamente acima da Itália e abaixo da Espanha. Não deixa de ser estranha a posição brasileira, em relativo contraste com outras agências internacionais que ousam prognósticos muito positivos sobre o Brasil e sua situação econômica atual e perspectivas regionais e mundiais.<br /><br />Segundo os organizadores daquele estudo, o ranking reflete o desempenho dos países no denominado "Índice de Capacidade de Inovação" (ICI), com base em cinco critérios: (1) Ambiente Institucional; (2) Capital Humano, Treinamento e Inclusão Social; (3) Arcabouço Regulatório e Legal; (4) Pesquisa e Desenvolvimento; e (5) Adoção e Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação. Esses critérios se distribuem por 61variáveis.<br /><br />O relatório ressalta que o Chile, comparativamente aos demais países da América Latina, apresenta melhor desempenho em questões como eficiência do Governo, império da lei, ausência de corrupção, balanço fiscal, número de escolas públicas conectadas à internet, facilidade para realizar pagamento de impostos, taxas de penetração de internet banda larga e confiabilidade na geração de eletricidade.<br /><br />Anda segundo os organizadores do ranking, o Chile seria um "caso interessante", pois "provaria que políticas sólidas e boas Instituições não são o resultado, mas os motores da criação de riqueza e prosperidade". O sólido gerenciamento macroeconômico - incluindo uma das políticas fiscais mais virtuosas do mundo -, aliado às reformas institucionais e à abertura da economia para as vantagens do livre comércio, do investimento externo e da competição estrangeira, teria criado uma "confiável engrenagem de alto crescimento econômico e de redução da pobreza". As autoridades chilenas também teriam implementado "micro-políticas com o objetivo de aumentar a eficiência dos serviços públicos por meio de diversas plataformas eletrônicas, e facilitar o uso de TICs de maneira geral".<br /><br />Acrescenta ainda que o desempenho do Chile em matéria de inovação é o resultado da construção gradual de ambiente institucional de apoio ao desenvolvimento do setor privado e da introdução de uma série de políticas voltadas para aumentar o uso da tecnologia e promover o incremento da produtividade. A isso se somaria o compromisso do governo com o "e-government", com vistas a aumentar a qualidade dos serviços entregues à sociedade pelo setor público. O relatório conclui dizendo que o Chile "está bem posicionado para alcançar os países mais ricos da União Européia".<br /><br />Reconhecidamente o Chile tem diferenciais positivos em relação ao Brasil, especialmente em educação, seja no nível básico (menos analfabetismo e mais anos de escolaridade) ou no acesso à educação superior (quase 52% dos jovens entre 18 a 24 anos contra menos de 14% no Brasil). No entanto, de alguma forma os indicadores utilizados não captam a enorme diferença de produção científica entre os dois países. Ressalte-se que o Brasil, ocupando a 13a posição mundial, apresenta uma qualidade em pesquisa científica incomparavelmente superior ao Chile. Nossa pós-graduação, que forma em torno de 11 mil doutores e 35 mil mestres por ano, só é comparável em números ao restante da América Latina somada. Além disso, aplicamos mais de 1,3% do PIB em ciência e tecnologia, o dobro percentualmente do Chile (em torno de 0,7%) do PIB.<br /><br />Deve-se destacar também que boa parte dos requisitos elogiados no Chile (gerenciamento macroeconômico, política fiscal, crescimento econômico junto com redução da pobreza, abertura da economia e livre comércio, altos investimentos externo etc.) também se aplica ao Brasil e talvez até com mais propriedade, ainda que o estudo específico não tenha detectado.<br /><br />O Chile, além disso, reconhecidamente, apresenta escassa incorporação de tecnologia nos produtos de exportação (mais de 90% das exportações de bens correspondem a "commodities"), diferentemente das tecnologias agrícolas e pecuárias de ponta que resultaram em alta produtividade de parte substantiva da pauta de exportações brasileiras.<br /><br />Especificamente quanto ao marco regulatório, um dos itens que pesou favoravelmente ao Chile, o Brasil acabou de implantar o seu conjunto de leis e decretos específicos. A Lei n˚ 10.973 da Inovação Tecnológica está completando cinco anos, sendo que, de fato, tem pouco mais de três anos de efetiva aplicação, dado ter sido complementada posteriormente com a Lei do Bem (Lei n˚ 11.196, promulgada em 21/11/2005).<br /><br />A subvenção, prevista na Lei de Inovação, administrada pela Finep/MCT, permitiu que nas áreas selecionadas (TIC, Biotecnologia, Nanotecnologia, Energia, Saúde, Temas Estratégicos e Desenvolvimento Social) uma subvenção não reembolsável de mais de R$ 1,5 bilhão tenha sido contemplada às empresas inovadoras. Valor esse complementado por vários outros investimentos de maior monta, acessíveis às empresas que inovam, em inúmeras outras modalidades, especialmente reembolsáveis, operadas pela Finep e BNDES.<br /><br />Por sua vez, a Lei do Bem, parte integrante da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, concede incentivos fiscais para empresas que realizem atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica. Trata-se de um programa que funciona via autodeclaração dos próprios empresários. A Lei do Bem tem estimulado que empresas declarantes em lucro real e que inovaram tecnologicamente aumentem seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento que em 2006 atingiram aproximadamente R$ 2,2 bilhões por parte de 130 empresas. Já em 2007 saltaram para 299 empresas declarando mais de R$ 5,1 bilhões.<br /><br />Neste ano (observar que em 2009 computamos o ano fiscal 2008), o número de empresas saltou para 441 e os investimentos atingiram mais de R$ 8,1 bilhões. Ou seja, em apenas três anos, o incremento em número de empresas é da ordem de 240% e de valores de 270%. Somente nesse item, os investimentos das empresas em pesquisa e desenvolvimento em relação ao PIB brasileiro, saltaram de 0,09% em 2006 para 0,19% em 2007 e atingiram 0,28% do PIB em 2008. As áreas que têm até aqui feito uso mais intensivo da Lei da Bem são: Mecânica e Transportes, Petroquímica, Bens de Consumo, Metalurgia, Eletroeletrônica e Farmacêutica.<br /><br />Em suma, talvez o ranking específico possa ter adotado indicadores que tenham captado menos alguns elementos positivos da realidade brasileira, mas nada que altere a essência, ou seja, que somos ainda um país carente em termos de inovação. O Brasil tem exemplos muito positivos e ações elogiáveis na área de inovação, mas nada que retire a marca de ser, predominantemente, um país que aprendeu a fazer ciência, produzir conhecimentos de ponta e formar recursos humanos do mais alto nível, sem ainda resultar na desejável transferência, no mesmo ritmo, desses conhecimentos ao setor empresarial. </span></div><div><span style="font-size:130%;"></span> </div><div><span style="font-size:130%;"><em>(Imagem acima de Embrapa.br)</em></span></div><div><span style="font-size:130%;"></span> </div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-64593672602679480732009-12-06T14:15:00.000-08:002009-12-06T14:16:54.142-08:00Cinco anos da Lei de Inovação Tecnológica, uma lei que pegouNesta semana, a Lei n˚ 10.973, também conhecida como Lei da Inovação Tecnológica, promulgada em 2 de dezembro de 2004, completa cinco anos, permitindo um balanço em conjunto com a Lei do Bem (Lei n˚ 11.196, promulgada em 21/11/2005), que lhe é complementar.<br />A subvenção, prevista na Lei de Inovação, administrada pela Finep/MCT, permitiu que nas áreas selecionadas (TIC, Biotecnologia, Nanotecnologia, Energia, Saúde, Temas Estratégicos e Desenvolvimento Social) uma subvenção não reembolsável de mais de R$ 1,5 bilhão tenha sido contemplada às empresas inovadoras.<br />Valor esse complementado por vários outros investimentos de maior monta, acessíveis às empresas que inovam, em inúmeras outras modalidades, especialmente reembolsáveis, operadas pela Finep e BNDES.<br />Por sua vez, a Lei do Bem, parte integrante da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, concede incentivos fiscais para empresas que realizem atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica. Trata-se de um programa que funciona via autodeclaração dos próprios empresários.<br />A Lei do Bem tem estimulado que empresas declarantes em lucro real e que inovaram tecnologicamente aumentem seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento que em 2006 atingiram aproximadamente R$ 2,2 bilhões por parte de 130 empresas. Já em 2007 saltaram para 299 empresas declarando mais de R$ 5,1 bilhões.<br />Neste ano (observar que em 2009 computamos o ano fiscal 2008), o número de empresas saltou para 441 e os investimentos atingiram mais de R$ 8,1 bilhões. Ou seja, em apenas três anos, o incremento em número de empresas é da ordem de 240% e de valores de 270%.<br />Somente nesse item, os investimentos das empresas em pesquisa e desenvolvimento em relação ao PIB brasileiro, saltaram de 0,09% em 2006 para 0,19% em 2007 e atingiram 0,28% do PIB em 2008. As áreas que têm até aqui feito uso mais intensivo da Lei da Bem são: Mecânica e Transportes, Petroquímica, Bens de Consumo, Metalurgia, Eletroeletrônica e Farmacêutica.<br />As Leis de Inovação e do Bem corroboram que inovação tecnológica é agregação de qualidade e requisito essencial para uma economia competitiva, próspera e sustentável, com melhores empregos e salários, e menor dependências de commodities e royalties pagos ao exterior. As empresas brasileiras têm avançado em inovação em ritmo superior a qualquer outra economia latino-americana, sendo que as empresas respondem por parte substantiva dos investimentos nacionais em pesquisa e desenvolvimento.<br />O Brasil tem exemplos muito positivos e ações elogiáveis na área de inovação tecnológica, mas nada que retire a marca de ser, predominantemente, um país que aprendeu a fazer ciência, produzir conhecimento de ponta, sem ainda o acompanhamento da desejável transferência desses conhecimentos ao setor empresarial.<br />A realidade indisfarçável é que nossa reconhecidamente boa pós-graduação e nossos qualificados pesquisadores, os quais lograram dobrar nossa participação percentual em periódicos especializados na última década, impactaram de forma somente tímida, ainda que crescente, as condições para o aumento da taxa de inovação das empresas brasileiras, viabilizando aumentar o valor agregado do seu faturamento, crescer a produtividade e ampliar a competitividade nos mercados interno e externo.<br />Portanto, um balanço possível é que o Brasil conta hoje com uma legislação recente e específica sobre inovação, a qual associada com suas respectivas regulamentações, compõem um marco regulatório moderno e adequado, ainda que a natureza e a dinâmica do tema demandem permanentes revisões e atualizações.<br />Em que pesem a inegável contribuição das Leis de Inovação e do Bem e das experiências recentes muito positivas de absorção da cultura de inovação tecnológica pelas empresas, somos ainda um país que prima pela excelência da ciência que faz sem ter ainda uma correspondência no mesmo nível quanto à transferência desse conhecimento ao setor produtivo.Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-62516682301204494362009-06-06T11:13:00.000-07:002009-06-12T12:39:49.255-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXY0OP4qT5G6zOrLERlArhqQRZ-rWlNzhqfdKyXUWvoiiCni-VmgUBgk-0sOsrVCVkGKRrusPZQiGe9nQmMO4Gjqasx4JnGAohxqLuTxMRd4Y1LrsZytGMKukUEjfLJNoNYhdqV1HLbD0/s1600-h/pele10.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344281582521338114" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 77px; HEIGHT: 141px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXY0OP4qT5G6zOrLERlArhqQRZ-rWlNzhqfdKyXUWvoiiCni-VmgUBgk-0sOsrVCVkGKRrusPZQiGe9nQmMO4Gjqasx4JnGAohxqLuTxMRd4Y1LrsZytGMKukUEjfLJNoNYhdqV1HLbD0/s400/pele10.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYEjQ08PphSRHBIsP_3eBBCFB6AFLLWgs6KLTQb8G9e1NeWpC0v4WiaRXsbbX7jeF0LPYlNKWkeovpCQnTicASm40fKUXwLMX15jyZX6zQdoTMVM6Cvm_AHEijWrDYTpmhT5OA4qm2MjM/s1600-h/meupaper.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344281442258187538" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 176px; HEIGHT: 213px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYEjQ08PphSRHBIsP_3eBBCFB6AFLLWgs6KLTQb8G9e1NeWpC0v4WiaRXsbbX7jeF0LPYlNKWkeovpCQnTicASm40fKUXwLMX15jyZX6zQdoTMVM6Cvm_AHEijWrDYTpmhT5OA4qm2MjM/s400/meupaper.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div><em><span style="COLOR: rgb(204,0,0);font-size:180%;" >DEZ NANOTENDÊNCIAS EDUCACIONAIS</span></em></div><br /><br /><div><em><span style="COLOR: rgb(204,0,0);font-size:180%;" ></span></em></div><br /><br /><div><em><span style="COLOR: rgb(204,0,0);font-size:180%;" ><span style="COLOR: rgb(102,0,204)">Ronaldo Mota</span></span></em></div><div><span style="font-size:+0;"><span style="font-size:+0;"><span style="font-size:+0;"></span></span></span></div><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">A compreensão adequada do mundo atual passa pela nossa capacidade em decifrar tendências. Tais prospecções são, em geral, divididas em dois blocos principais, as megatendências e as microtendências. Neste mundo complexo, emergem novas categorias, entre elas as denominadas nanotendências.