quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Embrapii, o público e o privado juntos

No cenário nacional é inédita a centralidade assumida pelo tema inovação enquanto instrumento fundamental para o desenvolvimento econômico e social sustentável, a geração de emprego e renda e a democratização de oportunidades.


Uma crescente cultura de inovação começa a fazer parte do mundo cotidiano dos empresários, dos governos e da comunidade científica e tecnológica nacional. Novos tempos exigem instrumentos compatíveis com a realidade emergente e uma das proposições é a formulação, enquanto iniciativa público-privada, da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial-Embrapii.


A exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-Embrapa, a nova empresa terá como característica o balizamento de seus programas pelo atendimento às demandas dos setores associados, desde as empresas inovadoras tradicionais às pequenas empresas nascentes baseadas em forte conteúdo tecnológico.


A Embrapii, diferentemente da Embrapa, não será se constituirá a partir da construção de seus laboratórios próprios, mas fará uso intensivo das redes de institutos e centros de pesquisa já existentes, com capilaridade comprovada e competências certificadas em interações com empresas inovadoras.


A definição adequada do modelo final da Embrapii que contemple as características desejáveis acima está longe de ser simples, demandando um projeto piloto onde possamos testar conceitos e experimentar soluções. No projeto piloto em curso, a Confederação Nacional da Indústria-CNI deverá ser um dos atores principais e juntamente com a Financiadora de Estudos e Projetos-Finep explorarão a capacidade de selecionar e articular os principais institutos tecnológicos. O Instituto de Pesquisa Tecnológica-IPT, o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do SENAI na Bahia- CIMATEC e o Instituto Nacional de Tecnologia-INT, cada qual em suas áreas específicas de especialização, foram inicialmente selecionados para testar o modelo proposto.


Na seleção dos institutos associados é imperativo que eles assumam as funções de conectores entre os centros tecnológicos e as empresas demandantes, atuando nas fases intermediárias do processo de inovação em parcerias com as empresas e que viabilizem os investimentos nas etapas meio da inovação, exatamente naqueles espaços em que estão as provas de conceito, as etapas piloto e os escalonamentos, os quais se constituem em importantes gargalos do sistema de inovação brasileiro e também o elo da cadeia de inovação que apresenta maior risco.


A Embrapii pretende contribuir para suprir uma lacuna na articulação institucional entre os setores público e privado, especialmente no setor industrial, tendo como perspectiva central a promoção da inovação nas empresas, explorando a capilaridade descentralizadora e a competência estabelecida dos institutos tecnológicos existentes. A Embrapii bem sucedida contribuirá com consolidar o desenvolvimento de mecanismos ágeis e flexíveis, compatíveis com o atendimento de demandas empresariais crescentes na área de inovação.

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