quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

MCTI: o I que faltava ao MCT

No cenário mundial contemporâneo inovação é instrumento fundamental para o crescimento econômico e social, a geração de emprego e renda e a democratização de oportunidades. Inovação também está presente como fator determinante associado à formação de recursos humanos preparados para atender as complexas demandas da sociedade. Assim, o conhecimento científico-tecnológico, bem como a inovação por ele engendrada, são patrimônios sociais que permitem gerar desenvolvimento sustentável, ampliando a produtividade e a competitividade das empresas e do país e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.


Indicadores de crescimento demonstram que atualmente inovação contribui diretamente com mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) das nações, segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico-OCDE. No Brasil, a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI) têm considerado, cada vez mais, inovação como um dos fatores centrais para o fortalecimento do país no cenário internacional.


O conceito de inovação é correlacionado com pesquisa e desenvolvimento, porém, distinto e associado necessariamente à geração de riquezas e ao atendimento de demandas sociais. Inovação implica novas tecnologias, produtos e processos originais. Adicionalmente, inovação contempla também mudanças incrementais e novas funcionalidades de produtos já existentes, inovação social, melhorias na gestão e modelos inéditos de negócios acoplados à conquista ou criação de mercados. Dessa forma, embora as conexões entre ciência e tecnologia com inovação tenham uma face mais evidente no que diz respeito ao universo das indústrias de manufatura, de fato, hoje quase três quartos da riqueza produzida no planeta é criada não pela produção de coisas físicas, produtos, mas sim pela prestação de serviços.


A ciência e a formação de recursos humanos altamente qualificados têm avançado significativamente no Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia-MCT tem contribuído significativamente. No entanto, a inovação em nossas empresas ainda é tímida e tal situação decorre da frágil cultura de inovação no ambiente empresarial, da historicamente insuficiente articulação entre as políticas industrial e de comércio com as políticas de ciência e tecnologia e da falta de qualidade na formação de recursos humanos aptos ao mundo da inovação.


Um futuro Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação–MCTI terá que incorporar às suas missões tradicionais, e em mesmo pé de igualdade, o incremento da cultura de inovação nas empresas e na sociedade em geral, o aumento da articulação entre as demandas sociais e as orientações da comunidade científica e tecnológica, bem como contribuir para que profissionais sejam preparados com visão de inovação enquanto centralidade dos processos.

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