</span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">Definimos nanotendências como sendo aqueles fenômenos ou conjunto de fenômenos que apresentam propriedades e comportamentos exclusivamente em função da pequeníssima escala, ainda que seus efeitos sejam, em condições e tempos apropriados, observáveis nas dimensões maiores.</span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">Uma destacável nanotendência educacional é a educação flexível, fruto da hibridização das modalidades presencial e a distância. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996) inovou ao contemplar a oportunidade do ensino a distância em todos os níveis de ensino. No entanto, em conjunto com os decretos e portarias que se sucederam, os resultados finais cristalizaram um cenário de duas modalidades distintas e, muitas vezes, antagônicas: presencial e a distância. </span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">Educação flexível viabilizará num cenário próximo que cada estudante ao início do calendário letivo possa escolher algumas disciplinas com características mais presenciais e outras a distância. Aquelas hoje chamadas presenciais farão uso de muitas ferramentas que atualmente associamos com a distância. Por sua vez, as disciplinas ditas a distância incorporarão cada vez mais atributos da presencialidade, tais como trabalhos em equipe com seus colegas, laboratórios etc.</span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">Outra nanotendência diz respeito às concepções andragógicas e a necessidade de repensar nossas metodologias educacionais à luz do fato que o perfil etário dos nossos estudantes da educação superior brasileira se alterou significativamente. Fato é que, embora mais de 40% das matrículas no ensino superior seja de estudantes com mais de 25 anos, a pedagogia (de <em>paidós</em>, criança em grego) permanece sendo a abordagem absolutamente dominante. A adoção de metodologias e abordagens andragógicas (derivado de <em>andros</em>, de homem, genericamente, adulto) ocupa um espaço desproporcionalmente nano para uma escala absolutamente macro de estudantes adultos. </span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">Dois elementos educacionais, tratados como nanos, de fato são macros. Por descuido têm sido entendidos como meramente complementares quando são, de fato, essenciais no processo ensino-aprendizagem. São eles: 1) o laboratório como espaço de prática, onde os conceitos são consolidados, os pensamentos abstratos assumem a solidez da experimentação e se efetiva a oportunidade de erros e acertos, simulando o exercício mais próximo possível da atividade profissional, reforçando as bases do pensar segundo o método científico; 2) o trabalho em equipe, onde aspectos primordiais do aprendizado são explorados, via construção coletiva, onde a percepção do(s) outro(s) é experimentada e desenvolvida, despertando e incrementando o (re)conhecimento das limitações e potencialidades, próprias e dos demais, além de ser espaço preferencial para cultivar o respeito à tolerância e à diversidade.</span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">Estimular a criatividade enquanto elemento central do processo educacional ocorre numa escala tão diminuta, quase nano. No entanto, no campo educacional a criatividade está relacionada centralmente com a capacidade de absorver, transformar e produzir conhecimento, cabendo à escola garantir as necessidades fundamentais e propiciar o ambiente adequado para que o estudante seja estimulado a criar, a partir do que já foi aprendido, lidando com o novo e despertando valores positivos associados à invenção em geral e à descoberta de conhecimentos originais. </span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">Vivemos um cenário de crise financeira mundial que favorece que fenômenos de escala sejam preponderantes na sobrevivência, sucesso ou desaparecimento de empresas em todos os ramos de atividades. No setor privado, há uma tendência macro à incorporação das instituições menores pelas maiores, gerando a formação de empresas holding, as quais muitas vezes se estabelecem como capital aberto em bolsas de valores. Neste cenário macro, desaparecerão as de mezoescala e creio que sobreviverão, além dos grandes grupos, somente pequenas instituições, desde que consigam explorar suas especificidades e peculiaridades, bem como agilidade e ousadia de incorporar novos modelos acadêmicos.</span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">Está em curso uma febre jurídica macro que assola a educação superior no país. Baseados na fé da capacidade normativa abundam decretos, portarias, resoluções e órgãos. Em que pese boa fé das iniciativas, nada mais são do que reflexos perversos da falta de perspectivas educacionais. Os instrumentos jurídicos criados, que têm seus estímulos principais no controle do setor privado, geram máquinas de desestímulo às necessárias inovações e ousadias acadêmicas. As nanotendências acadêmicas experimentadas pelas pequenas instituições ousadas poderão no futuro próximo representar um desafio capaz de amedrontar o macro dragão dos empecilhos jurídicos normativos que ocupam os espaços educacionais.</span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt; TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-size:130%;">A seguir, apresentaremos exemplos, de forma mais detalhada, de dez nanotendências educacionais.<br /><br /><br />(a figura com nanotubos à direita em cima é de um artigo meu com co-autores denominado: <em>Ab Initio Study of Pristine and Si-doped Capped Carbon Nanotubes interacting with Nimesulide Molecules</em>, publicado em <span style="FONT-STYLE: italic">Chemical Physics Letters</span>, vol. 43, em 11 de maio de 2007, páginas 348-353. Nimesulida é parte daquele composto presente no spray comum para garganta). </span></p><p style="TEXT-INDENT: 35.4pt"><br /><span style="font-size:14;"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p></span></p></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-46435344785792903022009-06-06T11:11:00.000-07:002009-06-10T05:42:45.711-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1HfyQwtsnC9PCVH1PFleYvilU0oGItxhylo3PcIzqERGfYyw1Ix5pUquOTb7Zw_b_P5pdosmQ-9yUxa5qfMjhvtssECl4TGpSCKajTQ_9kNooZNv2bUz3eQWcxEv9-0jPjAPB4l9XacI/s1600-h/flexibilidade.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344279402284243602" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 116px; CURSOR: hand; HEIGHT: 77px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1HfyQwtsnC9PCVH1PFleYvilU0oGItxhylo3PcIzqERGfYyw1Ix5pUquOTb7Zw_b_P5pdosmQ-9yUxa5qfMjhvtssECl4TGpSCKajTQ_9kNooZNv2bUz3eQWcxEv9-0jPjAPB4l9XacI/s400/flexibilidade.jpg" border="0" /></a><br /><div><em><span style="font-size:180%;color:#ff0000;">Nanotendência 1: Educação flexível, em oposição às modalidades tradicionais presencial e a distância</span></em></div><br /><div></div><br /><div></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996) apresentou uma inovação no seu art. 80 abrindo a oportunidade do ensino a distância em os níveis de ensino. A partir daí, corroborado por decretos e portarias que se sucederam, cada vez se cristalizou um cenário de duas modalidades distintas e, à vezes, antagônicas: presencial e a distância. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Em clima de verdadeiros fla versus flu, temos tido oportunidades de presenciar verdadeiros gladiadores em clima de guerra permanente defendendo os dois lados como se fora coisas distintas em permanente oposição. Bastante comum ouvir-se, por parte de incautos, frases do tipo: “não acredito em educação a distância”.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Nada mais insensato do que negar espaço às novas tecnologias na educação. Como pouco razoável seria esperar que a LCB de 1996, debatida à exaustão ao longo dos anos anteriores, fosse capaz de antever os avanços e níveis de acessibilidade das tecnologias inovadoras que temos hoje disponíveis ao mundo educacional.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Assim, emerge no cenário atual uma nanotendência denominada educação flexível, a qual incorpora as duas chamadas modalidades. Esta nanotendência surge em contraposição à caracterização macro geral que acredita nas duas modalidades como coisas separáveis, distintas e até mesmo antagônicas.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Enquanto se compararem presencial e a distância enquanto duas modalidades sem pontos de superposição, não haverá respostas boas, dado que sempre as perguntas serão erradas. A pergunta a ser respondida que permanece diz respeito às ferramentas que devemos utilizar para propiciar uma educação compatível com o mundo contemporâneo. Assim, não há resposta que se exima de contemplar os bons instrumentos presentes nas duas modalidades. Educação flexível, enquanto tendência ainda nano, mas com enorme potencial, assim o faz.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">O mundo do trabalho está a exigir profissionais mais bem formados do que simplesmente informados, onde a capacidade de trabalhar em equipe e a preparação para educação permanente ao longo da vida estejam presentes. Enfim, habilidades e competências capazes de fazer com que o profissional não tema o novo, esteja preparado para desafios, sejam eles quais forem. Tais ingredientes serão definidores do sucesso ou insucesso das empreitadas.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Assentado nos argumentos dos mecanismos de instrução personalizada tradicionais, buscando compatibilidade com os perfis dos estudantes atuais e com os futuros profissionais que pretendemos formar, as considerações apresentadas valem indistintamente para a modalidade presencial ou a distância.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">As atividades propostas aos estudantes que precedem os momentos presenciais não têm a intenção de substituí-los, mas de prepará-los para uma nova dinâmica de sala de aula. As abordagens aqui propostas aproximam-se daquilo que costumamos denominar de modalidade híbrida flexível, a qual procura combinar os elementos mais adequados das duas modalidades, presencial e a distância.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">As tecnologias inovadoras que puderem ser incorporadas são essenciais, ainda que ferramentas do processo, viabilizando que o conteúdo das disciplinas, bem como seus cronogramas e outras funcionalidades, estejam acessíveis aos estudantes desde os primeiros momentos da relação professor-estudante.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Educação flexível permitirá que num cenário próximo (de existência nano no presente) que cada estudante ao início do calendário letivo possa, por exemplo, escolher algumas disciplinas com características mais presenciais e outras a distância. Aquelas hoje chamadas presenciais farão uso de muitas ferramentas que atualmente associamos com a distância. Por sua vez, as disciplinas ditas a distância incorporarão cada vez mais atributos da presencialidade, trabalhos em equipe com seus colegas, laboratórios etc., originalmente características que costumamos associar com a modalidade presencial. </span></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-567680348156395872009-06-06T11:05:00.000-07:002009-06-08T06:00:06.699-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDPAovyluKB9Q3Bqv6U7PAFNCN9eOgiHqWXw2wBEn7nwQOCpAM-JNRRHV54FpQOUgjLMdNGpWCS5uyKuWZ2IITJwQfglhBF6AxEGXVu87rih9ytzY1G0ukIiqY3hzBHzxBvJrnKjgGJ_Q/s1600-h/andragogia.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344278700954974242" style="margin: 0px 10px 10px 0px; float: left; width: 126px; height: 95px;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDPAovyluKB9Q3Bqv6U7PAFNCN9eOgiHqWXw2wBEn7nwQOCpAM-JNRRHV54FpQOUgjLMdNGpWCS5uyKuWZ2IITJwQfglhBF6AxEGXVu87rih9ytzY1G0ukIiqY3hzBHzxBvJrnKjgGJ_Q/s400/andragogia.jpg" border="0" /></a><br /><div><em><span style="color: rgb(255, 0, 0);font-size:180%;" >Nanotendência 2: Andragogia versus pedagogia</span></em></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A segunda nanotendência diz respeito às concepções andragógicas, associadas à necessidade de repensar nossas metodologias educacionais à luz do fato que boa parte de nossos estudantes da educação superior brasileira está alterando rapidamente seu perfil de faixa etária, origem sócio-econômica e suas expectativas.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><span style="font-size:130%;">Os dados recentes do Instituto de Estudos e Pesquisas do Ministério da Educação (INEP) apontam que já são mais de 40% das matrículas no ensino superior de estudantes com mais de 25 anos. No setor privado já é a maioria e com a expansão nas universidades federias, especialmente através de cursos noturnos, cruzaremos para a próxima década com a maioria dos estudantes neste novo perfil. Seria inaceitável se os as estruturas curriculares e os métodos de ensino-aprendizagem continuassem replicando as metodologias do ensino básico, as quais mesmo para aquele nível são questionáveis. </span><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Ainda assim, por incrível que pareça, a pedagogia (de <em>paidós</em>, criança em grego) permanece sendo a abordagem absolutamente dominante, independente e indistintamente de estarmos lidando com crianças, jovens, adultos ou população mais idosa. Tão preponderante a pedagogia que muitas vezes ela se confunde com a noção geral de metodologias educacionais em geral, tornando negligenciável a própria origem da palavra. