A denominada técnica de instrução entre pares é parte de um método criado por Eric Mazur, professor de Harvard, visando a transformar a aula em mais interativa via o envolvendo intelectualmente dos estudantes com as ações em curso.
O Prof. Mazur é um dos autores presentes na edição especial da Revista Science, número especial deste mês (2 de janeiro de 2009, vol. 323, páginas 1-174) dedicado ao tema: “Science & Technology”. A revista está imperdível e é acessível gratuitamente online através de:
http://www.sciencemag.org/current.dtl/
De fato, o "metodo" do Prof. Mazur, naquilo aqui apresentado, é mais uma estratégia do que propriamente um método, no sentido estrito. No entanto, neste contexto, em conjunto com as reflexões da TEIA sobre andragogia, método Keller, papel das TICs, critividade etc., certamente formam um conjunto harmônico. Na verdade, o conjunto de textos que segue deve ser visto (e lido) sempre em caráter complementar e o todo deve fazer algum sentido.
Retornado ao método de instrução entre pares, ele se baseia essencialmente nas seguintes simples operações:
- O instrutor, ou orientador acadêmico, apresenta aos estudantes uma questão de natureza qualitativa (usualmente com múltiplas escolhas), a qual foi cuidadosamente construída para colocar os estudantes frente a frente com as dificuldades de conceitos fundamentais presentes na questão proposta.
- Os estudantes analisam o problema proposto a partir de seus diversos pontos de vista e apresentam suas respostas de tal forma que uma parte deles optará por uma das múltiplas escolhas apresentadas e outros, eventualmente, tomarão diferentes alternativas.
- Os estudantes discutem o assunto com seus colegas por alguns minutos (sem a interferência do instrutor neste momento) e optam de novo entre as múltiplas escolhas fornecidas.
- Os temas propostos são então resolvidos com as discussões em classe, com a participação do instrutor, permitindo explorar neste nível o máximo de clarividência sobre o assunto.
Este método, além de ter a vantagem de envolver os estudantes e transformar as aulas mais interessantes para eles, tem a relevância de propiciar ao instrutor um retorno mais significativo sobre a classe como um todo e o que efetivamente é sabido sobre o tema proposto. Desta forma evitamos a generalização, nem sempre justificada, de, a partir do fato que um estudante domina a matéria, estendermos para o todo. Nesta estratégia é possível obter se informação mais qualificada acerca da distribuição do conhecimento entre os estudantes.
Este método também oferece significativa oportunidade para envolvimento dos estudantes nas discussões acerca das razões e sobre a construção e validade dos conhecimentos específicos. Ao decidirem coletivamente por uma resposta como a certa, os estudantes estão também aferindo a validade da mesma e as condições em que as teorias que a embasa são válidas.Para mais informações, inclusive sugestões de temas interessantes para testes do método, veja:
http://www.deas.harvard.edu/galileo/login/
P.S. Não deixe de visitar também dois outros apaixonantes sites relacionados com o tema acima (de alguma forma):
1) http://geoset.group.shef.ac.uk/
refere-se ao Global Educational Outreach for Science Engineering and Technology, o qual é uma iniciativa para tornar acessível material de alta qualidade para ensino de ciências, engenharia e tecnologia. O material é gratuito e fácil realizar dowload.
2) http://nsdl.org/
que é a Biblioteca Digital Nacional (USA) para educação e pesquisa em ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Ambos sites imperdíveis.
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