quinta-feira, 18 de dezembro de 2008


As sete ignorâncias educacionais desnecessárias ou o avesso de Morin



Ronaldo Mota


Edgar Morin trata dos denominados “sete saberes necessários”. Seriam aqueles que Morin descreve no livro Os sete saberes necessários à educação do futuro. Ele chama de inspirações para o educador, saberes necessários para uma boa prática educacional.

São eles, na ordem: erro e ilusão, o conhecimento pertinente, ensinar a condição humana, identidade terrena, enfrentar as incertezas, ensinar a compreensão e ética do gênero humano.

Sem o desejo ou pretensão dele discordar (até mesmo por que com ele concordo), porém, no intuito de aprofundar o tema, aqui apresento o seu caráter complementar e antagônico. O yin do yang. O avesso do avesso. Talvez isso tudo nos auxilie a repensar nossas metodologias educacionais do futuro. Talvez.

As 7 ignorâncias desnecessárias, presentes na educação do presente e do passado, são:

Primeira ignorância: Acerto e desilusão.
Associar à aprendizagem somente o acerto. O conhecimento avança somente quando acertamos. O erro não leva a nada, somente à desilusão.

Segunda ignorância: O desconhecimento pertinente.
Distinguir, separando ao máximo as mais variadas áreas de conhecimento. A fragmentação ajuda e viabiliza a aprendizagem.

Terceira ignorância: Instruir sobre a condição humana simplificada.
Somos partes simples do todo. Indivíduos que permitem ser plenamente entendidos, separadamente, através de quaisquer de seus elementos constituintes: culturais, psíquicos, físicos, míticos, biológicos, etc.

Quarta ignorância: Identidade terrena ilimitada e eterna.
Ter convicção que a Terra é um grande e ilimitado planeta, que pode se sustentado em qualquer circunstância. Ela sempre existiu e sempre existirá, aconteça o que acontecer.

Quinta ignorância: Princípio da certeza.
Ensinar que a ciência deve trabalhar com a concepção científica de que existem sempre coisas certas e exatas.

Sexta ignorância: Vocação para a discórdia.
A comunicação humana deve ser voltada para a discórdia visando aprofundar as divergências e diferenças. Do conflito amplificado e generalizado entre departamentos de uma escola e entre alunos e professores emergirá algo de bom, sempre.

Sétima ignorância: Ética do indivíduo.
É a eupoética do indivíduo. Garantir que para si não ocorra o que presenciamos para os outros. Quando alguém tiver que penar, que seja antes o outro. A eupoética está ancorada em três elementos em ordem decrescente: Antes, primeiramente, cuidemos do indivíduo, do eu. Após, pensemos em nossa sociedade. Salva das intempéries nossa sociedade, dediquemos, se sobrar tempo, à nossa espécie. Nas fronteiras que separam e distinguem esses três elementos temos o paradigma encontrado: a perversidade desumana.

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