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Andragogia (derivado de <em>andros</em>, de homem, genericamente, adulto) não é conceito recente, mas a apropriação de suas idéias ocupam um espaço ainda tão ínfimo que educação de adultos chega a constituir-se em nicho de estudo de especialistas e obcecados, como se fora uma excepcionalidade, o que não é mais no mundo contemporâneo. Assim, a massa de adultos estudantes é macro, mas a sua percepção que gere efetiva ação, compatível com o tamanho do fenômeno, é desproporcionalmente nano. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Na verdade, andragogia é um conceito educacional diferenciado, especialmente voltado à educação de adultos, permitindo oportunizar experiências educacionais inovadoras. Nessas abordagens, os estudantes têm um papel mais ativo em seus processos de aprendizagem, em coerência com as perspectivas de formação continuada e ao longo da vida, superando o período de educação escolar tradicional.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">O centro do processo ensino-aprendizagem tradicional está na atuação do professor e calcado na concepção de transferência simples de conhecimento. Abordagens educacionais baseadas em inovadoras metodologias buscam centrar na aprendizagem do estudante e nas relações que ele estabelecia com o seu entorno, tanto as pessoas, as múltiplas relações estabelecidas, bem como suas experiências com a natureza que o cerca.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Dentro das abordagens andragógicas, haverá uma tendência crescente no sentido de recuperar o Método Keller. Trata-se de método, também conhecido como Processo Auto-Instrutivo, o qual faz uso de uma estratégia no processo ensino-aprendizagem que é diferente substancialmente das metodologias tradicionais, as quais são baseadas tipicamente em aulas expositivas como meio primário segundo o qual os estudantes tomam contato com a matéria. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Uma limitação percebida na aplicação do Método Keller ao final do século passado foi exatamente quanto à disponibilização adequada do material prévio ao estudante. Uma nova base tecnológica, propiciada pelos avanços recentes nas tecnologias de informação e comunicação, permite um novo momento e novas ferramentas. Assim, uma releitura positiva do tradicional Método Keller, à luz da incorporação efetiva das tecnologias inovadoras, é possível e imprescindível ser realizada.</span></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-63108199109325350292009-06-06T11:03:00.000-07:002009-06-06T11:26:10.845-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSSLCeeuBggepKGXtbvlgjNAqB1xWWMjl5Wbi9ITBfJnZ8xRPS0tRuDkFqAmnGkNlqqBndBbMdu_OadAnmAGv0iGby0atnaBUHRrxK_HMv_8p0NhCJEhjEHLMN9MV_wG3qEkz5NW8yHE/s1600-h/futuroprofissional.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344277278823442306" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 137px; CURSOR: hand; HEIGHT: 131px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSSLCeeuBggepKGXtbvlgjNAqB1xWWMjl5Wbi9ITBfJnZ8xRPS0tRuDkFqAmnGkNlqqBndBbMdu_OadAnmAGv0iGby0atnaBUHRrxK_HMv_8p0NhCJEhjEHLMN9MV_wG3qEkz5NW8yHE/s400/futuroprofissional.jpg" border="0" /></a><br /><div><em><span style="font-size:180%;color:#ff0000;">Nanotendência 3: Compatibilizar o futuro profissional com o mundo contemporâneo</span></em></div><br /><div></div><br /><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">De fato, no que concerne às aulas tradicionais, pouco ou nada tem se alterado ao longo de décadas. O mundo extra-educação tem se alterado com rapidez e profundidade absurdas, enquanto as metodologias educacionais adotadas têm se mantido essencialmente as mesmas. O mundo altera em ritmo macro, a educação tradicional modifica-se em velocidade nano. O que esperar de um profissional, egresso de um curso superior, é tudo menos o mesmo, se compararmos décadas atrás com os tempos atuais. Um grande complicador é que o que se espera atualmente, em termos de competências, inclui os requisitos de ontem, demandando novos atributos sem abrir mão dos anteriores. Um resumo de todas as mudanças está na diferenciação entre competência técnica e competências múltiplas. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A radicalidade das mudanças necessárias invade todos os aspectos e ambientes, incluindo o espaço físico. No entanto, a sala de aula é sempre a mesma e reproduz e reforça o padrão do bom comportamento desejável do estudante calado. Sentado em fileiras, invariavelmente bem separadas e organizadas tal que, dispostos um atrás do outro, estejam maximamente distanciados. Preparados para copiar a fala do professor e estudar depois, tal como previsto e apregoado. O espaço organiza a não interação, o não discurso entre os pares, em total não sintonia com o mundo do trabalho em que os estudantes, no futuro, estarão imersos em suas vidas profissionais.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">O aspecto comportamental é absolutamente crucial quando um profissional depara-se com um problema inédito, um tema inovador ou tecnologias recentes. Se ao longo do período escolar, o qual é rigorosamente infindo, essas emoções, que preparam para enfrentar desafios, não foram trabalhadas, este suposto cidadão, ainda que dominando as técnicas convencionais, terá enorme chance de fracasso. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Não é mais aceitável que a preparação para ambientes tão distintos, o passado e o futuro, seja a mesma. No entanto, em que pesem boas (em escala comparativa nano) iniciativas recentes, em boa parte das práticas educacionais (escala macro), os processos avaliativos ainda baseiam-se em relações simples e singulares entre um educando isolado e um problema discreto e dissociado.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A competência de liderança dos estudantes, a capacidade de tomar iniciativa, a habilidade gerencial, a valorização do potencial criativo e da sensibilidade quanto ao ambiente em que estão imersos são atributos que raramente estão presentes nas avaliações, tanto de ingresso como de saída, dos estudantes de graduação. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Para tratar do avesso do avesso, insisto que nada disso isenta a necessidade de profundo conhecimento dos aspectos técnicos específicos (capacidade técnica). Os estímulos às novas competências não menospreza o conhecimento tradicional e mesmo os procedimentos padrão de avaliação. Não se trata de substituir, mas sim de agregar. Ensinar não ficou mais simples, transformou-se em mais complexo, como a vida e o mundo do trabalho que nos cerca.</span></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-690963480769444692009-06-06T10:58:00.000-07:002009-06-06T11:27:17.784-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTRnek2_n37f1Ih9Qr5w3alE312CSD7LMDxsEl9LZXYoeiHpv2QxR1tGGnGvhUHxf7W_vJBNbm3aZykGesj7X5bXssZ0-24mVpzzXGkMTAaHjD6jbHNGDS6iynoQk6QLTXxkWEKw1uExc/s1600-h/equipe+(gestaodepessoasrh.wordpress.com).jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344276421117357634" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 145px; CURSOR: hand; HEIGHT: 85px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTRnek2_n37f1Ih9Qr5w3alE312CSD7LMDxsEl9LZXYoeiHpv2QxR1tGGnGvhUHxf7W_vJBNbm3aZykGesj7X5bXssZ0-24mVpzzXGkMTAaHjD6jbHNGDS6iynoQk6QLTXxkWEKw1uExc/s400/equipe+(gestaodepessoasrh.wordpress.com).jpg" border="0" /></a><br /><div><em><span style="color:#ff0000;"><span style="font-size:180%;">Nanotendência 4: Contribuições centrais dos laboratórios e do trabalho em equipe</span> </span></em></div><br /><p><em><span style="color:#ff0000;"></span></em></p><br /><p><em><span style="color:#ff0000;"></span></em></p><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Dois elementos educacionais, que por descuido têm sido entendidos como meramente complementares, são, de fato, essenciais no processo ensino-aprendizagem. São eles:<br />1. o laboratório como espaço de prática, onde os conceitos são consolidados, os pensamentos abstratos assumem a solidez da experimentação e efetiva-se a oportunidade de erros e acertos, simulando o exercício mais próximo possível da atividade profissional, reforçando as bases do pensar segundo o método científico;<br />2. o trabalho em equipe, onde aspectos primordiais do aprendizado são explorados, via construção coletiva, onde a percepção do(s) outro(s) é experimentada e desenvolvida, despertando e incrementando o (re)conhecimento das limitações e potencialidades, próprias e dos demais, além de ser espaço preferencial para cultivar o respeito à tolerância e à diversidade. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Em complemento à competência técnica, existem múltiplas habilidades a serem desenvolvidas e estimuladas. Entre elas, destaco a competência emocional, a capacidade de trabalhar em equipe e a vivência em laboratórios no enfrentamento de situações problemas, elementos em geral inexistentes, ou muito pouco explorados (ou aproveitados nano), nos currículos típicos (escala macro).</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A dinâmica que leva esses dois elementos (trabalho em equipe e uso de laboratórios) de aspectos marginais pra centrais está fortemente relacionada ao perfil do futuro profissional que pretendemos formar Nossos tempos atuais diferem dos anteriores (uma década ou mais) por várias características. Destaquemos algumas:<br />a) o mundo do trabalho costumava ser mais previsível, permitindo ser o conteúdo formativo mais definido;<br />b) os limites de informações mínimas exigidas e necessárias eram mais bem delimitados, tal que os currículos e os programas das disciplinas duraram por anos, às vezes, décadas;<br />c) as tecnologias envolvidas alteravam-se pouco e em ritmo compatível com preservar uma proximidade aceitável entre o que era utilizado em sala de aula e o que era demandado na vida profissional;<br />d) uma vez formados, era até aconselhável novos estudos, mas, mesmo sem eles, havia espaço abundante de sobrevida na profissão;<br />e) a maior parte das tarefas poderia ser realizada primordialmente de forma individual, quase solitária, ainda que inserida no coletivo; e<br />f) a capacidade de texto, tanto interpretação como elaboração, era relativa, não causando grandes embaraçados a quem não a dominasse efetivamente.<br />Nenhuma das características acima permanece. Pelo contrário, um furacão parece ter varrido do mapa aqueles postulados, demandando novos paradigmas urgentes. O mundo real alterou macro, as percepções seguidas de ações nas metodologias educacionais caminharam nano. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">As instituições educacionais terão muita dificuldade em prever os desafios que seus estudantes, uma vez profissionais do mundo do trabalho, enfrentarão. Não por alguma deficiência delas, mas sim pelas características inerentes aos tempos atuais, onde os problemas que eles enfrentarão demandarão soluções que são exatamente aquelas associadas a questões de natureza imprevisível. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Assim, ter como elemento curricular, de alguma forma, o estímulo a como se portar perante o não previsto torna-se crucial. Por sinal, postura e solução são elementos igualmente relevantes para consolidar processos formativos capazes de encaminhar pessoas sem medo do inédito, do não previsto, do desafio a ser superado. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A partir de nossos tempos, a velocidade e facilidade de acesso à informação, bem como sua quantidade, se aceleram ao ponto de podermos definir que a informação não é mais um problema. A sua correta seleção e o seu adequado uso são os verdadeiros desafios envolvidos. A informação bruta sempre estará disponível, cada vez mais. O que fazer com ela passa a ser o ponto crítico. É o apogeu da memória dando espaço para o raciocínio. Passamos, rapidamente, de processos iminentemente informativos para essencialmente formativos. Não ficou mais simples, ficou mais complicado, porém, irrecorrível, dado que é assim que se molda o mundo atual.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">As tecnologias costumavam durar mais. Idos tempos. A ficção confunde-se com o real exposto ao simples fluxo natural do relógio. A escala de tempo entre o ingresso e a formatura de um curso de graduação não resiste à comparação entre tecnologias disponíveis nas duas extremidades. É a não permanência das tecnologias. Ou seja, o início da prática profissional já defasará do começo do processo formativo, agravado pelo fato que o exercício tende naturalmente a se dar com equipamentos mais sofisticados que usualmente as escolas conseguem tentar acompanhar. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Dado o inevitável, há que se formar pessoas sem medo de inovações tecnológicas, sejam elas quais forem. Postura frente ao inédito passa a ser mais ou tão importante como conhecê-lo, dado que perene, permanente, hábito, costume. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Estamos no mundo da educação permanente, ao longo de toda vida, etapas que se sucedem, sendo estudantes para sempre. Ou nos acostumamos a esta nova realidade ou ela nos atropela. São etapas infindas, sucessivas e permanentes.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">O estudante ser mais ou menos sociável ou introspectivo tem sido tratado como da esfera individual e relativamente dissociado do processo avaliativo. Na verdade, os testes individuais, que são os dominantes, às vezes exclusivos, tendem a enaltecer somente elementos individualizantes, quase não percebendo ou computando características associadas ao comportamento no coletivo. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">No entanto, a experiência de vida prática evidenciará como e em que medida a dimensão de saber trabalhar em equipe preponderará. Entender as limitações do outro, saber explorar as características positiva dos elementos de um grupo de trabalho, estabelecer sincronia e determinação coletiva e espírito de equipe definirão, na maior parte dos casos, o sucesso ou o insucesso de uma empreitada na vida real. Isso é válido em todas as esferas de atividades humanas, sem exceção, ainda que respeitadas as peculiaridades em cada uma delas.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Por fim, no passado a capacidade de comunicação escrita poderia ser, no limite, dispensada. Hoje passa a ser vital e central, sendo que os laboratórios e os trabalhos em equipe podem simular a melhor prática em direção a estimular tais habilidades. Da mesma forma, é estratégico para o bom processo formativo o hábito permanente da comunicação através das novas tecnologias e elementos multimídia como meio de expressão de uma idéia, bem como a capacidade de entender novos pensamentos e raciocínios sofisticados.</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">(figura de: gestaodepessoasrh.wordpress.com)</span></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-43708141721037430082009-06-06T10:53:00.000-07:002009-06-06T10:57:38.028-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT6E-APhblkzwqP2GYPd4OKHYOEzQ9Bx5GZFWzzAmrHfc7xTr4Z8WHnvELskEa-wKFcOFJTe_zV7qj51n6fUn-2I-AivOeLnqBYXJtmBfOolirOsUko-MyPfc_eAIYbuKyXYt_woLQ8gM/s1600-h/estdante+sozinho+(pt.dreamstime.com).jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344275141096172962" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 116px; CURSOR: hand; HEIGHT: 109px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT6E-APhblkzwqP2GYPd4OKHYOEzQ9Bx5GZFWzzAmrHfc7xTr4Z8WHnvELskEa-wKFcOFJTe_zV7qj51n6fUn-2I-AivOeLnqBYXJtmBfOolirOsUko-MyPfc_eAIYbuKyXYt_woLQ8gM/s400/estdante+sozinho+(pt.dreamstime.com).jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="font-size:180%;color:#ff0000;"><em>Nanotendência 5: Simples, basta estudar antes</em></span> </div><br /><div></div><br /><div align="justify"><br /><span style="font-size:130%;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Não há teoria educacional aceitável que não esteja baseada na prática. Pouco coopera também a prática dissociada e que dispensa teorias, dado que errática. Se um resumo fosse necessário para identificar de forma sintética a “novidade” ou “característica” do processo proposto, diria que o melhor seria: Simples, basta estudar antes. Pode parecer simples, mas essas experiências educacionais que trabalham com a devida priorização esse aspecto (estudar antes) têm escala nano comparadas à macro escala do ensino tradicional, no qual o estímulo central baseia-se no estudo após a aula. Há experiências em curso, mas elas ocorrem na escala de um para milhares, milhões ou mesmo bilhões de práticas tradicionais.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A proposta de estudar antes das aulas lembra, guardadas as diferenças e circunstâncias, uma frase presente nas manifestações estudantis de 1968 na França: sejamos realistas, peçamos o impossível! A semelhança entre o realismo e o impossível é o caminho em construção. Ninguém imagine a tarefa simples ou imediata.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Trata-se efetivamente de mudar uma cultura. Antiga por que calcada em hábitos que vem da educação básica e arraigada por que envolvendo todos os atores, tanto alunos como professores. No entanto, não há outro caminho capaz de formar pessoas preparadas adequadamente aos nossos tempos, daí o realismo.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Para termos noção da dimensão do problema, bom recordarmos que em nossa cultura educacional a criança com seis ou sete anos é obrigada a ir à escola. E é bom que seja assim. Os pais ou responsáveis respondem legalmente pelo não cumprimento dessa obrigação.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">De forma que, mesmo empurrados pelos braços, os alunos iniciam a vida escolar no ensino fundamental e permanecem ao longo do ensino médio, para aqueles que atingem este nível. Em suma, permanecem as características de escola enquanto obrigação e o ideal do aluno associado fortemente ao ato de estudar, somente depois, aquilo que foi ministrado previamente em sala de aula.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Considerando que até o passado recente o ensino universitário era predominantemente de acesso às classes sociais médias e altas, o caso mais comum (típico) era de jovem em torno de vinte anos, seguindo para universidade quase por inércia, imeditamente após o ensino médio, por impulso social, quase sempre sem compromisso com o trabalho e com hábitos e costumes totalmente "grudados" naqueles mesmos do ensino médio.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Coerente com tal perfil, os métodos educacionais adotados não procuraram em nada destoar das metodologias pedagógicas anteriores, muitas vezes agravados pelo estímulo à memorização e preparação a responder questões, elementos típicos associados aos processos seletivos que ainda perduram.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Tal cenário tem sido invadido por todos os lados e, às vezes, demoramos para percebê-lo, dando uma sobrevida a algo que não mais responde às novas realidades. Os estudantes já não são os mesmos, sendo que na virada desta década, que estamos próximos, a maioria do corpo discente terá mais de vinte e cinco anos, serão casados, com filhos, trabalhando e, em geral, estudando à noite. </span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">(figura de: pt.dreamstime.com)</span></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-77808426150964972742009-06-06T10:48:00.000-07:002009-06-06T15:59:19.639-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv-ubpHDYSPKDxhrbtIWxWujEu3zbkCbvNzowuu8_UNkb-A0UehJHHQBwFNwWpd2Csj-hKdVwnVHXybyDpvQmUvvcBl7w0-n-V82F4yJTAwb-__7qv-Hp5mfP4Q9dt5kaNkUC38Cw0KUE/s1600-h/criatividade+einstein.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344274140499389122" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 111px; CURSOR: hand; HEIGHT: 115px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv-ubpHDYSPKDxhrbtIWxWujEu3zbkCbvNzowuu8_UNkb-A0UehJHHQBwFNwWpd2Csj-hKdVwnVHXybyDpvQmUvvcBl7w0-n-V82F4yJTAwb-__7qv-Hp5mfP4Q9dt5kaNkUC38Cw0KUE/s400/criatividade+einstein.jpg" border="0" /></a><br /><br /><span style="font-size:180%;color:#ff0000;"><em>Nanotendência 6: Criatividade e o papel do docente</em></span><br /><br /><br /><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A civilização Micênica, em torno do século XVII a.C., constituiu-se no primeiro império do mundo ocidental em função de controlar o bronze e, a partir dele, obter ferramentas para uma agricultura, que gerava excedentes, e armas de guerra, que permitiram escravizar seus vizinhos. Foram, posteriormente, derrubados pelos Dórios, no século XII a.C., que, por sua vez, dominavam o ferro, superior ao bronze naquelas finalidades.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Mais recentemente, houve um período da história da humanidade onde o país que controlasse as colônias, conseqüentemente o fluxo de matérias primas, transformava-se numa nação dominante. Em seguida, a prioridade esteve associada ao controle do processo industrial e da apropriada manipulação da ciência e, especialmente, da tecnologia dela decorrente.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Considerar o passado ajuda a entender o presente e ousar analisar o futuro. Temos muito poucos elementos para saber o que será, nos próximos anos, determinante na relação entre países e entre grupos sociais dentro de um mesmo país. No entanto, se tivéssemos que apostar, em uma única palavra, para definir o que está por vir como determinante, provavelmente, a palavra-chave seria criatividade.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">De novo, não tem nada de inédito em ressaltar o estímulo à criatividade enquanto elemento central, mas as experiências que assim se traduzem ocorrem numa escala tão diminuta, quase imperceptível numericamente. No entanto, isso não minimiza a importância do tema. Ao contrário, a escala da relevância do tema é macro, ainda que as escalas em curso sejam nano. </span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A dificuldade, no entanto, começa por não termos uma definição precisa do que seja afinal criatividade. A mais abrangente abordagem trata do tema como estando associada, genericamente, à ação do indivíduo ou de um grupo, os quais, usando os símbolos e conceitos de um dado domínio, introduzem uma nova idéia e essa novidade é selecionada pelo coletivo como relevante para o desenvolvimento do próprio domínio.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Criatividade está também associada a processos de mudança, de desenvolvimento e de evolução na organização da vida subjetiva, através da manipulação de símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Seria mais adequado afirmar que dentro do amplo universo de conceitos sobre criatividade, eles se assemelham e muitas vezes se complementam. Os diversos conceitos estão ligados a estilos de pensamento, características de personalidade, valores e motivações pessoais ou coletivas, bem como a fatores de ordem social e normas previamente estabelecidas.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Portanto, criatividade está associada a variáveis diversas, contendo elementos de natureza complexa, de características multifacetadas, envolvendo uma interação dinâmica entre elementos relativos à pessoa, o coletivo, o ambiente, valores e normas culturais. A criatividade contempla associações e combinações inovadoras de planos, modelos, sentimentos, experiências e fatos.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Etimologicamente, criatividade deriva de criar, do latim creare, que significa dar existência ou estabelecer relações até então não configuradas no universo do indivíduo ou do coletivo.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Educacionalmente é preciso estabelecer que criatividade não é privilégio de selecionados, podendo e devendo ser desenvolvida através de determinadas condições que colaboram com suas manifestações ou com a amplificação das mesmas.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Mesmo não excluindo ninguém de potencial criativo, é certo também que alguns indivíduos já apresentam, naturalmente, maiores evidências desse padrão de comportamento curioso, investigativo e voltado à experimentação, tanto em suas áreas de interesse ou em terrenos nem tão familiares, envolvendo outras culturas, tecnologias, idiomas etc.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Acredita-se também que o potencial criativo tenha início na infância. Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas pelos pais, tendem a ser adultos mais ousados, propensos a agir de forma inovadora. O inverso também parece ser verdadeiro.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Enfim, embora não saibamos nenhuma regra pré-estabelecida, podemos elencar fatores que podem ser positivos ou negativos (estimulam ou inibem), os quais dependem das características presentes na organização e nas concepções e nas posturas de seus gestores.</span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">A grande novidade que enfrentaremos, em futuro bem próximo, será menos provar a extrema relevância da criatividade, mas sim a convicção que se trata de algo que podemos despertar e estimular ou, alternativamente, reprimir, inibir e sufocar. Em especial, perceberemos, cada vez mais, que Educação tem tudo a ver com criatividade.</span></div><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Assim, no campo educacional, a criatividade está relacionada com a capacidade de absorver, transformar e produzir conhecimento, cabendo à escola garantir as necessidades fundamentais e propiciar o ambiente adequado para que o estudante seja estimulado a criar, a partir do que já foi aprendido, lidando com o novo e despertando valores positivos associados à invenção em geral e à descoberta de conhecimentos originais.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Partindo do pressuposto que criatividade é uma capacidade que pode ser estimulada, ela esta está relacionada de várias formas aos atos de ensinar e de aprender, através de suas metodologias, no sentido amplo do termo.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">No meio escolar, se o educando estiver inserido num ambiente acolhedor e prazeroso, estimulador da inventividade e do apreço pelo novo, certamente isso contribuirá (pelo menos haverá uma chance maior) para que ele seja um cidadão e um profissional mais criativo nas etapas posteriores.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Fundamental é estar exposto à criatividade, ou seja, propiciar oportunidades e incentivar a busca de novas experiências, motivando testar hipóteses e, principalmente, estabelecendo novas formas de diálogos. Este processo fica mais rico ainda quando realizado com pessoas de outras formações, com diversos tipos de experiências e provenientes de diferentes culturas.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">A dificuldade é que sabemos muito pouco acerca desse suposto ambiente acolhedor e estimulador da criatividade. Curiosamente, sabemos muito mais sobre como inibi-la, como bloquear inventividades e como dar espaço ao desprezo e ao preconceito contra o novo. São muitos os exemplos desses obstáculos, incluindo ambientes escolares desmotivadores, metodologias ultrapassadas e desconectadas da realidade do educando, viés autoritário e repressor etc.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Costuma-se dizer que saber o que inibe criatividade não é desimportante, é muito importante. Ao identificarmos os elementos que cerceiam inovações, temos metade do caminho cumprido em direção a gerar os ingredientes que despertam a inventividade e deixam fluir a capacidade de criação.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Certamente o papel do professor no contexto escolar é crucial nessa mediação de processos ensino-aprendizagem que tenham como preocupação central desinibir aspectos associados à criação. Cabe especialmente (não exclusivamente) ao docente a difícil identificação dos fatores influenciadores (estimulantes e inibidores) da inventividade no ambiente educacional.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Alguns autores, analisando aspectos da criatividade, caracterizam quatro tipos de fatores ou barreiras, potencialmente bloqueadores da inventividade, estando esses fatores associados a: a) emocionais, quando as emoções e sentimentos agem sobre a capacidade de pensar, de comunicar as idéias e opiniões, com receios diante da possibilidade de fracasso; b) culturais e ambientais, quando as idéias e concepções de uma determinada sociedade, cultura ou grupo atuam de forma a inibir a quebra de paradigmas das próprias crenças, dificultando a aceitação a um novo modo de pensar; c) de intelecto e de expressão, que interferem diretamente na formulação de idéias, gerando inibição e desconforto na forma de expô-las com clareza e convicção; d) de percepção, onde os obstáculos impedem compreender problemas ou as informações necessárias para a sua resolução.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">As barreiras emocionais estão associadas às dificuldades do estudante em comunicar suas idéias por medo ou receio de uma possível rejeição ou de um eventual fracasso. Há que se criar, especialmente no espaço da sala de aula, um ambiente que valorize também o erro, tal qual o acerto, como elementos integrantes do mesmo processo de aprendizagem. O fracasso, ou aquilo que assim é entendido, deve ser lido como ingredientes motivadores na construção do processo dinâmico seguinte, tratando a superação com naturalidade. Não é simples essa construção, mas é fundamental que se persiga esta prática.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Sobre os bloqueios culturais e ambientais, geradas por pressões sociais, culturais ou de um determinado grupo a que pertencemos, podem tornar não simples a aceitação de idéias diferentes ou divergentes daquelas tradicionalmente dominantes.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Bom destacar que se costuma associar o fato de maior diversidade de ritmos musicais a espaços mais propícios para o estímulo da criatividade. Haveria, em tese, uma correlação entre diversidade musical, seja ela produzida, praticada ou simplesmente ouvida, e ambientes criativos. Quanto mais ritmos musicais um grupo social, uma região ou um país dominam, praticam e divulgam, mais criativos tendem a ser seus habitantes ou componentes. Assim, ambientes que se caracterizam pela pluralidade, flexibilidade, diversidade e tolerância são, em princípio, mais propícios a derrubarem barreiras culturais e ambientais.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Na escola, o professor, que além do conhecimento específico que o caracteriza, tem também um papel de orientador e facilitador, e deve estar atento a todas as situações. O ambiente escolar é composto por pessoas multiculturais e, felizmente, bastante diferentes entre si. Os preconceitos e pré-julgamentos devem ser pauta de discussões entre o corpo docente e o corpo discente para que todos possam compreender e respeitar as diferenças existentes dentro de qualquer grupo formado por pessoas. Ser diferente é normal.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Outro fator apontado por pesquisadores da área são as barreiras intelectuais. Essas barreiras bloqueiam a criatividade quando a escolha de (ou falta de) linguagens ou de estratégias para solucionar problemas acaba prejudicando, pois o indivíduo acaba desmotivado em buscar criativamente alternativas para transpor os problemas apresentados.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Para que o desbloqueio intelectual, pode o docente trabalhar possíveis sistematizações de solução de problemas (existem várias), destacando os estágios clássicos envolvendo primeiramente a percepção do problema, a teorização do mesmo, o estímulo à inspiração sobre os possíveis caminhos, e, por fim, converter a idéia mental em idéia prática na busca da solução do problema proposto.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Dois elementos complementares contribuem para quebrar barreiras intelectuais. O estímulo à boa prática da expressão escrita, bem como da expressão oral, as quais compõem elementos determinantes no sucesso de qualquer profissional na realidade atual. Segundo, agrega-se a isso a capacidade de desenvolver-se e produzir em equipe, aspecto vital nas ações contemporâneas do mundo do trabalho. São elementos conectados, sendo que o trabalho em equipe é mecanismo fortemente estimulador da capacidade de comunicação, por sua vez as habilitadas de comunicação favorecem sobremaneira o trabalho em equipe.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Quanto ao bloqueio de percepção, um fator adicional que pode acarretar prejuízo é o excesso de informações, ou, especificamente, às vezes, de aulas expositivas, que, ao invés de clarear a respeito do que deve ser feito, acaba tendo um efeito contrário, gerando aquilo que Adams denominou “limites imaginários”.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Às vezes, os estudantes não conseguem avançar devido à ilusão da impossibilidade ou mesmo duvidam da capacidade própria de criar. Muito importante que o professor perceba, mais do que ninguém, que quando as pessoas sabem que suas ações serão valorizadas, parecem tender a criar mais. Quando sentem que não estão sob ameaça (de ser reprovados injustamente ou de cair no ridículo, por exemplo), os estudantes perdem o medo de inovar e revelam melhor suas habilidades criativas.</span></p><div align="justify"><br /></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Criatividade é o elemento mais importante dos processos educacionais do futuro e do presente. O fato de seu conceito ser complexo não pode e não deve minimizar sua relevância, devendo estar permanentemente associado, como fator principal, inerente em todas estratégias educacionais compatíveis com a realidade do mundo atual.</span></p>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-41951393202791035572009-06-06T10:41:00.000-07:002009-06-13T17:41:34.533-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG_RyzKQvRSEZ_5iX5Zeg25_PUYlwcgITmoBk5iiE4-TGQzxrIB0UJPyD1w9YujWeCxTvHl47gwjyCMDePA0-FkTcJoCftc-yQE2nVUSgmZg8FihFshP7hXItxm4OyrF2iU30f4TaYsNM/s1600-h/arteseoficos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344272484442580882" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 150px; CURSOR: hand; HEIGHT: 100px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG_RyzKQvRSEZ_5iX5Zeg25_PUYlwcgITmoBk5iiE4-TGQzxrIB0UJPyD1w9YujWeCxTvHl47gwjyCMDePA0-FkTcJoCftc-yQE2nVUSgmZg8FihFshP7hXItxm4OyrF2iU30f4TaYsNM/s400/arteseoficos.jpg" border="0" /></a><br /><div><div><span style="font-size:180%;color:#ff0000;"><em>Nanotendência 7: Artes e ofícios inovadores</em></span></div><br /><br /><br /><p><em><span style="font-size:180%;"></span></em></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">A percepção e a compreensão acerca das artes e ofícios contemporâneos, que são caracterizados pela junção criatividade e inovação, ainda escalam na dimensão nano, ainda que já presentes raramente e em caráter quase pontual na educação superior, esta por sua vez tradicional na escala macro.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Nas décadas anteriores a formação em graduação nas diversas carreiras do ensino superior consistia basicamente em dotar os futuros formandos de um conjunto razoavelmente bem definido de conhecimentos específicos próprios de cada profissão. Tais conhecimentos contemplavam uma série de técnicas, métodos, procedimentos e uma formação geral associada a elementos específicos de cada área. Esses profissionais, assim preparados, enfrentavam, com relativo sucesso, uns mais outros menos, os desafios de um mundo do trabalho em algum nível previsível e programável.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">O início deste novo milênio apresenta uma dinâmica acentuada, mudanças impressionantes em prazos muito curtos, com fortes impactos no mundo do trabalho, demandando um repensar urgente e profundo na concepção do que significa formar alguém para o mundo contemporâneo. A área de formação de recursos humanos é, entre todos os setores, a mais atingida por tais alterações. Mesmo assim, na prática, as mudanças ainda que já presentes em nosso cenário educacional, têm sido ainda tímidas, incipientes, localizadas e demoradas, em especial nos processos típicos de ensino-aprendizagem. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Se pudéssemos denominar, genericamente, aquelas técnicas e procedimentos, próprios das diversas carreiras, de ofícios, diríamos que o mundo contemporâneo permanece exigindo aqueles conhecimentos com o desafio de exigir muito mais. Nem exclui aqueles saberes tradicionais, mas complementa, demandando muito mais e diferente. A emergência do nano não se contrapõe ao macro, mas se distingue, diferenciando-se, tanto quantitativamente como qualitativamente. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Este universo adicional refere-se também a uma dimensão da educação permanente, de um aprender continuado, onde a consciência dessa característica e o estímulo à capacidade do aprender a aprender aproximassem-se mais de elementos do universo das artes do que propriamente dos ofícios. Trata-se de preparar para o inédito, de dotar alguém do potencial para enfrentar problemas e tecnologias que não conhecemos e desafios que terminantemente não somos capazes de prever. Com criatividade e posturas diferenciadas. Assim o novo, que demanda ser feito, está mais para preparar o artista do futuro, que também contemple o profissional tradicional de antigamente.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Ao contrário dos velhos ofícios, na visão das artes e dos ofícios integrados e conjugados não há receitas, há sim elementos motivadores, como, por exemplo, modificar o conceito de bom estudante. Na visão primeira, o bom aluno referia-se àquele capaz de, a partir do que foi ministrado em sala de aula, pelo professor, estudar em casa, e preparar-se para demonstrar esse conhecimento posteriormente. No segundo enfoque, a partir de disponibilizado com antecedência o material referente ao conteúdo, os momentos das aulas assumem uma outra dimensão, propiciando aprofundamento dos temas em uma dinâmica bastante distinta do copiar para estudar depois, refletindo sim o estudado antes para aprofundar durante. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Além disso, na visão anterior, priorizava-se o desempenho individual, no segundo o trabalho em grupo, formando pessoas capazes de trabalhar em equipe e desenvolverem-se coletivamente. Nos dois casos não deve haver simetria entre professor e estudante. Só que no tradicional, o professor reduz-se à transmissão e cobrança de um conhecimento limitado; no segundo, a dimensão do mestre se dá na seleção dos melhores conteúdos e no encaminhamento de um processo formativo capaz de preparar futuros profissionais, aptos a repetirem tais procedimentos em quaisquer circunstâncias, quando assim forem exigidos no trato de conhecimentos em expansão acelerada e acessível ilimitadamente. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">O estudante que chega à universidade, cada vez mais, não é somente aquele jovem, quase adolescente, que recentemente completou o ensino médio e quase precocemente definiu por esta ou aquela futura profissão. Majoritariamente teremos pessoas do mundo trabalho que largaram a escola há anos, casaram-se, tiveram filhos, e perceberam que as possibilidades de sucesso, em todas as dimensões desta palavra, estão associadas aos estudos permanentes. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Fato é que o sistema de educação superior brasileiro, como regra, conserva ainda modelos de formação acadêmica e profissional superados em muitos aspectos, tendo prevalecido em tais modelos uma concepção fragmentada do conhecimento, que separava totalmente o artesão/profissional do artista, resultante de reformas universitárias das décadas de 1960-1970. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">A arquitetura acadêmica dominante exclui, por exemplo, a educação artística, científica e humanística, nunca tendo sido possível conjugar simultânea e adequadamente as artes e os ofícios. </span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Na graduação temos um sistema de títulos e denominações correlatas, caracterizado por inconsistências e nível inadequado de padronização. Os modelos acadêmicos vigentes, salvo exceções, incorporam currículos de graduação estreitos e rígidos, ainda calcados no viés dominantemente disciplinar, caracterizado, em geral, por uma não integração entre a graduação e a pós-graduação e por um divórcio entre transmissão e produção do conhecimento.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Atualmente estão em curso várias iniciativas visando construir inovadoras estruturas acadêmicas que favoreçam e estimulem a integração de competências específicas, incluindo profissionais cujos treinos sejam aprimorados pelo rigor de disciplinas formais, cientistas empíricos cuja educação resultará do intenso uso de novas ferramentas tecnológicas e, por fim, artistas que manipularão ferramentas com a habilidade daqueles que incorporam materiais inovadores em seus trabalhos.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">A produção de conhecimentos, por sua vez, é também um fruto da conjugação dos ofícios e das artes. Isoladamente, há muita dificuldade em produzir conhecimentos e inovações realmente originais e de impacto no sistema produtivo do mundo contemporâneo.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Como já afirmado anteriormente, um país cresce quando é capaz de absorver conhecimentos, mas se torna forte, de verdade, quando é capaz de produzir conhecimentos. É a partir dessas da adoção dessas novas concepções, seja na transmissão como na produção do conhecimento, que se permitirá ao país uma inserção competitiva e soberana no mundo.</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:180%;color:#ff0000;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglNJKJA9rlgAqGCuVKrM3EUUZLzLkUvL_xg4nzzyZ0eCLl6LQDIGgeffDg1ou8jIqFeBpqDuwMZL1SAi56-kefY-xs9ETGYcLNgbzmTwR8WEo_lokvOcg3zn6BzWYSQ47x0FczkH9o-nA/s1600-h/engenharias.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344352401829005298" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 130px; CURSOR: hand; HEIGHT: 98px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglNJKJA9rlgAqGCuVKrM3EUUZLzLkUvL_xg4nzzyZ0eCLl6LQDIGgeffDg1ou8jIqFeBpqDuwMZL1SAi56-kefY-xs9ETGYcLNgbzmTwR8WEo_lokvOcg3zn6BzWYSQ47x0FczkH9o-nA/s400/engenharias.jpg" border="0" /></a>Nanotendência 8: Educação, inovação tecnológica e engenharias</span></p><br /><p align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Fenômeno já conhecido, talvez o que possa surpreender seja a escala com que ele se configure a partir daqui. Ou seja, as engenharias e as tecnologias saem de posições marginais para serem atores centrais no mundo das profissões no futuro próximo.</span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Não seria correto afirmar que as engenharias reduziram sua importância nos anos passados e sim que a formação dos engenheiros nas suas formas tradicionais não mais estavam atendendo às novas dinâmicas. Por algum tempo as estruturas curriculares dos cursos de engenharia permaneceram inalterados enquanto o mundo do trabalho associado às funções tecnológicas mudaram drasticamente. </span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">É correto igualmente afirmar que bastou o crescimento do país apresentar números positivos por dois anos consecutivos para que a carência desses profissionais ficasse mais evidente. A falta dos profissionais não pode e não esconde o duplo fenômeno, ou seja: faltam engenheiros e a formação que deles se espera demanda atualizações profundas. </span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Interessante observar que o desafio está longe de ser simples. A nova demanda não exclui os conhecimentos tradicionais que os engenheiros devem ter, mas são apresentadas, adicionalmente, múltiplas outras exigências. Aprender a trabalhar em equipe, saber expressar, tanto por escrito como oralmente, estar apto a enfrentar novas tecnologias, sejam elas quais forem, não temer desafios etc.</span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">À formação do engenheiro, mais do que dominar dados e fatos, incorpora-se o domínio de linguagens, aprimoramento do senso crítico, capacidade de inovar, habilidades de coordenar trabalhos em equipe e aprender a lidar com situações complexas. O mundo do trabalho atual demanda um profissional que tenha na formação o estímulo permanente à criatividade, forjado em ambientes acadêmicos que cultivem a ética e o senso estético, em conjunto com despertar ou aumentar o apreço à cultura em geral.</span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Inovação tecnológica estabelece com educação um vínculo de atitude. Não é simples ensinar a inovar, o que é possível sim é desenvolver metodologias e procedimentos educacionais que estimulem fortemente atitudes compatíveis com inovação. São nas atitudes assumidas perante os desafios e no enfrentamento de situações complexas que processos ensino-aprendizagem deverão estabelecer suas diferenças. </span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;">Enfim, em termos de formação de recursos humanos nas áreas tecnológicas, uma nanotendência que se firmará será aquela capaz de estabelecer uma educação que tenha por centro o elemento inovação, além de propiciar a bagagem necessária em termos de matemática, ciências e capacidade de gestão. </span></p><p align="justify"> </p></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-30439073421501367492009-06-06T10:36:00.000-07:002009-06-06T10:40:42.060-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYGiuCbrMKWO6733lckOqGG05lQOq21iSikUmFiFUZqHi2zTyz6x3eQ_oI89h5DTYwDRr8Xte_gM476z8gXrvwYEDoI3sdw86DYzHoJ7XV4udSa0Up3W4W07X54J5fZBTXQfBjkIAyAik/s1600-h/mezo+(camaradecomuns.blogs.sapo.pt).jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344270572477296626" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 126px; CURSOR: hand; HEIGHT: 108px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYGiuCbrMKWO6733lckOqGG05lQOq21iSikUmFiFUZqHi2zTyz6x3eQ_oI89h5DTYwDRr8Xte_gM476z8gXrvwYEDoI3sdw86DYzHoJ7XV4udSa0Up3W4W07X54J5fZBTXQfBjkIAyAik/s400/mezo+(camaradecomuns.blogs.sapo.pt).jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="font-size:180%;color:#ff0000;"><em>Nanotendência 9: O fim da mezo escala nas instituições de ensino superior</em></span></div><br /><div><em></em></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span> </div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Vivemos um cenário de crise financeira mundial que favorece que fenômenos de escala sejam preponderantes na sobrevivência, sucesso ou desaparecimento de empresas em todos os ramos de atividades. Educação não diferente e as escolas privadas não estão imunes à crise, seja no que ela representa de crise ou de oportunidades. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Há uma tendência macro clara à incorporação das instituições menores pelas maiores, gerando a formação de empresas holding, as quais muitas vezes se estabelecem como capital aberto em bolsas de valores, espaços compartilhados de controle e de definição de valores. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Talvez seja ainda prematuro para emitir juízos definitivos de valor e tendências de ganho ou perda de qualidade. No entanto, é perceptível que tais movimentos caminham em direção à incorporação de metodologias educacionais padronizados, currículos unificados, ensino mais estruturados e cada vez menos espaço para metodologias inovadoras, dependente de conjunto específico de professores ou de especificidades regionais ou de propósitos peculiares a um certo contexto ou clientela. Tende-se nas instituições componentes de um grande grupo a um processo de pasteurização metodológica, fruto do aproveitamento do fenômeno escala e otimização de custos.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">É inegável que ao padronizar metodologias, via ensino estruturado, é possível que a nova dinâmica de grande empresa possa eventualmente acarretar melhoria de qualidade para instituições previamente muito deficientes e sem rumo. Igualmente, ao contrário, há exemplos de prejuízos de qualidade irreversíveis resultantes de gestão centralizada que menospreza e atropela diferenças associadas a abordagens que levavam em conta contextos regionais, especificidades históricas próprias e relacionamentos pessoais estabelecidos na instituição incorporada ao grupo maior. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Neste cenário macro, creio que sobreviverão , além dos grandes grupos, pequenas instituições , desde que consigam explorar suas especificidades e peculiaridades, bem como agilidade e ousadia de incorporar novos modelos acadêmicos. Fazer uso de suas escalas nano, frente a uma conjuntura educacional em que todos estarão desafiados a se reestruturarem, pode ser uma agradável novidade em um cenário em que instituições de porte médio (mezoescala) tenderão a desaparecer. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Restarão em médio prazo, portanto, no setor educacional privado, em condições de enfrentar os períodos pós-crise, as grandes empresas, com seus atributos e fragilidades, e aquelas nano, quase familiares, fazendo uso intensivo de seus elementos diferenciais.</span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;">(figura de: camaradoscomuns.blogs.sapo.pt)</span></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-61486120604907302392009-06-06T10:28:00.000-07:002009-06-10T01:31:31.094-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx0FmZMlB9boE9GQHGyQnjF3P5zgB6Qy-fzvTN_TQyFFlVWCdUhQ4x8uMWRzMOeMYNlQdJjsUVOimEaW5YZCZum0HZ3yXS6LfoTbvbBNXkUZBIfrzqrWB0qaLnFbsLuxxvMs5r5arvrwc/s1600-h/dragao.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344269364933893714" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 150px; CURSOR: hand; HEIGHT: 120px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhx0FmZMlB9boE9GQHGyQnjF3P5zgB6Qy-fzvTN_TQyFFlVWCdUhQ4x8uMWRzMOeMYNlQdJjsUVOimEaW5YZCZum0HZ3yXS6LfoTbvbBNXkUZBIfrzqrWB0qaLnFbsLuxxvMs5r5arvrwc/s400/dragao.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW0eI_KkkJTmRl72LwzOd4YEsy0dcACYG4Ce_hD91bHEnTmKoQSpXcyS4Vl8_PD08Nub9fP8MU7b4kLxhQiQCAmuxPUD2uaRIMqEyazP0RVVwz83S5qFp_-i3vQ8BbwYTpf3wLvvU-ZDk/s1600-h/dragao.jpg"></a><br /><br /><span style="font-size:180%;color:#ff0000;"><em>Nanotendência 10: Extrema judicialização versus abordagens educacionais </em></span><br /><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><span style="font-size:130%;"></span><br /><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Está em curso uma febre jurídica que assola a educação superior no país. Baseados na fé da capacidade normativa abundam decretos, portarias, resoluções e órgãos. Em que pese a boa fé das iniciativas, nada mais são do que reflexos perversos da falta de perspectivas educacionais. A ausência do saber o que fazer educacionalmente é preenchida pela edição de normas, sem perceber que as normas não só não induzem qualidade como, ocasionalmente, a prejudicam sobremaneira.</span></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Curiosamente, os instrumentos jurídicos criados, que têm seus estímulos principais no controle do setor privado, geram máquinas de desestímulo às necessárias inovações e ousadias acadêmicas, as quais, em geral, têm no terreno normativo extremado seus maiores inimigos.</span></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">As iniciativas educacionais nanos neste emaranhado normativo macro judicializado poderão representar um fôlego, como uma brisa de ar fresco em uma sala já quase sem ar. As mudanças acadêmicas do REUNI no setor público representam isso.</span></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">Em tese, o setor privado poderia estar igualmente experimentando novas experiências, em termos de modelos acadêmicos e adoção de metodologias inovadoras, com o mesmo vigor ou até mais disposição. Mas, definitivamente, não está. </span></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">As razões são múltiplas, mas o cerceamento normativo, fruto da extrema judicialização do ensino superior é uma das razões principais. Não se está fazendo uso, infelizmente, dos atributos resultantes de sua maior agilidade, de sua mais natural flexibilidade, especialmente em instituições de menor porte, e maior capacidade de impor comandos mais rapidamente. </span></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;">As nanotendências acadêmicas experimentadas pelas pequenas instituições ousadas poderão no futuro próximo representar um desafio capaz de amedrontar o macro dragão dos empecilhos jurídicos normativos que ocupam os espaços educacionais. </span></div></div>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5895733603049737144.post-698571835002679782009-04-12T02:27:00.000-07:002009-06-10T05:44:07.942-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBxapXGOIPNC_lr6S7M0V8uN66ff0pTV3BT9Aq4-j-NEoL03fYf_uhdCZQCnKcdqouD9kY9SVqX4-YL4zu8InsVLw5ndgpiN2CeLrrJ-_1fyfQxJh9wwhbW5iX_a2nSwMWTzuVyiTYR1I/s1600-h/teia"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5323734938966454130" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBxapXGOIPNC_lr6S7M0V8uN66ff0pTV3BT9Aq4-j-NEoL03fYf_uhdCZQCnKcdqouD9kY9SVqX4-YL4zu8InsVLw5ndgpiN2CeLrrJ-_1fyfQxJh9wwhbW5iX_a2nSwMWTzuVyiTYR1I/s400/teia" border="0" /></a><br /><br /><strong><span style="font-size:180%;color:#990000;"><em>Tecnologias Educacionais Inovadoras Andragógicas (TEIA)</em></span><br /></strong><br /><br /><p></p><p></p><div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;color:#990000;"><em>Ronaldo Mota</em></span><br /></strong><br /><br /><br /><br /><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#993300;"><em>Para que este Blog?</em></span><br /></strong><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Este Blog pretende constituir-se em mais um instrumento que estimule a discussão de abordagens, estratégias e métodos educacionais inovadores que possam representar importantes opções de processos ensino-aprendizagem. </span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">É preciso que esses métodos sejam plenamente compatíveis com o mundo contemporâneo de educação permanente, preparando profissionais e cidadãos em sintonia com educação continuada ao longo da vida.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Sem a pretensão de opiniões previamente estabelecidas ou enfoques definitivos, alguns balizamentos são características básicas das propostas aqui apresentadas. Uma delas diz respeito às concepções andragógicas, associadas à necessidade de repensar nossas metodologias educacionais à luz do fato que boa parte de nossos estudantes da educação superior brasileira está alterando rapidamente seu perfil de faixa etária, origem sócio-econômica e suas expectativas.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Destacando, no entanto, que boa parte do que aqui é tratado tem valores universais, sendo adequado (ou pretendendo ser) para qualquer faixa de idade ou de nível educacional, sem exclusão<em> a priori.</em></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#993300;"><em>O que é, afinal, andragogia?</em></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span></strong><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Andragogia por tratar-se de conceito educacional diferenciado, especialmente voltado à educação de adultos, permite oportunizar experiências educacionais inovadoras. </span><span style="font-size:130%;color:#000099;">Nessas abordagens, os estudantes quais têm um papel mais ativo em seus processos de aprendizagem, em coerência com as perspectivas de formação continuada e ao longo da vida, superando o período de educação escolar tradicional.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">O centro do processo ensino-aprendizagem tradicional está na atuação do professor e calcado na concepção de transferência simples de conhecimento. Abordagens educacionais baseadas em inovadoras metodologias buscam centrar na aprendizagem do estudante e nas relações que ele estabelecia com o seu entorno, tanto as pessoas, as múltiplas relações estabelecidas, bem como suas experiências com a natureza que o cerca.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#993300;"><em>O que é, afinal, Método Keller?</em></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span></strong><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Uma dos métodos desenvolvidos nesta concepção é o denominado Método Keller ou Processo de Instrução Personalizada, o qual faz uso de uma estratégia no processo ensino-aprendizagem que é diferente substancialmente das metodologias tradicionais, as quais são baseadas tipicamente em aulas expositivas como meio primário segundo o qual os estudantes tomam contato com a matéria.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Uma limitação percebida na aplicação do Método Keller ao final do século passado foi exatamente quanto à disponibilização adequada do material prévio ao estudante. Uma nova base tecnológica, propiciada pelos avanços recentes nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), permite um novo momento e novas ferramentas. Assim, uma releitura positiva do tradicional Método Keller, à luz da incorporação efetiva das tecnologias inovadoras, é possível e imprescindível ser realizada.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Assim, neste Blog é apresentado um conjunto de abordagens, estratégias e métodos que podem representar importantes opções plenamente compatíveis com o mundo contemporâneo de educação permanente, preparando cidadãos em sintonia com educação continuada ao longo da vida.</span></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="color:#993300;">K</span><strong><em><span style="color:#993300;">eller + TICs: Uma Abordagem Andragógica<br /></span></em></strong></span><span style="color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Foi com Malcolm Knowles que se configurou, na década de 1970, a noção de andragogia como a arte e a ciência de orientar adultos em seu processo de aprendizagem fazendo intenso uso de suas experiências de vida. Um aspecto importante da andragogia, mais relevante do que a separação em faixas etárias, é a concepção de que aprendemos sempre ao longo da vida e a ênfase no aprender fazendo. </span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Nesse sentido, a andragogia, enquanto estímulo ao aprender a aprender, não exclui nem jovens ou crianças, desde que os conteúdos e abordagens lhes sejam apropriados.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Cursos (ou disciplinas) baseados no Método Keller [1] fazem uso de uma estratégia no processo ensino-aprendizagem que é muito diferente das metodologias tradicionais, as quais são baseadas tipicamente em aulas expositivas como meio primário segundo o qual os estudantes tomam contato com a matéria.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Nas abordagens usuais, professores falam e estudantes ouvem e tomam nota e, sendo bons alunos (quando são!), estudam depois. Livros textos e outras ferramentas de apoio ao aprendizado são utilizados (quando são!) como complementares às aulas, mas sempre depois, nunca (ou muito raramente) antes.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Os processos avaliativos tradicionais ocorrem, em geral, muitos dias, semanas, às vezes meses, após os alunos terem tomado nota das aulas expositivas. Não raro, esse exame constitui-se na oportunidade única, ou quase, para o aluno demonstrar nível de aprendizagem. Esse modelo reforça muitas deficiências e, infelizmente, não atende mais exigências formativas do mundo contemporâneo.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">O Método Keller vai muito além do modelo aula-anota-estuda-testa. Na nova estratégia, onde se estimula o aprender a aprender, a aprendizagem inclui respeito ao ritmo dos estudantes, os quais são testados sobre as informações básicas referente às aulas antes delas, quantas vezes for necessário. Quem realiza essa etapa (habilitar à próxima etapa) é o orientador acadêmico, o qual determina o momento adequado para o estudante aproveitar ao máximo a aula do professor responsável pela disciplina.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">A aula expositiva muda de característica, devendo o professor saber que fala para iniciados, priorizando reforço de conceitos já preliminarmente assimilados, promovendo atividades laboratoriais/experimentais, desafiando os estudantes para um debate mais profundo e participativo. Enfim, uma nova dinâmica de aula que exige muito mais docente, alterando seu papel, enaltecendo muito mais a figura do mestre.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Uma limitação percebida na aplicação do Método Keller ao final do século passado foi exatamente quanto à disponibilização adequada do material prévio ao estudante. Uma nova base tecnológica, propiciada pelos avanços recentes nas TICs, permite um novo momento e novas ferramentas. Assim, uma releitura positiva do tradicional Método Keller, à luz da incorporação efetiva das TICs, é possível e imprescindível ser realizada.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">O Método “Keller + TICs” representa, portanto, uma importante opção plenamente compatível com o mundo contemporâneo de educação permanente, preparando cidadãos em sintonia com educação continuada ao longo da vida. Apropriado a todas as idades, compatível com uma realidade onde metade dos estudantes universitários tem mais de 25 anos, incorporando abordagens andragógicas (que visam adultos maduros), em contraposição aos métodos pedagógicos (na maioria, supondo crianças menos interessadas) [2].</span><a name="KELL68"></a><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"><em>Ref.:</em></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[1] Fred S. Keller. <em>Goodbye, teacher ...</em> J. of Applied Behavioral Analysis, 1(1):79-89, Spring 1968; J. Gilmour Sherman and Robert S. Ruskin. <em>The Personalized System of Instruction.</em> Educational Technology Publications, Englewood Cliffs, NJ, 1978. Vol. 13 in The Instructional Design Library, series ed. Danny G. Langdon;</span><a name="SHER82"></a><span style="font-size:130%;color:#000099;"> J. Gilmour Sherman, Robert S. Ruskin, and George B. Semb, editors. <em>The Personalized System of Instruction: 48 seminal papers</em>. TRI Publications, Lawrence, Kansas, 1982.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[2] Ronaldo Mota. <em>A Universidade Aberta do Brasil in Educação a Distância, O Estado da Arte,</em> Org. F. M. Litto e M. Formiga, Cap. 40: 290-296, Pearson Prentice Hall, São Paulo, 008.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#993300;"><em>Detalhando mais sobre Andragogia</em></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span></strong><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">A vantagem de se tratar um neologismo é que o conceito associado à palavra pode ser construído contemporaneamente, levando-se em conta contextualização à dinâmica do mundo atual. Andragogia constitui um paradigma novo na medida em que a base para sua conceituação ainda recebe novas compreensões, em que pese sua história não tão recente assim.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">A pedagogia (do grego <em>paidós </em>– criança – e <em>agogus</em> – guiar, conduzir, educar), o termo vem das práticas no século VII na Europa referindo-se essencialmente ao educando, criança ou jovem, estando fortemente associado ao que era ministrado no ensino religioso em catedrais e escolas monásticas. O arcabouço de então serviu de base para a organização educacional formal contemporânea.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Muito embora o termo andragogia (derivado de <em>andros</em>, de homem, genericamente, adulto) tenha sido utilizado pela primeira vez por Alexander Kapp, somente em 1921 que o Professor Rosenstock utilizou o termo no significado mais estrito de educação para adultos. Em seguida, em 1926, Linderman tratou mais especificamente do currículo considerando-o como decorrente das necessidades do aprendiz, sendo sua experiência a fonte de maior valor na educação [1].</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Por um lado, andragogia tem sido apresentada a partir de diferentes noções e diversas abordagens há mais de dois séculos. O termo “andragogia” foi formulado originalmente por Alexander Kapp, professor alemão, em 1833 [2]. Em sua formulação inicial, ele faz uma descrição tendo como origem e pressupostos de seus pensamentos os elementos da teoria educacional presentes em Platão e suas experiências próprias na Academia.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Na história mais recente do século XX, particularmente na Grã-Bretanha e na América do Norte, a andragogia tem sido associada mais claramente ao conceito de educação de adultos através dos trabalhos de Malcolm Knowles [3]. Antecedendo Knowles, em 1921, Rosenstock escreveu um artigo no qual defendia a tese de que a educação dirigida a adultos demandaria professores especiais, métodos e filosofias próprios, tendo ele utilizado o termo andragogia para se referir a todos esses requisitos no seu conjunto [4].</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Nesse aspecto, deve ficar bem evidente que a andragogia não se aplicaria apenas à educação de jovens e adultos definida na LDB, mas a todos os processos educacionais que envolvam adultos, sejam eles alfabetizados ou não.</span><a name="issues"></a><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">No entanto, em que pesem os inegáveis méritos nas teorias dos precursores e de seus contemporâneos, o campo da educação de adultos está de forma especial intrinsecamente ligado aos trabalhos de Malcon Knowles. O que caracteriza a abordagem de Knowles para andragogia é que ele construiu sua teoria a partir de um modelo para aprendizagem de adultos, modelo este ancorado nas características especiais evidenciadas por aprendizes adultos e com certo grau de maturidade [4].</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Outra característica da abordagem de Knowles é que ele fez uso intensivo do modelo de relações derivadas de psicologias clínicas humanísticas e, em particular, da facilitação da aprendizagem decorrente de características comportamentais próprias do aprendiz mais maduro, seja no que concerne a identificar suas necessidades ou no conjunto de objetivos específicos.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Para Knowles, em resumo, andragogia está associada à pelo menos cinco pressupostos básicos, que definem suas características e a diferenciam da pedagogia. São eles:</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">1. <span style="color:#000066;"><strong>Auto-conceito:</strong></span> Uma pessoa madura e auto-direcionada apresenta, em geral, capacidade de estabelecer auto-conceitos privilegiada em comparação a um indivíduo com uma personalidade menos madura e menos auto-direcionada. Aqui é preciso destacar que tal afirmativa não implica subtrair a possibilidade de crianças demonstrarem elementos de auto-direcionamento. Pelo contrário, como ressaltado por alguns autores [5], em certos contextos, a aprendizagem para crianças tem características de naturalidade e espontaneidade que se confundem, corretamente, com auto-direcionamento.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">2. <span style="color:#000066;"><strong>Experiência:</strong></span> Uma pessoa madura acumula um reservatório de experiências que, potencialmente, pode transformar-se em fonte especial de aprendizado crescente.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">3. <span style="color:#000066;"><strong>Preparação ao aprendizado:</strong></span> O aprendizado, no qual se orienta a partir de tarefas associadas aos papéis sociais efetivamente desenvolvidos pelos aprendizes, permite processos especiais que facilitam sobremaneira sua preparação.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">4. <span style="color:#000066;"><strong>Orientação ao aprendizado.</strong></span> Uma pessoa madura apresenta uma especial perspectiva em termos de aplicação potencial dos conhecimentos em comparação a uma outra cuja aplicação se caracteriza principalmente pela generalidade, permitindo à primeira um enfoque centrado em problemas, enquanto que, para a segunda, em geral, o centro é principalmente o tema em abstrato.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">5.<span style="color:#000066;"><strong> Motivação para aprender.</strong></span> A motivação principal para aprender em uma pessoa madura é especialmente interna, fruto de suas próprias reflexões e conclusões.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"><em>Ref.:</em></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[1] Ronaldo Mota. <em>A Universidade Aberta do Brasil in Educação a Distância, O Estado da Arte,</em> Org. F. M. Litto e M. Formiga, Cap. 40: 290-296, Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2008; Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, <em>A Universidade Aberta do Brasil in Educação a Distância, O Estado da Arte</em>, Org. F. M. Litto e M. Formiga, Cap. 15: 105-111, Pearson Prentice Hall, São Paulo, 2008.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[2] (Nottingham Andragogy Group 1983: v). <em>Towards a Developmental Theory of Andragogy</em>, Nottingham: University of Nottingham Department of Adult Education. 48 pages; Davenport (1993; 114) <em>'Is there any way out of the andragogy mess?'</em> em M. Thorpe, R. Edwards and A. Hanson (eds.) Culture and Processes of Adult Learning, London; Routledge. (Publicado pela primeira vez em 1987).</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[3] Knowles, M. (1975). <em>Self-Directed Learning</em>. Chicago: Follet; Knowles, M. (1984). <em>The Adult Learner: A Neglected Species</em> (3rd Ed.). Houston, TX: Gulf Publishing; Knowles, M. (1984). <em>Andragogy in Action</em>. San James Fisher and Ronald Podeschi, <em>"From Lindeman to Knowles: A Change in Vision,"</em> International Journal of Lifelong Education 8:4, pgs 345-53 (Oct-Dec 1989). Knowles, M. (1980) <em>The Modern Practice of Adult Education. From pedagogy to andragogy</em> (2nd edn). Englewood Cliffs: Prentice Hall/Cambridge. 400 pages; Knowles, M. et al (1984) <em>Andragogy in Action. Applying modern principles of adult education</em>, San Francisco: Jossey Bass. <em>A collection of chapters examining different aspects of Knowles' formulation; Knowles</em>, M. S. (1990) The Adult Learner. A neglected species (4e), Houston: Gulf Publishing. First appeared in 1973. 292 + viii pages. <em>Surveys learning theory, andragogy and human resource development (HRD</em>); Boud, D. et al (1985) Reflection. <em>Turning experience into learning,</em> London: Kogan Page.; Cross, K. P. (1981) <em>Adults as Learners. Increasing participation and facilitating learning</em> (1992 edn.), San Francisco: Jossey-Bass; Dewey, J. (1933) How We Think, New York: D. C. Heath; Hanson, A. (1996) <em>'The search for separate theories of adult learning: does anyone really need andragogy?' </em>in Edwards, R., Hanson, A., and Raggatt, P. (eds.) <em>Boundaries of Adult Learning. Adult Learners, Education and Training</em> Vol. 1; Humphries, B. (1988) <em>'Adult learning in social work education: towards liberation or domestication'.</em> Critical Social Policy No. 23 pp.4-21; Kidd, J. R. (1978) <em>How Adults Learn</em> (3rd. edn.), Englewood Cliffs, N.J.:Prentice Hall Regents; Kliebart, H. M. (1987) <em>The Struggle for the American Curriculum 1893-1958</em>, New York : Routledge; Joseph and Judith Davenport, <em>"Knowles or Lindeman: Would the Real Father of American Andragogy Please Stand Up,"</em> Lifelong Learning. 9:3, pgs 4-5 (November 1985).</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[4] Merriam, S. B. and Caffarella, R. S. (1991; 249) <em>Learning in Adulthood. A comprehensive guide</em>, San Francisco: Jossey-Bass.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[5] Tennant, M. (1988; 21) <em>Psychology and Adult Learning</em>, London: Routledge; Brookfield, S. D. (1986; 93) <em>Understanding and Facilitating Adult Learning. A comprehensive analysis of principles and effective practice,</em> Milton Keynes: Open University Press.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><strong><span style="font-size:130%;color:#000099;"><em><span style="color:#993300;">Distinções entre andragogia e pedagogia</span></em> </span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span></strong><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">É preciso ser muito cuidadoso ao pretender fazer distinções entre andragogia e pedagogia [1], especialmente porque essas separações não são definitivamente claras. Além disso, os exercícios de comparações esquemáticas são, em geral, simplistas e arriscados, quando não equivocados. Mesmo sendo pouco recomendáveis, alguns autores, como, por exemplo, Jarvis [2], a partir das concepções educacionais de Knowles, que assumia andragogia como “educação de iguais”, em contraposição à pedagogia como “educação dos de cima”, ousou apresentar um quadro esquemático de contrastes. </span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Importante destacar que o próprio Knowles alterou ao longo do tempo sua orientação teórica quanto às distinções entre pedagogia e andragogia, tornando a dicotomia criança/jovem-adulto menos marcante. Argumentava ele que a pedagogia trabalhava mais o modelo baseado no conteúdo, ao passo que a andragogia privilegiava o contexto e o processo enquanto elementos centrais do processo ensino-aprendizagem. No decorrer de suas próprias experiências, Knowles conferiu cada vez mais peso à quinta característica acima descrita, ou seja, à motivação interna dos adultos para a educação como elemento central do processo e à possibilidade de que esse processo se daria enquanto educação continuada e ao longo da vida. </span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Assim, pedagogia está bastante associada à arte e ciência de educar crianças e jovens. Em geral – ainda que não necessariamente verdadeiro sempre –, no modelo pedagógico, a centralidade dos professores, enquanto dirigentes dos processos e metodologias, é quase absoluta. Contrariamente ao foco centrado no professor, que acabou por dominar boa parte dos processos formais de educação, na origem dos processos educacionais, remontando aos grandes mestres dos períodos antigos, de Confúcio a Platão, não se pretendia estabelecer esse padrão de comportamento.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Parte do “caminhar” na direção de centralizar o foco no professor, em detrimento dos estudantes, é debitada também ao ensino controlado pela Igreja, inclusive os calvinistas, os quais relacionavam o nível da sabedoria com maldade, demandando por parte dos orientadores mestres um controle bastante rigoroso.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Conseqüentemente, o controle dos adultos e dos mestres sobre o objeto da aprendizagem (conhecimento) permitiria garantir aos educandos, crianças e jovens em geral, o adequado nível de inocência. Assim, as escolas do século XVII, maioria delas formadores do corpo próprio da Igreja, privilegiavam um currículo centrado no professor, baseado em instrução autoritária, muitas vezes em oposição às raras tentativas de privilegiar experiências guiadas, centradas nos educandos. </span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">De forma mais enfática, na pedagogia para adultos, os programas de formação demandam especial atenção para explicações de por que alguns conteúdos, bem como os procedimentos, estão sendo ensinados ou adotados. Não que tais demandas também não devam ou não possam fazer parte de ensino para crianças. Podem e devem, mas a questão aqui é de ênfase especial comparativa.Os procedimentos educacionais, sempre que possível, devem ser mais auto-orientados e menos baseados em processos de memorização. </span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Assim, as instruções, quando imprescindíveis, devem levar em conta as diversas experiências anteriores dos educandos no que se refere às variabilidades e profundidades diferentes. Considerando que os adultos, mais do que as crianças, em geral, apresentam características de auto-orientação, as metodologias adotadas devem permitir que os aprendizes descubram por si, sempre que possível. </span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">Adultos demandam, de forma especial, estar claramente envolvidos nos processos de planificação, planejamento e avaliação das metodologias adotadas. As experiências, incluindo as discrepâncias associadas, devem fornecer as bases principais para as atividades de aprendizagem. Mais do que crianças, em geral, os adultos demonstram maior facilidade de aprendizagem em assuntos que têm, ou apresentam, conexões mais evidentes com os interesses imediatos de suas vidas pessoais ou de seu mundo do trabalho. </span><span style="font-size:130%;color:#000099;">O aprendizado de adultos demonstra ser mais efetivo quando centrado em problemas específicos e em conexão com o tema a ser abordado do que quando orientado pelo conteúdo mais geral associado ao tema em questão.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;"><br />Ref.:</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[1] Venport (1993), Jarvis (1977a) e Tennant (1996). Mark Tennant (1996), <em>"An Evaluation of Knowles's Theory of Adult Learning,"</em> International Journal of Lifelong Education. 5:2, pgs 113-122. Jarvis, P. (1987a) 'Malcolm Knowles' em P. Jarvis (ed.) Twentieth Century Thinkers in Adult Education, London: Croom Helm.</span><br /><span style="font-size:130%;color:#000099;">[2] Jarvis, P. (1985) <em>The Sociology of Adult and Continuing Education</em>, Beckenham: Croom Helm.</span> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><span style="color:#cc0000;"><strong><span style="font-size:180%;">(para maiores detalhes sobre este tema, leia os demais artigos ao final do blog)</span><br /></strong></span></div><span style="font-size:130%;color:#000099;"></span>Ronaldo Motahttp://www.blogger.com/profile/05100606567451073268noreply@blogger.com1